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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.S.E.S. UNIDOS DE SÃO LUCAS - CARNAVAL 1997
Enredo: O Fascínio do Céu

O Grêmio Recreativo
Autores: Luiz Valêncio Dias, Luiz Cláudio Affonso, Plínio Loiola Batista e Ronaldo Rocha

 

Desde os primórdios da humanidade, a conquista do espaço é, uma das principais metas do homem; movido pela curiosidade, e pelo fascínio que os pássaros, e os astros celestes desencadeiam nos habitantes da terra, trazendo o anseio de tirar os pés do chão, tocar as estralas e viajar "além da imaginação".

Observando os pássaros, o homem tem aumentado sua vontade de galgar o espaço, maravilhado com a destreza dos nossos amigos alados, que podem num sentido maior de liberdade, atingir, o que para o homem era apenas um sonho.

Na antiguidade os homens das cavernas, já olhavam para o cosmo, e intrigados com o que não podiam explicar, divagavam em sonhos, que devido a sua profundidade, e misteriosa concepção, dava margem a seres mitológicos, que procurava explicar o "porquê" do inexplicável. A Mitologia Grega conta que "Acalantis", uma das sete filhas do Rei da Macedônia "Piero" e de "Euipe", teve a petulância de desafiar as "Musas", que eram as sete filhas de Mnemosine e de Zeus, ou de Harmonia ou de Urano (o céu) e de Gaia (a terra), que inspiravam os poetas, os literatos, os músicos, os dançarinos e mais tarde os astrônomos e filósofos: elas também dançavam nas festas dos "deuses olímpicos", conduzidas pelo próprio "Apolo"; este desafio consistia em dizer que cantavam melhor que as deusas. As Musas indignadas aceitaram a competição e foram as vencedoras, punindo-as, transformando-as em pássaros, sendo que este exato momento de transformação de humanos em pássaros, foi de uma beleza esplendorosa.

Há também na Mitologia Grega, uma série de fatos pitorescos relacionados com o desejo de voar, entre eles destacamos a lenda de Pegasses: um cavalo alado, o qual fora um presente de Minerva ao príncipe Belecrofonte, que seguindo as ordens do Rei Jobates, exterminou o terrível monstro Quimera, e venceu as Amazonas. O mito surgiu quando Perseu, num combate, cortou a cabeça de Gorgona Medusa, que esvaziando-se em sangue, abortou o belo cavalo alado.

"Os homens não tem asas, mas nós as construiremos, e então, poderemos voar". A princípio, Ícaro não acreditou nos planos de Dédalo, seu pai, um genial arquiteto, mas depois ao seu lado procurou um meio de construir as asas que os salvariam do labirinto, construído por Dédalo e do terrível Minotauro. O primeiro passo foi colecionar penas  de aves e juntá-las, seguindo o tamanho; finalmente a obra ficará pronta, dois pares de asas brancas esperam a ambos para levá-los em longa viagem, pelos céus da Grécia. E ambos saltam para o infinito. Os primeiros movimentos do vôo são penosos, os corpos não encontram o equilíbrio exato e tremem com o vento. Preocupado, o pai recomenda ao filho que não voe muito baixo para não molhar as asas na água do mar, nem alto demais, para não queimar as frágeis penas com o calor do Sol. Mas Ícaro, deslumbrado com a beleza do firmamento e com o canto melodioso dos pássaros, aproxima-se do Sol, e os raios ardentes amolecem a cera que unia as penas, as asas se desfazem, e o corpo de Ícaro precipita-se no mar.

