COMEÇOU...
... Em 1882,
abolicionistas com o objetivo de abolir a mão escrava organizaram um
ajuntamento de ex escravos fugitivos que também eram contra o regime
escravocrata em cidades brasileiras e na província. Cerca de dez mil
fugitivos se juntaram aos abolicionistas e elegeram Quintino de Lacerda,
ex escravo Sergipano, livre a ser líder, de um reduto fora da cidade
para dar asilo aos escravos foragidos das fazendas e dos capitães do
mato que era pagos pelos senhores donos dos engenhos para capturar
escravos fugitivos.
NASCE O
QUILOMBO
Era um
lugar, ainda em estado primitivo coberto de matas e cortados por riachos
que de reduto de Quintino Lacerda passou a chamar Quilombo do Jabaquara.
Por encanto nascia na pitoresca cidade dos escravos o comércio de
produtos plantados, cultivados e criados pelos escravos para a troca e
venda da liberdade dos seus irmãos e familiares. Casas construídas de
madeira, choças de palha e zinco ou folhas de bananeira a cidade passou
a ser o sistema protetor para escravos que se integravam nas atividades
agrícolas e produtivas, se transformou em atividade agrícolas e
comunidade de abolicionistas e quilombolas.
LIBERDADE
NAS VEIAS
Com o sangue
livre nas veias, os quilombolas formavam a industria cafeeira e o
movimento dos escravos tomava a liderança pressionando o sinhozinho a
pagar a mão de obra imigrante.
Com a
rebelião de 13 de maio, escravos de outros Quilombos aderiam ao
movimento, mas pelo fato de ser um quilombo militante com forças não
escravas, sua dinâmica e progresso de desenvolvimento se tornou mais
fácil para os ex escravos que agora eram livres com a abolição da
escravatura.
ALMA
BRASILEIRA
Além de ser
alicerce econômico o negro contribuiu para a formação social com
criatividade se desenhou culturalmente.
Musicalidade
com o negro veio da África.
O paladar
característico brasileiro.
A
religiosidade cultuou seus Orixás associando aos Santos Católicos, mas
não se esquecendo da importância do Axé.
PERSONALIDADE NEGRA
A Mãe Preta,
referenciou respeito, bondade, experiência de quem sofreu.
Os minas
escravos altivos, conhecedores de requintes se tornou espelho pela
maneira de se portar e se vestir.
Crioulo Rei
muitos reis e rainha também foram escravizadas, foram tirados do seio da
África.
Guerreiro
negro de armas nas mãos, jogo nas pernas e no corpo se defendiam das
maldades.
Capitães do
Mato Negro muitas vezes de aliado aos Senhor perseguia escravos que
fugiam para os Quilombos.
O cafeeiro
Negro, Quilombo tornou-se a fonte de lucro pós a escravidão e trouxe
ouro para o Brasil. Pelo fato de cativo negro ser profundo conhecedor da
terra.
BATUQUE
Ao calor da
fogueira e ao sabor do quentão no Quilombo do Jabaquara, Negro dançava
com trajes criativos ao som dos tambores a dança selvagem ao som de
tambores e das latas, esqueciam a senzala, resgatando as origens e
raízes. O negro garbosamente se sentia livre a cada movimento, a cada
grito do seu canto.
CHIRAUÉ
CHIRAUÉ
Chiraué é um
grito de vitória na boca do quilombola, conta as luas, sabe onde nasce o
sol, costume lá da África dentro dos mistérios e costumes. Adivinha
tempestade, e reflete samba... samba... Chiraué tem asas nos pés e o
grito Quilombo. Jabaquara Quilombo Chiraué tudo que expressa alegria no
Quilombo é a luta vencida e o grito feliz.
JABAQUARA
ONTEM E HOJE
De ontem nós
sabemos, o cativo, o escravo, transformou a expansão e o cultivo do café
em liberdade que com as novas leis a mão de obra negra passou a ser
assalariada. O Quilombo adormeceu o negro acordou então para uma nova
vida social para ser livre e ter sues direitos então.
Do hoje
Jabaquara levanta o passado para dizer que aqui é carnaval e o grande
Quilombo grita: Chiraué.
Jabaquara
hoje é festa, as escolas de samba não negam, os blocos de carnaval, os
grupos de pagode, cada um representando o seu papel em tão grande
Quilombo.
Aqui mora o
sítio da ressaca onde hoje faz parte de acervo cultural.
O acervo da
memória e do viver afro-brasileiro guarda e preserva as raízes negras e
nada ficou tão longínquo, nem o tempo, nem o vento.
... E foi
assim que tudo começou... Na Zona Sul.
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