Desde os primórdios da
humanidade, a conquista do
espaço é, uma das principais
metas do homem; movido pela
curiosidade, e pelo fascínio que
os pássaros, e os astros
celestes desencadeiam nos
habitantes da terra, trazendo o
anseio de tirar os pés do chão,
tocar as estralas e viajar "além
da imaginação".
Observando os pássaros, o homem
tem aumentado sua vontade de
galgar o espaço, maravilhado com
a destreza dos nossos amigos
alados, que podem num sentido
maior de liberdade, atingir, o
que para o homem era apenas um
sonho.
Na
antiguidade os homens das
cavernas, já olhavam para o
cosmo, e intrigados com o que
não podiam explicar, divagavam
em sonhos, que devido a sua
profundidade, e misteriosa
concepção, dava margem a seres
mitológicos, que procurava
explicar o "porquê" do
inexplicável. A Mitologia Grega
conta que "Acalantis", uma das
sete filhas do Rei da Macedônia
"Piero" e de "Euipe", teve a
petulância de desafiar as
"Musas", que eram as sete filhas
de Mnemosine e de Zeus, ou de
Harmonia ou de Urano (o céu) e
de Gaia (a terra), que
inspiravam os poetas, os
literatos, os músicos, os
dançarinos e mais tarde os
astrônomos e filósofos: elas
também dançavam nas festas dos
"deuses olímpicos", conduzidas
pelo próprio "Apolo"; este
desafio consistia em dizer que
cantavam melhor que as deusas.
As Musas indignadas aceitaram a
competição e foram as
vencedoras, punindo-as,
transformando-as em pássaros,
sendo que este exato momento de
transformação de humanos em
pássaros, foi de uma beleza
esplendorosa.
Há
também na Mitologia Grega, uma
série de fatos pitorescos
relacionados com o desejo de
voar, entre eles destacamos a
lenda de Pegasses: um cavalo
alado, o qual fora um presente
de Minerva ao príncipe
Belecrofonte, que seguindo as
ordens do Rei Jobates,
exterminou o terrível monstro
Quimera, e venceu as Amazonas. O
mito surgiu quando Perseu, num
combate, cortou a cabeça de
Gorgona Medusa, que
esvaziando-se em sangue, abortou
o belo cavalo alado.
"Os homens não tem asas, mas nós
as construiremos, e então,
poderemos voar". A princípio,
Ícaro não acreditou nos planos
de Dédalo, seu pai, um genial
arquiteto, mas depois ao seu
lado procurou um meio de
construir as asas que os
salvariam do labirinto,
construído por Dédalo e do
terrível Minotauro. O primeiro
passo foi colecionar penas
de aves e juntá-las, seguindo o
tamanho; finalmente a obra
ficará pronta, dois pares de
asas brancas esperam a ambos
para levá-los em longa viagem,
pelos céus da Grécia. E ambos
saltam para o infinito. Os
primeiros movimentos do vôo são
penosos, os corpos não encontram
o equilíbrio exato e tremem com
o vento. Preocupado, o pai
recomenda ao filho que não voe
muito baixo para não molhar as
asas na água do mar, nem alto
demais, para não queimar as
frágeis penas com o calor do
Sol. Mas Ícaro, deslumbrado com
a beleza do firmamento e com o
canto melodioso dos pássaros,
aproxima-se do Sol, e os raios
ardentes amolecem a cera que
unia as penas, as asas se
desfazem, e o corpo de Ícaro
precipita-se no mar.
Na
Renascença, Leonardo da Vince
(1452-1519) cria o princípio dos
aviões, dando origem a ousados
devaneios de inventores, como o
padre brasileiro Bartolomeu L.