Na Renascença, Leonardo da Vince (1452-1519) cria o princípio dos aviões, dando origem a ousados devaneios de inventores, como o padre brasileiro Bartolomeu L. de Gusmões, que no ano de 1709, voa com êxito num balão dirigível. Muito mais tarde Alberto Santos Dumont (1873-1932), acreditando na profecia de Júlio Verne (1828-1905) que dizia "Um dia o homem há de voar", colocou o seu espírito inflamável e seus esforços científicos à serviço desta causa, e com 25 anos, sobrevoou Paris num balão esférico em 1898; mas sua alma empreendera não sossegou, tendo êxito final no dia 23 de outubro de 1906, quando o "14 BIS" decola com seus próprios meios no campo de Bagatelle, na "Cidade Luz" e faz a volta na Torre Eiffel. A aeronáutica evoluiu constantemente sendo que os balões, o dirigível Zeppelim, entre outros; foram os precursores dos momentos, aeronaves que cortam o céu, transportando pessoas e cargas para todos os países rapidamente. Em "La Vila Radiques", o arquiteto Edouard Jeanneret-Gris (1887-1965) conhecido por Le Courbusier, afirma: "A aventura diária da natureza, em seu ciclo da vida, obedece uma lei fundamental da nossa terra, a lei do Sol - o grande ditador. O astro provedor da vida não perdoa o desafio do homem. Queima as asas de Ícaro e pune-o com a morte". Mas a imagem de Ícaro continua viva, inspirando os inventores como no caso de Santos Dumont, que afirma:

"Eu me detinha horas e horas a contemplar o belo céu brasileiro e a admirar a facilidade com que as aves, com suas longas asas abertas, atingiam as grandes alturas. Assim meditando sobre a exploração do grande oceano celeste, por minha vez, eu criava aeronaves e inventava máquinas. Tais devaneios eu os guardava comigo".

Após as conquistas tecnológicas que dominavam o nosso espaço aéreo, o homem foi mais longe e buscou visitar literalmente os astros da nossa galáxia. O soviético Yuri Gagarim, em 12 de abril de 1961, no primeiro vôo do homem pelo "espaço exterior", enxergava toda a curvatura do globo terrestre e, espantado exclama: "A Terra é Azul!". No dia 21 de julho de 1969, os americanos Neil Armstrong e Edwin Aldrin, tocam a superfície da Lua, e todas as televisões do mundo transmitem as imagens da vitoriosa empreitada humana via satélite, sendo que alguns mistérios foram desvendados, e com certeza muitos outros esperam a humanidade e sua sede de saber, pois hoje as viagens interplanetárias com vôos ainda não tripulados, não são mais novidades, pois já se tornaram corriqueiros as viagens de exploração científicas.

O céu é maravilhoso, ao observá-lo, o homem depara com a poesia, em profunda harmonia, com a realidade, e de dia visita os raios de sol, que nos aquecem e nos alegra, trazendo vida e beleza ao nosso planeta, a noite e a lua lança seus raios prateados, para juntamente com as estrelas salpicarem de ternura e afeto a noite de amor e carinho dos casais enamorados.

Evoluiu muito o sentido de liberdade, também nos esportes aéreos, com pequenos aviões dando-nos verdadeiros "shows" de acrobacias ousadas, de onde destemidos pára-quedistas saltam com magníficos pára-quedas coloridos; também os adeptos dos vôos livres, prendem a atenção de muitos expectadores dada a sua coragem e perícia em pilotar esplêndidas asas-delta, bem como os ultraleves; merecem também destaques as equipes de baloeiros que artesanalmente confeccionam esplêndidos balões coloridos. O céu já não é tão misterioso, e não duvido que algum dia a ficção torna-se realidade, e um disco voador, vindo de outra galáxia, pousar no centro da cidade e dele desembarcar um ser extraterrestre, e saudar todo o povo de nosso planeta, com discursos diplomáticos, sessões de fotografias e reportagens ao vivo. O céu é das crianças, porque desde a mais tenra idade o fascínio do céu desabrocha, como uma flor de beleza angelical. Quem não gosta de empinar pipas? Não sente alegria quando ouve a fala de Papai Noel e suas renas que puxam o trenó carregado de brinquedos desde o Pólo Norte, até os céus de todo o mundo, para visitar os lares e presentear as crianças, sentem fascínio pelas lendas do arco-íris de beleza incomensurável, que tem um pote de ouro no seu final, bem guardado, por duendes, e a lua de São Jorge, que com o seu cavalo, combate eternamente o dragão?

Por isso propomos este tema emocionante a fim de exaltar tudo o que o Criador e os inventos humanos, permitem ao homem, de sensibilidade à apreciar e ansiar, por representar na avenida, para delírio e alegria de todos, no fascínio do céu.

"Se quiseres contemplar o universo, tente viajar por ele, mas por favor, não toque nas estrelas".

 


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