Hoje o carnaval é uma grande
"brincadeira", que seduz todos à participar desta festa de alegria e
emoção. Através dos batuques nas senzalas, no lamento de um povo
escravo, no canto e danças realizados em chão batido dos terreiros ao
asfalto das avenidas, que o samba percorreu seu caminho de liberdade.
Hoje livre, o samba está na rua, palco de
encontros e desencontros, de um vai-e-vem constante, onde o povo é o
artista principal. A cidade entoa seu canto, num burburinho e vozes
presentes misturadas a vozes passadas, que perpetuem através do tempo a
sua história, entre automóveis, ônibus e arranha-céus, numa autêntica
"selva urbana".
A rua, sempre foi sinônimo de liberdade,
um espaço democrático aberto à todas possibilidades e surpresas.
Com todo respeito a TUP pede licença aos
"povos da rua", os Exus, Pombagiras e a Ogum, o senhor da guerra, dono
da rua e avenidas pedindo proteção para a árdua batalha do dia-a-dia.
Na luta pela sobrevivência, encontramos
com vários personagens que retratam esta "aquarela" com vitalidade,
bom-humor e irreverência, que são as armas fundamentais para encarar os
desafios de toda grande cidade.
São trabalhadores ou desempregados que
misturam-se em busca da própria sorte, com ambulante, camelôs, artesões,
meretrizes, executivos... procurando todos... realizar seus sonhos e
desejos.
A rua é negócio e moradia.
À noite as ruas são ocupadas por boêmios,
malandros, artistas, intelectuais e tribos de vários ritmos, estilos e
tendências. Pelas ruas da cidade que deixamos nossa marca e ostentamos
nossas paixões.
É carnaval o samba está na rua e em cada
esquina surge uma batucada, uma roda de samba, fonte de inspiração aos
sambistas que extravasam todos seus sentimentos e emoções. Foram nos
terreiros, nas ruas e nas esquinas que deram origem à varias Escolas de
Samba e Blocos Carnavalescos, em especial a nossa madrinha a Escola de
Samba Barroca Zona Sul, que durante anos na esquina das Ruas Padre
Machado e Santo Irineu, se firmou definitivamente na elite do samba.
E a TUP coloca seu Bloco na Rua, onde
todos somos iguais, sem distinção de raça, credo, profissão e nível
social, pois na TUP o que realmente prevalece é a alegria, a
descontração, a liberdade e a igualdade plena, cantando:
"Nas Esquinas do Meu Samba".
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