de Gusmões, que no ano de 1709,
voa com êxito num balão
dirigível. Muito mais tarde
Alberto Santos Dumont
(1873-1932), acreditando na
profecia de Júlio Verne
(1828-1905) que dizia "Um dia o
homem há de voar", colocou o seu
espírito inflamável e seus
esforços científicos à serviço
desta causa, e com 25 anos,
sobrevoou Paris num balão
esférico em 1898; mas sua alma
empreendera não sossegou, tendo
êxito final no dia 23 de outubro
de 1906, quando o "14 BIS"
decola com seus próprios meios
no campo de Bagatelle, na
"Cidade Luz" e faz a volta na
Torre Eiffel. A aeronáutica
evoluiu constantemente sendo que
os balões, o dirigível Zeppelim,
entre outros; foram os
precursores dos momentos,
aeronaves que cortam o céu,
transportando pessoas e cargas
para todos os países
rapidamente. Em "La Vila
Radiques", o arquiteto Edouard
Jeanneret-Gris (1887-1965)
conhecido por Le Courbusier,
afirma: "A aventura diária da
natureza, em seu ciclo da vida,
obedece uma lei fundamental da
nossa terra, a lei do Sol - o
grande ditador. O astro provedor
da vida não perdoa o desafio do
homem. Queima as asas de Ícaro e
pune-o com a morte". Mas a
imagem de Ícaro continua viva,
inspirando os inventores como no
caso de Santos Dumont, que
afirma:
"Eu me detinha horas e horas a
contemplar o belo céu brasileiro
e a admirar a facilidade com que
as aves, com suas longas asas
abertas, atingiam as grandes
alturas. Assim meditando sobre a
exploração do grande oceano
celeste, por minha vez, eu
criava aeronaves e inventava
máquinas. Tais devaneios eu os
guardava comigo".
Após as conquistas tecnológicas
que dominavam o nosso espaço
aéreo, o homem foi mais longe e
buscou visitar literalmente os
astros da nossa galáxia. O
soviético Yuri Gagarim, em 12 de
abril de 1961, no primeiro vôo
do homem pelo "espaço exterior",
enxergava toda a curvatura do
globo terrestre e, espantado
exclama: "A Terra é Azul!". No
dia 21 de julho de 1969, os
americanos Neil Armstrong e
Edwin Aldrin, tocam a superfície
da Lua, e todas as televisões do
mundo transmitem as imagens da
vitoriosa empreitada humana via
satélite, sendo que alguns
mistérios foram desvendados, e
com certeza muitos outros
esperam a humanidade e sua sede
de saber, pois hoje as viagens
interplanetárias com vôos ainda
não tripulados, não são mais
novidades, pois já se tornaram
corriqueiros as viagens de
exploração científicas.
O
céu é maravilhoso, ao
observá-lo, o homem depara com a
poesia, em profunda harmonia,
com a realidade, e de dia visita
os raios de sol, que nos aquecem
e nos alegra, trazendo vida e
beleza ao nosso planeta, a noite
e a lua lança seus raios
prateados, para juntamente com
as estrelas salpicarem de
ternura e afeto a noite de amor
e carinho dos casais enamorados.
Evoluiu muito o sentido de
liberdade, também nos esportes
aéreos, com pequenos aviões
dando-nos verdadeiros "shows" de
acrobacias ousadas, de onde
destemidos pára-quedistas saltam
com magníficos pára-quedas
coloridos; também os adeptos dos
vôos livres, prendem a atenção
de muitos expectadores dada a
sua coragem e perícia em pilotar
esplêndidas asas-delta, bem como
os ultraleves; merecem também
destaques as equipes de
baloeiros que artesanalmente
confeccionam esplêndidos balões
coloridos. O céu já não é tão
misterioso, e não duvido que
algum dia a ficção torna-se
realidade, e um disco voador,
vindo de outra galáxia, pousar
no centro da cidade e dele
desembarcar um ser
extraterrestre, e saudar todo o
povo de nosso planeta, com
discursos diplomáticos, sessões
de fotografias e reportagens ao
vivo. O céu é das crianças,
porque desde a mais tenra idade
o fascínio do céu desabrocha,
como uma flor de beleza
angelical. Quem não gosta de
empinar pipas? Não sente alegria
quando ouve a fala de Papai Noel
e suas renas que puxam o trenó
carregado de brinquedos desde o
Pólo Norte, até os céus de todo
o mundo, para visitar os lares e
presentear as crianças, sentem
fascínio pelas lendas do
arco-íris de beleza
incomensurável, que tem um pote
de ouro no seu final, bem
guardado, por duendes, e a lua
de São Jorge, que com o seu
cavalo, combate eternamente o
dragão?
Por isso propomos este tema
emocionante a fim de exaltar
tudo o que o Criador e os
inventos humanos, permitem ao
homem, de sensibilidade à
apreciar e ansiar, por
representar na avenida, para
delírio e alegria de todos, no
fascínio do céu.
"Se quiseres contemplar o
universo, tente viajar por ele,
mas por favor, não toque nas
estrelas".