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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
S.R.C.S.E.B.F.S. BARROCA ZONA SUL - CARNAVAL 2003
Enredo: De Três Corações a Coroação. Quem Sou Eu? Rei Pelé

Carnavalescos
Carnavalescos: Rosa Magalhães e Mauro de Oliveira

 

Um jornal Londrino publicou antes do jogo do Brasil contra a Inglaterra uma notícia para que seus leitores assistissem outra das grandes dádivas do Brasil, pela felicidade humana. Dizia o redator: O Brasil possui o melhor hino nacional da copa de 2002. É reconhecidamente o mais alegre, o mais animado, o mais melodioso e mais encantador hino nacional do planeta. Estimula os sentimentos nacionais apelando para o famoso céu risonho e límpido, som do mar e as flores dos seus risonhos campos.

 

Um cenário natural para um belo jogo. Quando o Charles Müller chegou a Santos, em 1894, o hino nacional já tinha expressado há muito tempo, através da letra e da música, o que Pelé e seus sucessores, expressariam mais tarde de modo maravilhoso, no campo de futebol. Jogar com o Brasil, por outro lado, é simplesmente um deleite de uma honra. É bem verdade que o jogo de bola já existia desde os primórdios da Terra. Na Itália, na idade média, costumavam soltar uma bola, que era perseguida por todos os habitantes da cidade. Como produzia muitos acidentes e danos materiais, o jogo foi mais tarde levado para um gramado, para que disputassem a bola como bem entendessem.

 

O futebol, tal como ele é hoje, nasceu com uma origem nobre, para distrair os alunos ricos de escolas inglesas, que desajustados, desafiavam os professores, e chegaram mesmo a por fogo em uma escola pelo simples fato de não ter o que fazer com toda a energia que dispunham. Em alguns colégios, jogavam com mãos, só se podia usar os pés. Os que tocavam a bola com as mãos, criaram o Rúgbi, os que jogavam com os pés, foram os criadores do futebol. Surge um livro de regras (1863) na Taverna dos Massons livres, os alunos de diversas escolas se reuniram para redigir e para disciplinar o novo jogo. O esporte até então, de elite, tornou-se popular à medida que os operários se interessavam por ele, e passaram a jogá-lo como lazer. Ninguém imaginária que mais de um século depois, seria o esporte mais popular praticado no planeta Terra.

 

No Brasil, futebol desembarcou no de Santos em (1894). Assim como todas as novidades chegaram pelo mar, também pelo mar veio o futebol, na mala do brasileiro Charles Müller, que havia estudo e jogado em Southanpton, Inglaterra. Na sua bagagem, vieram duas bolas de marca Shoot, uma bomba de ar, dois uniformes diferentes e o livro de regras. Só o fato de ser o introdutor do jogo no Brasil, já seria motivo de notoriedade, mas ele fez mais, foi o primeiro jogador de futebol brasileiro e pelo jeito de jogar foi logo apelidado de moleque pela sua habilidade de enganar o adversário, características que seria mantida pelos jogadores brasileiros, sobre tudo (Pelé). O que conta mesmo é a bola e o moleque, e a bola pode ser um coco, uma laranja, a bola pode ser uma coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol serve. O campo não passa de retângulo, mas também pode ser o fundo do quintal, o terreno baldio, a pracinha da cidade, rua sem saída, vale tudo. Meninos de quatro anos já dão chutes, os de seis dão marretadas, os de oito já gazeteiam escola para ir treinar no campo vizinho. A vida de um jogador de futebol começa com uma bola de meia. Ninguém sabe ao certo, quem abaixo de Deus, dispõe sobre a sorte dessa mágica aliança entre um menino e um brinquedo. O que se sabe de verdade é que um belo dia, por amável sortilégio, aquela bolinha de meia se transforma numa bola de cristal. E ela, agora mais fada do que brinquedo, nem vai dizer ao menino como termina a aventura de sua vida. Com Pelé foi assim. Andava grudado com a bola. Nasceu em Três Corações, MG, e logo cedo se mudou com a família para Bauru, onde o pai jogador de futebol havia conseguido emprego.

 

A copa do mundo de futebol, pela 1ª vez em 1930, no Uruguai, (34 na Itália, 38 na França, interrompida por causa da II Guerra Mundial). Teria como sede o Brasil, em 1950. A expectativa era grande. Os preparativos andavam em ritmo acelerado. O projeto incluía a construção de um grande estádio, o maior do mundo, o Maracanã. E o time do Brasil foi passando pelos adversários até chegar à final. Final contra o Uruguai, campeão do mundo e duas vezes campeão olímpico. Deu zebra, ganharam os uruguaios por 2x1, e Pelé viu seu pai chorar, como todos os brasileiros que acompanhavam a disputa. E o Pelé para consolá-lo disse que iria ganhar uma copa do mundo para ele. Dito e feito jogou no Bauru Atlético Clube, time juvenil, apelidado de Baquinha, ainda menino, depois de algum tempo é contratado pelo Santos Futebol Clube, único time brasileiro onde jogou, e aos 17 anos, foi convocado para a Seleção Brasileira, pelo seu valor nos campos onde passou. Tal como havia prometido ao seu pai, ganhou não uma, mas tornou-se tri-campeão, bi-campeão mundial pelo Santos, maior artilheiro da história do futebol, com mais de 1300 gols, Pelé é Rei, e atleta do século. O difícil, extraordinário não é fazer mil gols, como Pelé. É fazer um gol como Pelé, dizia Carlos Drumonnd de Andrade, Pelé, pelota, peleja, balão, balaço. Pelé sai dando balõezinhos. Vai, vira, voa, vara, quem viu, quem previu? GGGGOOOLLLL. A identificação do povo com os jogadores que o representam é integral, não é forjada pela mídia, embora a mídia colabore bastante na transfiguração em, em que o favelado urbano e o nordestino sem terra, empanturrados de euforia gritam na primeira pessoa do plural: "VENCEMOS!".

 

É o futebol que nos faz ser patriotas, permitindo que amemos o Brasil, sem medo de zombaria elitista, que conforme sabemos, diz que se deve gostar somente da França, da Inglaterra, ou dos Estados Unidos, e jamais do nosso país. Vencemos, vencemos, e ainda venceremos. Obrigado Pelé.

 


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