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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.E.S. TOM MAIOR - CARNAVAL 1998
Enredo: Sem Medo Serei Feliz

O Grêmio Recreativo
Autor:

 

Nunca Pare de Sonhar (Gonzaguinha)

Ontem um menino que brincava me falou
Hoje é semente do amanhã
Para não ter medo que este tempo vai passar
Não se desespere, nem pare de sonhar
Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar
Fé na vida, fé no homem, fé no que virá
Nós podemos tudo, nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será

A vida se manifesta através de vários sentimentos, nas várias etapas de existência do ser humano.

Para a realização plena é necessário que todo ser humano viva com muita intensidade todas as etapas de sua existência, desenvolvendo, acumulando e, muitas vezes, superando seus próprios sentimentos em cada uma destas etapas.

A realização pessoal na vida de qualquer ser humano está diretamente ligada ao modo como encara seus medos, que podem se tornar um grande mal na vida, capaz de inibir e abalar os mais belos momentos da existência humana.

Medo é um sentimento de profunda inquietação ante a ameaça de um perigo real ou imaginário, podendo se manifestar através de susto, pavor, temor, pânico, espanto ou terror.

Como todo sentimento, nem sempre conseguimos controlá-lo, às vezes, ele toma conta dos nossos sentidos e até mesmo de nosso corpo, causando muitos males e sensações estranhas caracterizando verdadeiras "fobias" provenientes de traumas, abalos e sofrimentos ocorridos em alguma "passagem" de nossas vidas.

Controlar, vencer e até mesmo não sentir medo faz parte da busca incessante de felicidade e, é nesse sentido que Tom Maior apresenta de maneira descontraída, neste carnaval, os medos mais freqüentes que ocorrem em cada etapa da existência do ser humano, contribuindo para desmistificá-los, mostrando que podemos e devemos vencê-los, para vivermos em paz, sem medo de ser feliz, cultivando a própria vida, porque a vida continua...

O enredo que a Tom Maior vem mostrar neste Carnaval se baseia numa interpretação positiva dos aspectos envolvidos no tema escolhido, iniciando seu desfile convidando a todos para pensar a alegria de viver, expressando o espírito maior deste nosso Carnaval, que é um elogio à vida, lembrando que esta é o bem maior de todo ser humano que, portanto, devemos "caminhar" sem medo da vida, respeitando-a desde seu surgimento.

As alas e alegorias da Tom Maior estão organizadas para lembrar que devemos viver sem medo em todas as fases de desenvolvimento de nossas vidas, isto é, na infância, na adolescência, na maturidade e na velhice.

Consideramos que até de nascer o ser humano tem medo... talvez, devido ao fato de perder o conforto e a comodidade de estar seguro no ventre materno, o ser humano tem, ao nascer, de encarar a vida que o espera, trazido pela cegonha para o mundo. A partir daí, todas as crianças acaba, alimentando e reproduzindo, desde muito pequenos, medos muito comuns como medo do escuro, da assombração, do bicho papão, do homem do saco e até medo de aprender, quando tem de ir para a Escola e, muitas vezes, sentem-se inseguros ao ter de enfrentar esta primeira grande experiência em sociedade, longe dos traços familiares...

Na infância, também, ocorre o medo fascinante em se poder "viajar" no trem fantasma de algum parque de diversões... que em geral seguindo tradições orais populares, alimenta um imaginário repleto de emoções só em se pensar que podemos nos deparar com o Drácula, o Lobisomem, abóboras iluminadas que vêem e sorriem, caveiras, a mula sem cabeça, o boi da cara preta, personagens que habitam as histórias que ouvimos ao pé da cadeira da vovó.

Passada a infância, o ser humano começa a tomar consciência da vida que o espera e aí na adolescência surgem, então, "os grilos" próprios desta etapa de grandes transformações para todos, quando a realidade do mundo tem de ser enfrentada porque a sociedade passa a fazer "cobranças" e muitas imposições... Ocorrem atritos com os amigos, com o primeiro namoro aparece a força de Cupido, o medo do 1º amor, com o primeiro beijo o medo do sexo... as incertezas sobre como agir na cama, no Motel, na habilidade com camisinhas... e ainda tem de pensar, muitas vezes, no primeiro emprego também.

O adolescente receia a falta de compreensão para seus anseios e dúvidas, e a incompreensão de seus sentimentos e necessidades perante a vida fazer surgir o medo do tempo que começa a voar mais rápido do que um avião... A juventude acaba se rebelando para chamar a atenção dos mais velhos para suas necessidades pois, imagina que perdeu as atenções por ter deixado de ser criança, e passa a demonstrar que não tem medo dos esportes radicais que envolvem velocidade e perigos, abusando, muitas vezes, das autoridades familiares e sociais, tendo de se comportar como um verdadeiro super-herói, procurando superar seus verdadeiros pânicos em relação à realidade de viver em sociedade que exige disciplina, rotina, serviço militar, vestibular, com o relógio sempre apontando a hora que deve ser cumprida...

Quando adulto, o ser humano precisa adaptar-se às responsabilidades de criar e sustentar uma família e orientar seus filhos... e até mesmo conseguir realizar um bom casamento. O dia-a-dia traz consigo o medo da violência e a necessidade de viver num mundo de paz... O medo aumenta com a possibilidade do desemprego e dificuldades para dar conforto e segurança para os entes queridos. E o medo de não conseguir construir bens patrimoniais de forma a garantir moradia, saúde, alimentação, diversão? Tantos medos... mas sempre existe a esperança porque a vida continua...

Com o passar do tempo, o ser humano vai em busca da fonte da juventude, e quando atinge a 3ª Idade começa a ter medo do fim, mas compreende a grandeza da vida e passa a não ter medo de ser feliz, alcançando com a experiência da vida o caminho do bem ,povoado de anjos que o afastam dos demônios do caminhos do mal, evitando a solidão e o abandono. Na velhice, o ser humano pode atingir sua realização plena pois percebe que a vida continua, assim como os girassóis semeiam os campos, os homens podem semear solidariedade, amizade, carinho, substituindo todas as fobias pela euforia de se realizar plenamente, sem medo de nascer, crescer, viver e morrer...

 


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