::.. CARNAVAL 2000 - S.R.C.S.E.B.F.S. BARROCA ZONA SUL................................
FICHA TÉCNICA
Data:  05/03/2000
Ordem de entrada:  4
Enredo:  Saga de Reis em Terras Brasileiras
Carnavalesco:  André Machado
Grupo:  1
Classificação:  4º
Pontuação Total:  196,5
Nº de Componentes:  1500
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  15
Presidente:  Geraldo Sampaio Neto - "Borjão"
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  Mestre Bagulé e Mestre Lagrila
Intérprete:  não consta
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  não consta
Porta-bandeira:  não consta
SAMBA-DE-ENREDO

SAMBA ENREDO 2000
Compositores: Loirinho/ Vicentinho/ Marcinho Zona Sul/ Moisés Santiago

 

Soam os tambores Da mãe áfrica

Guerreiros pintados À luta

rei yorubá, Namonim morreu soberano

E seu filho AjAHi Jurou (jurou)

Pela sua glória

Aprisionado, foi transportado

Depois vendido Como escravo no Brasil

E foi buscando a liberdade... conseguiu!

 

Um amor de verdade, surgiu!

Trouxe força e coragem, floriu!

E foi Gangara a linda negra que o encantou

Ressurgia um rei nagô!

 

Pela Raça foi a luta, sonhou

Libertar a sua gente, tentou

Sonhando ele partiu

Não viu seu filho UesU

Nascer, crescer, vencer

E ser o rei dos urubus

Sem preconceito social

E Nesta saga sou rei, sou carnaval!

 

Sou verde e rosa, sou felicidade!

25 anos de paixão

Ano 2000 chegou, Eu sou Barroca amor

Sou rei e vou ganhar seu coração!

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: André Machado

 

Os tambores anunciavam a batalha. Guerreiros pintados para guerra dançavam, sem saber o que era medo e munidos de lanças, marchavam de encontro ao inimigo.

O cenário era a África do século XIX e na linha de frente estava Namonim, grande rei Iorubá, acompanhado de seu filho Ajahi, primogênito e herdeiro do trono, depositário de todas as esperanças da tribo.

Em volta da imensa floresta, que se estendia a perder de vista, estavam as tribos inimigas e quando finalmente o sol se pôs, o chão estava juncado de cadáveres. Namonim e sua tribo foram vencidos na batalha, mas antes de ser aprisionado ele gravou em seu peito a própria lança, para morrer soberano como um verdadeiro rei.

Seu filho Ajahi, juntamente com os outros guerreiros ferido foi aprisionado e entregue a um traficante de escravos. Porém antes lutou muito e só amarrado conseguiram arrastá-lo do corpo de seu pai, naquele instante jurou em nome dele, que preferia a morte à desonra. Tudo em vão o príncipe Africano habitava agora o porão imundo do navio negreiro, onde havia como ele, muitos outros, todos com a mesma dor, porém com destinos diferentes.

Chegando ao Brasil, Ajahi foi vendido a um nobre comerciante baiano tendo que trabalhar como escravo de ganho - menos mal, pois se economizasse a simbólica porcentagem a que tinha direito sobre as vendas poderia mais tarde comprar a própria liberdade.

Demorou dez anos para Ajahi alcançar a liberdade, no entanto quando a teve, seu pensamento continuava em seu povo, que em algum lugar sofria, seja no tronco ou na senzala, enfim, o martírio da escravidão continuava.

Na cidade conheceu Gangara, negra bonita que trabalhava como mucama em casa nobre e conheceu outros negros, juntos formaram um grupo que tinha como meta a libertação de sua raça. Raça essa, que já era três vezes maior que a branca, e se tudo desse certo poderia tomar o poder. Ajahi era muito conhecido por isso se tornou líder - ressurgiu aqui um novo rei, um rei Nagô em terras brasileiras.

O plano estava armado: colocariam fogo na cidade chamando a atenção das tropas, enquanto isso, fariam prisioneiras as pessoas mais ilustres da região, para que em troca fossem libertados seus irmãos Nagôs.

Tudo estava certo, mas seus planos falharam. Ajahi foi capturado e fuzilado em praça pública. Sua mulher Gangara fugiu para o Quilombo dos Urubus, situado nos arredores de Salvador e numa madrugada de neblina deu a luz à Uesu, neto de um rei Iorubá, filho de um guerreiro que pagará com a própria vida o seu sonho de liberdade.

O Quilombo dos Urubus, era por certo o refúgio dos negros fujões naquela região, aliás, chamava-se Quilombo dos Urubus pelo fato de existir uma grande quantidade de aves dessa espécie, que eram como verdadeiros guardiões dos macambos ali localizados. Pelo aspecto sombrio e hostil do local e a presença dessas aves, era raro a presença de aventureiros, capitães do mato e os mais corajosos eram surpreendidos por diversas armadilhas camufladas pelas matas, acabavam se transformando em comida dos urubus.

Urubus também eram chamados os habitantes do Quilombo eram comandados pelo urubu rei (chefe da tribo). Entretanto a cada geração um novo rei era aclamado e não bastava ser forte e corajoso, principalmente, teria que amar o próximo sem distinção de cor ou raça, simplesmente respeitar para ser respeitado.

Em relação ao cenário daquele lugar, só podia-se dizer deslumbrante. A fauna e a flora eram de extrema beleza, o que era sombrio e hostil para o invasor, para os urubus era o surgimento de uma nova África.

O tempo passou e no quilombo já se falava em um novo rei. Percorrendo a floresta como de costume, Uesu ouviu um gemido não muito longe e ao se aproximar, deparou-se com um homem branco que, com um enorme esforço pediu-lhe ajuda. Com um enorme coração e largando mão de qualquer rancor social, Uesu salvou a vida do infeliz levando-o para o Quilombo. A partir deste feito o jovem negro foi aclamado rei do Quilombo dos Urubus.

Dessa dinastia de negros soberanos e guerreiros, chegamos aos dias atuais onde encontramos um outro rei, descendente dessa mesma linhagem, mas o seu reino é o da folia, pois comanda o Carnaval. Seu coração é proporcional ao seu peso, com seu gestual agitado e contagiante ele comanda a felicidade geral nos cinco dias em que o Brasil apaga as suas dores e se faz feliz.

Salve o nosso Rei Momo, que no "Jubileu de Prata da Barroca", comandará nossas esperanças de amor, folia e principalmente igualdade social.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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