Introdução:
Qualquer
mundo, sociedade ou língua satisfaz e estimula o espírito que cria,
ajustado à imaginação eliminado e moldado por ela.
E
é este mundo mágico, de forma alegre e irreverente em que a harmonia
natural entre o índio e suas condições de vida é a única que de
fato existe.
É
a fonte de todo ideal e justificativa de qualquer esperança por mais
imperfeita que seja, é suficiente para sustentar o espírito do homem.
Sim, o espírito do homem vermelho
Xavante
o guerreiro gigante, que nas terras do Colorado tornou-se alegria
vibrante.
Se
voltássemos a 1500, iríamos encontrar todo este continente,
principalmente a sua faixa litorânea ocupada densamente por populações
indígenas que, com a chegada dos europeus, foram em grande parte
empurradas para o interior.
De
acordo com os cronistas da época, existiam cerca de 4,5 milhões de índios
no país.
Hoje
depois de escassos quinhentos anos, constatamos que nos restam apenas
200 mil, calculo bastante otimista.
Os
colonizadores se chocaram com a quantidade de maravilhas deste paraíso,
ou inferno assim dito por eles, pois os nativos viviam pelados,
desnudos, não tinham vergonha de suas purezas.
Usavam
somente adornos de pernas e sementes para enfeitarem seus corpos. Seus
cabelos eram pretos, lisos e seus corpos vermelhos.
De
todas as tribos identificadas, uma chamava a atenção por serem mais
altos e mais fortes. Eles pareciam gigantes perante os outros.
Eram
os Xavantes.
Guerreiro
e destemido ele sabe que evoluindo, evolui tufo que está a sua volta: a
natureza, a fauna, a flora ...
Seus
cantos não são de autoria de indivíduos, eles foram recebidos dos
animais, da água, do vento. O autor e compositor é a natureza.
Cantos
de Mapimaím que invoca o espírito guerreiro, canto da cerimônia do
Kuarup para ressuscitar os espíritos bons e afastar os ruins. As ervas
de cura e as lendas mitológicas tudo isto é herança das florestas.
O
índio Xavante celebra o Ritual de Yamuricumã (deusa da abundância)
pois ele sabe que a temporada da cheia foi farta.
Mesmo
sendo a maior nação indígena em aspectos físicos, os Xavantes não se vangloriam disto, eles sabem que a inteligência
da tribo está no manuseio do arco e da flecha e por sua maior herança:
a procriação. Pois a necessidade de aumentar a aldeia é grande, e
segundo este fator é que atingindo a puberdade já e hora de casar.
Eles deixam de ser pequenas flores para se tornarem grandes guerreiros.
Assim
como os Nambiquaras, Caiabis e os Parecis, os Xavantes representam mais
do que tribos, comunidades ou o que seja.
Eles
são a força, a cultura, o racional.
Na
floresta eles vivem profundamente, e sugam a essência da vida, eliminam
tudo que não é vida, para não morrer não descobrirem o que não
viveram.
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