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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.E.S. INDEPENDENTES DO JARDIM MIRIAM - CARNAVAL 1998
Enredo: Feira Livre

O Grêmio Recreativo
Autor: Antônio Márcio

 

A feira é, desde o início da civilização, a forma mais livre e democrática de comércio que existe. Existentes em todos os locais do mundo, nas mais variadas formas a feira livre é um mundo em exposição e alegria. Nela ainda juntam patrões e empregados, ricos e pobres, brancos e negros, altos e baixos.

No Brasil ela não é diferente. Muitas feiras formaram e até deram nome à cidade, como Feira de Santana da Bahia. Com o passar do tempo elas foram modificando-se, adaptando ao mundo moderno, mas não perderam seu carisma, seu charme, sua alegria.

No alvorecer, logo cedinho esta grande centopéia de muitas barracas se forma pelas ruas da cidade. São barracas de frutas madurinhas (bananas, laranjas, mamão, maçãs), de verduras fresquinhas (almeirão, agrião, couve, salsa e cebolinha), de cereais novos (arroz, feijão e macarrão), de carnes (boi, de frangos e peixes), de legumes (batata, vagem e chuchu), de bolachas, de roupas, sapatos, utensílios de cozinha, e muito mais.

Começa o movimento de pessoas: as que compram e as que vendem.

É o japonês verdureiro e a patroa charmosa,

É o português bananeiro e mulata dengosa,

É a moça bonita que não paga,

É o aposentado pechinchando,

Pode provar, a laranja é madurinha.

Uma grande bolsa de variedades com muito grito e muita promoção. É preço que abaixa, é a mulata que passa, é o garoto do limão galego, é a velha da pimenta do reino, o camelô de verdade com a sua novidade e as galinhas vivas penduradas. Os preços vão caindo e o tempo vai passando e as balanças balançando.

Chegam os montes. É o fim da feira.

São montes de tudo, de verdura, de frutas e carnes. Monte de gente disputando o monte de laranjas, monte de jabuticabas, um monte de coisas. Um monte de carrinhos e bolsas misturando-se nesse vai e vem. Um monte de gente catando no monte de lixo que ficou.

O sol a pino. É a tarde chegando.

Em tempos mais recentes as feiras receberam novos amigos. É o pasteleiro, é o muambeiro do país irmão, é a fita cassete e dos CD's, é nordestino, é maleta de cigarros. A camiseta do português foi trocada por um guarda-pó bem mais cortês.

A feira livre é como uma Escola de Samba, onde a alegria e muitas cores imperam. É uma vida natural e independente, que a nossa escola mostra neste Carnaval para toda essa gente.

 


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