Oh…
São Paulo! Doce terra da garoa.
Engrandeces
ao apóstolo, teu homônimo.
Tuas
portas não se fecham. Para ti, não há noite nem dia só ao trabalho
reverenciais e oferecestes a todos oportunidades iguais.
És
mãe, coração que acalenta o sono e sonho de uma nação. Nação és tu
coração de mãe que sempre cabe mais um.
Já
começaste juntando jesuítas, degredados, índios, civis e soldados para
formar-te. Não te viraste para o mar, nem para o sol, mas para o sertão,
a serra, terra íngreme difícil de conquistar. Clima frio e chuvoso para a
terra plantar. Não oferecias as facilidades das vizinhas que do chão e
escravidão das minas dava ouro e do chão a cana.
Tu
plantaste então homens e mulheres de fibra que recebeste de braços
abertos. Do mundo inteiro chegaram aos bandos e embalaste os cantos de
todos os cantos, plantou-se granjas e rebanhos, abriu-se estradas, fábricas
e fazendas. Recebestes italianos, japoneses, alemães, franceses,
holandeses, árabes e judeus se ajudaram a construir. Nasce do chão, o
trigo e o milho e se fez o pão. Negros, índios e brancos...todos irmãos.
Criaste gado de corte e leite, alimentando todos a sua volta.
Assim
cresceste recebeste, de norte a sul da nação o migrante, irmão de pátria,
que via no teu alvorecer uma chance também de crescer.
Juntando-se
ao bater do teu coração e em teu seio, carregou massa, fez concreto,
surdo e ferro para os terrenos em construção, e assim cresceste dia e
noite, assombraste nossa terra, de onde vieram teus filhos mais distantes.
Plantaste
casa sobre choça e num piscar de olhos prédios sobre casas. Da matéria
prima à indústria foi um pulo.
Hoje
és parque industrial, exporta para o mundo todo o fruto do trabalho que
teus filhos nascidos pelos mundos acolhidos no teu seio em tuas terras faz
brotar.
Tu,
Oh ...São Paulo de Piratininga, tens o dom da transformação. Pois
transformastes, através tão somente do trabalho, desespero em alegria,
medo em destemor, negro escravo em senhor, leigo em profundo conhecedor,
analfabeto em profundo conhecedor, analfabeto em doutor, sem terra em
lavrador, pobre em rico e ódio em amor.
És
tu São Paulo, 450 anos de lutas e glórias, capital da nossa história. A
razão maior de nosso canto em louvor.
A
Peruche está em festa! Imigrantes italianos, que somos , e a tantos
outros irmãos de pátrias distantes na tua construção, não podíamos
deixar de agradecer.
Obrigado
São Paulo! Aqueles que aqui degradados, escravizados, abandonados, sem
lar, sem família, sem esperança, aqueles que aqui chegaram
derrotados....tu ensinaste a vencer!
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