Enredo: Uma nova Angola se abre para o Mundo ! Em nome da paz, Martinho da Vila canta a liberdade !
Carnavalescos
Autor: Marco Aurélio Ruffinn
Carnavalesco:
Marco Aurélio Ruffinn
Sinopse
Após ser dilacerada por cinco séculos de dominação colonialista, de opressão e estagnação da identidade de seu povo, Angola busca a libertação política.
Três movimentos nacionalistas clamam por independência, e encontram na literatura a iluminação de seus ideais.
- A independência vem, muito tardia e não significa a instauração da paz.
- O idealismo desses movimentos, agora é outro: a ganância e o poder.
- O controle das riquezas do país.
Irmão desconhece irmão e banham de sangue o seu próprio país.
Angola é tomada pela guerra civil.
Intolerante.
Cruel e devastadora.
O nascimento de uma geração roubada. Mutilada.
Discriminada.
Arrancada de todos os seus valores.
Por fim o aniquilamento econômico, social, físico, cultural e espiritual do país.
A destituição da paz!
Óh deuses encantados !
Ouçam a nossa voz!
Onde está a ruptura com a harmonia?
Ajude-nos a encontrar o elo de ligação com a paz. Transformai o destino desse solo Bantu sagrado.
Use de seus poderes místicos que permeiam o universo.
E cessem o fogo cruzado ! Angola precisa renascer em um caminho de paz !
................E renasceu !
Um novo sol se levantou para Angola !
Depois de trinta anos de guerra civil, o país enfim alcança a paz.
E na contra mão dos fatos reescreve sua história como berço da humanidade e do conhecimento.
Tolerante, democrática e a fim de salvaguardar a harmonia e a dignidade humana.
Como instrumento da paz.
É preciso perdoar nossos irmãos!
É preciso reafirmar a nossa história.
Óh África dos meus sonhos.
Angola Real !
De reinos e impérios altamente desenvolvidos e de cultura milenar.
Dos povos que a noite coloriu seus corpos e o sol iluminou seus espíritos.
Vamos invocar na reconstrução do país o ímpeto e a força ancestral da Rainha Nzinga Mbandi Ngola – Soberana dos reinos de Angola e Matamba, figura gigante da história africana, e que com seus guerreiros, lutaram contra o tráfico de seu povo e restabeleceu o seu reinado.
No fluxo para o Brasil.
Mesmo na triste dor da diáspora, cruzou os mares.
E com o ébano cor da noite, coloriu o Brasil.
A cultura angolana floresceu em um Brasil Negro, posteriormente mestiço.
Irradiando negritude na Alma Nacional brasileira. Somos todos seus filhos!
Filhos de Pai Joaquim D ´Angola, Mãe Kambinda, pretos velhos que nos passam através da oralidade sua sabedoria ancestral de força, cura e de caridade.
No girar dos enquices (orixás) da Nação - D´Angola.
No gingar do semba que originou o nosso samba.
Angola fez o Brasil todo girar.
Na travessia de volta à África o Brasil - primeiro país do mundo a reconhecer a independência de Angola, estende a mão na solidificação da nação. Uma nova Angola se abre para o mundo !
É o refluxo da sabedoria em forma de ciência e tecnologias.
O pagamento de uma dívida de sangue!
Em Angola, o Brasil reconhece o Brasil.
Na língua falada, na arte, na cultura, no Axé !
Em tudo !
Na busca de suas raízes étnicas e culturais, encontramos uma personalidade ilustre da música popular brasileira, que também tem essa identidade com Angola; seu nome, Martinho José Ferreira.
“Quem quiser saber meu nome
Não precisa perguntar
Sou o Martinho lá da Vila
Partideiro devagar
Quem quiser falar comigo
Não precisa procurar
Vá onde tiver samba
Que eu estarei por lá”
Cantor, compositor, escritor, artista e sonhador.
Da Escola de Samba Unidos de Vila Izabel - reduto do mais puro samba carioca, partiu para conquistar o povo angolano com seus versos e suas prosas, tornando-se muito popular por aquelas bandas.
Martinho julga Angola como ser a terra de seus ancestrais. E não se cansou em mostrar Angola para o Brasil através de vários projetos que incentivava o intercambio cultural entre os dois países, como fluxo e refluxo de culturas irmãs.O Canto Livre de Angola, Kalunga e Kizomba foram alguns desses projetos. Este último, originou o enredo da Escola de Samba Unidos de Vila Izabel “Kizomba: Festa da Raça, a Vila revoluciona a forma e o conteúdo dos desfiles das escolas de samba e consagra-se a grande campeã.
Entre “Kizombas, Andanças e Festanças. Martinho é um eterno cirandeiro, mestre de samba enredo e de samba de terreiro”.
Verdadeiro embaixador da cultura Angolana no Brasil.
Com a força de sua música Martinho da Vila inspira a todos nós.......
...........E inspirou o nome da nossa querida Escola de Samba Tom Maior -o título de uma de suas músicas.