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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.E.S. TOM MAIOR - CARNAVAL 2009
Enredo: Uma nova Angola se abre para o Mundo ! Em nome da paz, Martinho da Vila canta a liberdade !

Carnavalescos
Autor: Marco Aurélio Ruffinn
Carnavalesco: Marco Aurélio Ruffinn

Sinopse

Após ser dilacerada por cinco séculos de dominação colonialista, de opressão e estagnação da identidade de seu povo, Angola busca a libertação política.

Três movimentos nacionalistas clamam por independência, e encontram na literatura a iluminação de seus ideais.
- A independência vem, muito tardia e não significa a instauração da paz.

- O idealismo desses movimentos, agora é outro: a ganância e o poder.
- O controle das riquezas do país.

Irmão desconhece irmão e banham de sangue o seu próprio país. Angola é tomada pela guerra civil.

Intolerante. Cruel e devastadora. O nascimento de uma geração roubada. Mutilada. Discriminada. Arrancada de todos os seus valores.

Por fim o aniquilamento econômico, social, físico, cultural e espiritual do país. A destituição da paz!

Óh deuses encantados ! Ouçam a nossa voz!

Onde está a ruptura com a harmonia? Ajude-nos a encontrar o elo de ligação com a paz. Transformai o destino desse solo Bantu sagrado. Use de seus poderes místicos que permeiam o universo.

E cessem o fogo cruzado ! Angola precisa renascer em um caminho de paz ! ................E renasceu !

Um novo sol se levantou para Angola ! Depois de trinta anos de guerra civil, o país enfim alcança a paz. E na contra mão dos fatos reescreve sua história como berço da humanidade e do conhecimento. Tolerante, democrática e a fim de salvaguardar a harmonia e a dignidade humana. Como instrumento da paz.

É preciso perdoar nossos irmãos! É preciso reafirmar a nossa história. Óh África dos meus sonhos. Angola Real !

De reinos e impérios altamente desenvolvidos e de cultura milenar. Dos povos que a noite coloriu seus corpos e o sol iluminou seus espíritos. Vamos invocar na reconstrução do país o ímpeto e a força ancestral da Rainha Nzinga Mbandi Ngola – Soberana dos reinos de Angola e Matamba, figura gigante da história africana, e que com seus guerreiros, lutaram contra o tráfico de seu povo e restabeleceu o seu reinado.

No fluxo para o Brasil. Mesmo na triste dor da diáspora, cruzou os mares. E com o ébano cor da noite, coloriu o Brasil. A cultura angolana floresceu em um Brasil Negro, posteriormente mestiço. Irradiando negritude na Alma Nacional brasileira. Somos todos seus filhos!

Filhos de Pai Joaquim D ´Angola, Mãe Kambinda, pretos velhos que nos passam através da oralidade sua sabedoria ancestral de força, cura e de caridade.

No girar dos enquices (orixás) da Nação - D´Angola. No gingar do semba que originou o nosso samba. Angola fez o Brasil todo girar. Na travessia de volta à África o Brasil - primeiro país do mundo a reconhecer a independência de Angola, estende a mão na solidificação da nação. Uma nova Angola se abre para o mundo !

É o refluxo da sabedoria em forma de ciência e tecnologias. O pagamento de uma dívida de sangue!

Em Angola, o Brasil reconhece o Brasil. Na língua falada, na arte, na cultura, no Axé ! Em tudo ! Na busca de suas raízes étnicas e culturais, encontramos uma personalidade ilustre da música popular brasileira, que também tem essa identidade com Angola; seu nome, Martinho José Ferreira.

“Quem quiser saber meu nome
Não precisa perguntar
Sou o Martinho lá da Vila
Partideiro devagar
Quem quiser falar comigo
Não precisa procurar
Vá onde tiver samba
Que eu estarei por lá”

Cantor, compositor, escritor, artista e sonhador. Da Escola de Samba Unidos de Vila Izabel - reduto do mais puro samba carioca, partiu para conquistar o povo angolano com seus versos e suas prosas, tornando-se muito popular por aquelas bandas. Martinho julga Angola como ser a terra de seus ancestrais. E não se cansou em mostrar Angola para o Brasil através de vários projetos que incentivava o intercambio cultural entre os dois países, como fluxo e refluxo de culturas irmãs.  O Canto Livre de Angola, Kalunga e Kizomba foram alguns desses projetos. Este último, originou o enredo da Escola de Samba Unidos de Vila Izabel “Kizomba: Festa da Raça, a Vila revoluciona a forma e o conteúdo dos desfiles das escolas de samba e consagra-se a grande campeã. Entre “Kizombas, Andanças e Festanças. Martinho é um eterno cirandeiro, mestre de samba enredo e de samba de terreiro”. Verdadeiro embaixador da cultura Angolana no Brasil.

Com a força de sua música Martinho da Vila inspira a todos nós.......
...........E inspirou o nome da nossa querida Escola de Samba Tom Maior -  o título de uma de suas músicas.

Fecha-se o círculo que o destino traçou !

Aláfia !


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