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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
G.R.C.S.E.S. ÁGUIA DE OURO - CARNAVAL 1998
Enredo: Assim Caminha a Humanidade

O Grêmio Recreativo
Autor:

 

Quando e onde o homem sentiu a necessidade física de resguardar os pés, quer do clima, quer das asperezas do solo, criou o calçado. Não lhe bastava já envolvê-los para tal fim, em peles ou lanugens.

Os povos primitivos andavam descalços, tendo o pé perfeitamente adaptado às necessidade da vida. Portanto, a invenção do calçado, mais do que uma necessidade, deve atribuir-se a um requinte da civilização. A primeira matéria que se usou para cobrir o pé foi, sem dúvida, um pedaço de couro por curtir atado com tiras do mesmo material, ou folhas e cascas de árvores presas com fibras vegetais. Com efeito, o calçado mais antigo de que há notícia, são as sandálias egípcias, feitas com folhas de palmeira ou de papiro.

Nos monumentos da antiguidade, salvo os etruscos e romanos, as pessoas raras vezes apareciam calçadas, ao contrário do que se vê na iconografia da Idade Média e Moderna, cujas figuras só por exceção se apresentam descalças.

Nos monumentos do antigo Império Egípcio, anteriores à 5ª dinastia, homens e mulheres aparecem com o pé nu. A classe média usava frequentemente calçado. Reis e altas individualidades calçavam sandálias ricamente adornadas com ouro e prata. As sandálias eram preferidas por todo mundo. Os sacerdotes de Isis, nesse período, andavam descalços. Os Assírios também adotarem as sandálias, geralmente de cor encarnada. Os persas vêem-se nos baixos-relevos de Persépole com um calçado que lhes cobre todo o pé.

As altas individualidades hebraicas e fenícias adotaram a sandália egípcia, mas sem adornos, feitas de couro, linho, junco ou madeira. As antigas judias usavam calçado de luxo feito de madeira de cores berrantes. As sandálias de Judite encantaram os olhos de Holofernes.

Os hebraicos tiravam as sandálias quando entravam em casa e sobretudo no templo, bem como os árabes e chineses, que nunca entram nas mesquitas calçado.

Os mesopotâmicos descalçam-se ao pé da tumba dos seus santos, assim como o pé descalço era sinal de luto, sinal ou respeito.

Deus ordenou a Moisés que se descalçasse ao chegar às silvas que ardiam por estar em lugar sagrado.

Davi postou-se descalço diante da arca, e descalços também oficiavam os sacerdotes no templo.

Os samaritanos escalavam descalços a montanha de Garizim e descalços caminhavam os prisioneiros judeus em sinal de humilhação.

Na Grécia, o calçado primitivo era uma bota de pele de boi atada por cima do tornozelo, com correias entrelaçadas, aparecendo depois as formas artísticas, especialmente entre os lacedemônios, que tinham a preocupação do calçado elegante.

Até o século V, os etruscos usavam sapatos de modelo próprio, amarrados, de cano alto e bico revirado. Mas foram os romanos que primeiro moldaram sola e gáspea, e fizeram formas diferentes para os pés direito e esquerdo - um grande processo. Tais fôrmas (de madeira) foram esquecidas, e tiveram de ser reinventadas pelos ingleses em 1818. Os calçados romanos variavam com o sexo e a classe social do usuário. As mulheres usavam sapatos fechados, em branco, vermelho, verde ou amarelo; os patrícios, sandálias escarlate com um ornamento em forma de meia-lua no contraforte; os senadores, sapatos rasos, marrons; os cônsules, sapatos brancos e os militares, pesadas botas ferradas, que deixavam os dedos à mostra.

O Imperador Caio, criado entre os soldados de seu pai Germânico, adotou pelo resto da vida a sandália do exército conhecida como calígula e passou á história com esse nome.

Na Idade Média, pobres e camponeses usavam tamancos e mesmo os sapatos dos ricos não eram pretensiosos: inteiriços, de couro cru, só mais tarde ganhariam fivelas ou cadarços. Eram feitos em casa ou por artesãos locais. A indústria inglesa data de 1305, quando Eduardo I decretou que uma polegada (2,5 cm) equivaleria a três grãos secos de cevada postos ponta a ponta. Como um sapato de criança mede 15 grãos, ficou sendo tamanho 13' (ainda é).

Nos séculos XIV e XV os sapatos alongaram-se em demasia e ficaram pontiagudos. Até as armaduras tinham compridos sapatos de ferro de bico revirado. Em vão, outro Rei da Inglaterra, Eduardo III, decretou que o bico não podia exceder 2 polegadas (5cm).

Também se tornaram comuns por essa época os sapatos-polaina, de origem polonesa e cracoviana.

No fim do século XV e começo do século XVI, esses e os demais sapatos pontudos caíram de moda, cedendo lugar aos "bicos de pato". Desde então, os dois estilos se alternam nas Ilhas Britânicas e no resto do mundo.

No século XVII predominaram as botas. Os sapatos tinham salto, de tamanho moderado. Luís XIV lançou o salto alto, que o neto conservou e tem seu nome: salto Luis XV. Os sapatos era enfeitados de fita, em rosetas ou laçarotes.

Na América colonial e puritana, homens e mulheres usavam sapato preto de verniz, com meio salto. No século XVIII, as fitas foram substituídas por fivelas de ouro e prata, com ou sem pedrarias.

Com o advento das máquinas de costura americanas no século XIX - a de Walter Hunt, a de Elias Howe e, finalmente a de Isaac Merrit Singer, a sola era presa ao corpo do sapato com pregos, e toda costura tinha de ser feita à mão. A máquina de costura não só acelerou o processo de produção, como levou à confecção de um sapato melhor e mais barato. Surgiram depois, as operatrizes especializadas, como a de McKay. O aparecimento de máquinas, revolucionou a indústria de calçados, fazendo-a entrar na era de produção em massa.

O SAPATEIRO

O ofício de sapateiro é de origem muita antiga. Entre os egípcios, os sapateiros eram considerados de casta inferior, por usaram materiais provenientes de animais sacrificados. Os romanos também manifestavam desprezo por esse profissão e, por esse motivo, os sapateiros eram obrigados a residir em bairros isolados, juntamente com açougueiros e curtidores. O Cristianismo, com sua valorização dos humildes em geral, provocou uma mudança radical no conceito em que eram tidos os sapateiros. Vários foram considerados Santos pela Igreja, sendo o primeiro deles Santo Aniano, bispo de Alexandria, que é até hoje o patrono dos profissionais desse ofício. Todavia, os sapateiros Santos que se tornaram mais populares foram: São Crispim e São Crispiniano.

Durante a Idade Média, a corporação dos sapateiros teve organização bastante complexa. Havia leis que regulavam as condições de competência e proibiam a indústria clandestina. Cada mestre possuía sua freguesia que devia ser respeitada pelos demais.

Muito poucas pessoas em todo o mundo, tiveram sua figura ligada ao uso do sapato. No Brasil, uma que se destacou foi Carmem Miranda. Com seu estilo plataforma, tornou-se conhecida em todo o mundo, onde seu estilo é sempre moda. Moda também tornou-se o uso do tênis, modelo de calçados difundido como um adereço esportivo, mas que com sua utilização no esporte, difundiu-se pelo mundo como um modismo.

 


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