PARTE 1
O Sol com toda sua formosura no tamanho e
força, não perde sua beleza, beleza essa comparada às guerreiras de
Capadócia, as Amazonas. Outros sóis que iluminaram e iluminam o mundo
com sua coragem, luta e alvor, tornando-se verdadeiras mulheres
maravilhosas que assim como o Sol, guiam com seus raios outros pequenos
sóis que seguem diversos caminhos e crescem grandes, grandes e fortes
como as amazonas.
Frei Gaspar de Carvajal, cronista de
viagem, relatou o encontro que Francisco de Orellana e seus companheiros
teriam tido com as Amazonas, em 1541 aqui na América do Sul. Levados
pelo espírito de aventura à procura do lendário país de Canela e também
pela necessidade de arranjar mantimentos, os espanhóis enveredaram por
um braço do Rio Napo e ali encontraram a tribo das Amazonas. Sob uma
única rainha, residiam em muitos povoados, mulheres de alto porte,
seminuas com cabelos longos que manejavam com habilidade o arco e a
flecha. Seu território era rico em ouro e prata, adornavam-se com coroas
douradas e viriam afastadas dos homens, salvo em determinadas épocas em
que estes eram convocados para fins de procriação. Poupavam as meninas
recém-nascidas, as pequenas flores, as quais seriam preparadas para se
tornarem grandes Amazonas, eliminando os meninos ou devolvendo-os aos
pais depois de um ano. Outro padre espanhol, Alonso de Rojas, foi quem
deu o nome tradicional as altivas mulheres guerreiras encontradas nas
margens do Rio que Pinzón tornou-se Rio Amazonas. Com o tempo, outros
viajantes e até cientistas falaram das Amazonas brasileiras.
Mas a tradição é mais antiga, nasceu na
mitologia grega, desenvolveu-se na Idade Média, para se implantar na
América ao tempo de Colombo. Os gregos foram os primeiros a falar dessas
criaturas singulares. Até as batizaram, pois em grego o "A", quer dizer
sem, e mazóis significa seios. De fato o retrato clássico das Amazonas é
o que as representa como mulheres sem o seio direito. Quando pequenas,
mocinhas, deviam queimá-lo ou comprimi-lo com ataduras até que ficasse
atrofiado para não dificultar o manejo do arco e lança, suas armas
inseparáveis.
As notícias mais antigas a respeito das
Amazonas dizem que habitavam um reino pequenino na Região do Ponto,
entre a Europa e a Ásia, a Capadócia. Em expedições guerreiras viajavam
por terra e por mar, e tais viagens explicam como as referências às
Amazonas Asiáticas se entroncam com a lenda Sul Americana e brasileira.
Algumas de suas heroínas ocuparam lugar de destaque nas principais obras
de literatura clássica, grega e latina, depois nos romances medievais de
cavalaria, sendo elas cavalgadoras e grandes conhecedoras de cavalos.
PARTE 2
Faz parte da lenda do Muraquitã - um
trabalho de jade (mineral duro compacto esverdeado) encontrado na área
do Baixo Amazonas, afirmar que era presente das Amazonas aos homens que
as usavam anualmente. Em noites de lua cheia, elas mergulhavam no
Iaci-Uaruá, o lago da lua, e retiravam do fundo o jade ainda mole que em
seguida moldavam, dando-lhe a forma de peixe, tartaruga, sapo e outros.
O possuidor de um Muiraquitã é ainda hoje considerado um felizardo
protegido contra infortúnios.
PARTE 3
Na organização social, política e
econômica, as mulheres assumem essa postura na necessidade de manter sua
família perante as dificuldades, Amazonas que lutam com garras e dentes
para defenderem sua família, seu território. Mulheres de fibra,
brilhantes que se destacam no trabalho, nos esportes, nas artes e nas
lutas do dia a dia. E é esta mulher que está ai frente ao ano 2000 na
virada deste milênio de cara e coração aberto ao futuro contando junto a
história desses 500 anos de Brasil já que em uma grande nação existem
grandes homens e grandes mulheres, grandes Amazonas.
Estamos cercados de mulheres, sempre
imponentes com sua obstinada alegria na beleza de um flor, mas com a
força de uma guerreira, guerreira esta que nos ensina que na pequena
grande obra de nascer, crescer, viver e semear, há, inúmeras lições que
devemos ensinar e aprender.
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