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::.. SINOPSE DO ENREDO ..::
S.R.C.S.E.B.F.S. BARROCA ZONA SUL - CARNAVAL 1999
Enredo: Viagens Extraordinárias

O Grêmio Recreativo
Autor: André Machado

 

"Eis que encontramos com o pensamente longe, fora de si e da realidade, um indivíduo calado, onde o que apenas se mexiam, eram os olhos atentos e perplexos. Não mão um objeto comum, um livro, e na cabeça, a imaginação com asas voando para um mundo infinito".

APRESENTAÇÃO

Como todos, procuramos mostrar e exaltar através dos nossos enredos, o que achamos e acreditamos, seja da realidade ou do imaginário, a história e as histórias, a evolução da arte e da cultura.

Ao mesmo tempo que tentamos produzir um verdadeiro espetáculo para o sambista, temos a imensa intenção, digamos assim, de dar-lhes informação através da sua própria arte.

E mais uma vez engajados nessa meta, traremos para o Carnaval de 1999, um tema que vai além dessa finalidade. Nosso enredo é acima de tudo um ato de incentivo à leitura.

Viagens Extraordinárias, fala basicamente do livro, mas na verdade exalta muito mais a curiosidade que se têm em saber e aprender através dele, pois sem isso, o livro estaria reduzido à objeto comum.

A grande curiosidade do homem e a imaginação fértil do mesmo , torna o livro, o veículo que levará cada um de nós a redescobrir o passado, a entender o presente, ou quem sabe, viajar para mundos até então desconhecidos.

Ative as engrenagens da imaginação e entre nessa máquina do tempo, juntamente com a Barroca Zona Sul.

INTRODUÇÃO

Amigo nas horas difíceis que tudo dá, sem nada receber. Paciente ao esperar o esticar de nossas mãos à contemplá-lo, e em devaneios, viajar através da imaginação do seu autor, cuja as emoções e conhecimento, são colocados através de riscos de tinta ou do bater dramático da máquina de escrever, tudo o que está por vir; a fé no futuro; e o desconhecido.

O livro é o atalho mais rápido em direção ao prazer pleno, e percorrer com as vistas o que nele está infinitamente guardado, é ir de encontro a um mundo mágico, cujo o veículo é a própria fantasia. O livro é uma extraordinária Máquina do Tempo que nos emite à compreender o passado, as descobertas da humanidade, a história da mesma e as guerras; a entender o presente, a política, os desequilíbrios sociais e os avanços tecnológicos; a imaginar o futuro com seus robôs e espaçonaves, cortando os céus, ou quem sabe, a extinção da própria humanidade. A leitura nos permite vislumbrar o ímpeto dos heróis, a evolução da mente humana, contudo, a covardia das bombas e mísseis nucleares; o bem e o mal; amor e o ódio.

Através da leitura é que são feitas as Viagens Extraordinárias, viagens para mundos distintos e desconhecidos, outrora, para dentro de si mesmo. Ler é caminhar por ruas habitadas pela própria inconsciência, é delirar com sentido e buscar no mundo irreal a tônica da vida.

A leitura enriquece o espírito tornando-o jovem e lúcido, e sua periodicidade, é a maneira primordial e verossímil de ativar nossa capacidade imaginativa.

Mas, o que leva o homem a procurar nas páginas do livro à companhia e o passatempo? Exatamente isso!

ENREDO

Com a amarga realidade dos desequilíbrios sociais, econômicos e culturais, consequentemente, o homem, tem sido atingido emocionalmente, buscando com isso nas páginas do fiel amigo, a lógica dos tempos, a resposta fugaz e imediata para a sua, digamos sobrevivência.

Em primeiro plano, ele encontrou nos livros à descoberta que tornava seus conhecimentos universais. Entretanto, não sabia que poderia com isso, perpetuar as suas novas doutrinas através das épocas, nem tão pouco saber que, através delas, somos mais preparados para entender os acontecimentos nos quais, direta ou indiretamente fazemos parte.

O livro tem, acima de tudo, a grande finalidade de estabelecer a confraternização de saber que transcende hereditariamente de geração a geração, a generosidade de passar ao próximo, o conhecimento e a cultura concebida por outro. E graça a esse presente, somos conhecedores da nossa própria história: o índio, o branco e o negro.

Com a importância das navegações, dos desbravamentos, das buscas por tesouros e das observações dos astros, curioso e incansável, o homem pode descobrir terras, delinear fronteiras e através dos livros geográficos, se fez conhecedor do seu habitat natural e do ecossistema.

Ainda curioso e incansável, ele observou fenômenos, inventou ciências, calculou leis e as colocou no papel e através dos livros de física, química e matemática, cedeu ao mundo a razão e acidentalmente, por conseqüência se pôs na mira de bombas e mísseis nucleares.

Os grandes mestres da gramática, as poesias e os poemas dos mitos literários, a língua culta, os sinais de códigos do dia a dia e etc., explicam a necessidade que temos em registrar que Deus nos prevaleceu em relação aos outros seres. Sabemos que a palavra falada e a comunicação oral está encerrada no espaço e no tempo. Já a palavra escrita abrange o mundo infinito, cuja a voz incessante, está para o todo sempre. A palavra escrita celebra através do livro, a dádiva da comunicação, e além disso, corrige a distância entre as civilizações. E mesmo educando, acima de tudo, os serve como entretenimento.

Nós viajantes leitores, contamos com a colaboração nobre das mentes insanas e procriadoras dos autores, para só assim, mergulhar no universo alegórico das suas histórias através da nossa própria inquietação. Logo, o imenso borbulhar de idéias, os grandes estalos de enredo, a caneta e o papel, de nada valem, sem essa imensa curiosidade. Curiosidade que curiosamente faz aflorar nossos sentimentos mais íntimos e através da emoção, reagir diante das tramas, como: chorar das tragédias, sorrir das coisas engraçadas, temer o terror e etc.

Geralmente para isso, escolhemos os livros condizentes com as nossas particularidades, ou seja, se somos românticos, certamente procuramos histórias românticas, se gostamos de comédias, logo temos livros de comédia, e assim vai... Na verdade, é bem provável que buscamos a nós mesmos, nessas histórias, ou também, o modelo de vida idealizada e anulada pelas dificuldades reais e circunstanciais. Mas graças a esse recurso, podemos acordar para nossos sonhos, resgatar a fé no futuro e quem sabe, através desse caminhos, reconstruí-los. Com isso, o livro não servirá apenas como objeto comum sobre estantes e criados-mudos, ou a companhia nas horas de insônia. Será muito mais que o ponto de partida para o auto-conhecimento, a organização da alma individual em busca da paz coletiva.

 


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