"Eis que encontramos com o pensamente
longe, fora de si e da realidade, um indivíduo calado, onde o que apenas
se mexiam, eram os olhos atentos e perplexos. Não mão um objeto comum,
um livro, e na cabeça, a imaginação com asas voando para um mundo
infinito".
APRESENTAÇÃO
Como todos, procuramos mostrar e exaltar
através dos nossos enredos, o que achamos e acreditamos, seja da
realidade ou do imaginário, a história e as histórias, a evolução da
arte e da cultura.
Ao mesmo tempo que tentamos produzir um
verdadeiro espetáculo para o sambista, temos a imensa intenção, digamos
assim, de dar-lhes informação através da sua própria arte.
E mais uma vez engajados nessa meta,
traremos para o Carnaval de 1999, um tema que vai além dessa finalidade.
Nosso enredo é acima de tudo um ato de incentivo à leitura.
Viagens Extraordinárias, fala basicamente
do livro, mas na verdade exalta muito mais a curiosidade que se têm em
saber e aprender através dele, pois sem isso, o livro estaria reduzido à
objeto comum.
A grande curiosidade do homem e a
imaginação fértil do mesmo , torna o livro, o veículo que levará cada um
de nós a redescobrir o passado, a entender o presente, ou quem sabe,
viajar para mundos até então desconhecidos.
Ative as engrenagens da imaginação e entre
nessa máquina do tempo, juntamente com a Barroca Zona Sul.
INTRODUÇÃO
Amigo nas horas difíceis que tudo dá, sem
nada receber. Paciente ao esperar o esticar de nossas mãos à
contemplá-lo, e em devaneios, viajar através da imaginação do seu autor,
cuja as emoções e conhecimento, são colocados através de riscos de tinta
ou do bater dramático da máquina de escrever, tudo o que está por vir; a
fé no futuro; e o desconhecido.
O livro é o atalho mais rápido em direção
ao prazer pleno, e percorrer com as vistas o que nele está infinitamente
guardado, é ir de encontro a um mundo mágico, cujo o veículo é a própria
fantasia. O livro é uma extraordinária Máquina do Tempo que nos emite à
compreender o passado, as descobertas da humanidade, a história da mesma
e as guerras; a entender o presente, a política, os desequilíbrios
sociais e os avanços tecnológicos; a imaginar o futuro com seus robôs e
espaçonaves, cortando os céus, ou quem sabe, a extinção da própria
humanidade. A leitura nos permite vislumbrar o ímpeto dos heróis, a
evolução da mente humana, contudo, a covardia das bombas e mísseis
nucleares; o bem e o mal; amor e o ódio.
Através da leitura é que são feitas as
Viagens Extraordinárias, viagens para mundos distintos e desconhecidos,
outrora, para dentro de si mesmo. Ler é caminhar por ruas habitadas pela
própria inconsciência, é delirar com sentido e buscar no mundo irreal a
tônica da vida.
A leitura enriquece o espírito tornando-o
jovem e lúcido, e sua periodicidade, é a maneira primordial e verossímil
de ativar nossa capacidade imaginativa.
Mas, o que leva o homem a procurar nas
páginas do livro à companhia e o passatempo? Exatamente isso!
ENREDO
Com a amarga realidade dos desequilíbrios
sociais, econômicos e culturais, consequentemente, o homem, tem sido
atingido emocionalmente, buscando com isso nas páginas do fiel amigo, a
lógica dos tempos, a resposta fugaz e imediata para a sua, digamos
sobrevivência.
Em primeiro plano, ele encontrou nos
livros à descoberta que tornava seus conhecimentos universais.
Entretanto, não sabia que poderia com isso, perpetuar as suas novas
doutrinas através das épocas, nem tão pouco saber que, através delas,
somos mais preparados para entender os acontecimentos nos quais, direta
ou indiretamente fazemos parte.
O livro tem, acima de tudo, a grande
finalidade de estabelecer a confraternização de saber que transcende
hereditariamente de geração a geração, a generosidade de passar ao
próximo, o conhecimento e a cultura concebida por outro. E graça a esse
presente, somos conhecedores da nossa própria história: o índio, o
branco e o negro.
Com a importância das navegações, dos
desbravamentos, das buscas por tesouros e das observações dos astros,
curioso e incansável, o homem pode descobrir terras, delinear fronteiras
e através dos livros geográficos, se fez conhecedor do seu habitat
natural e do ecossistema.
Ainda curioso e incansável, ele observou
fenômenos, inventou ciências, calculou leis e as colocou no papel e
através dos livros de física, química e matemática, cedeu ao mundo a
razão e acidentalmente, por conseqüência se pôs na mira de bombas e
mísseis nucleares.
Os grandes mestres da gramática, as
poesias e os poemas dos mitos literários, a língua culta, os sinais de
códigos do dia a dia e etc., explicam a necessidade que temos em
registrar que Deus nos prevaleceu em relação aos outros seres. Sabemos
que a palavra falada e a comunicação oral está encerrada no espaço e no
tempo. Já a palavra escrita abrange o mundo infinito, cuja a voz
incessante, está para o todo sempre. A palavra escrita celebra através
do livro, a dádiva da comunicação, e além disso, corrige a distância
entre as civilizações. E mesmo educando, acima de tudo, os serve como
entretenimento.
Nós viajantes leitores, contamos com a
colaboração nobre das mentes insanas e procriadoras dos autores, para só
assim, mergulhar no universo alegórico das suas histórias através da
nossa própria inquietação. Logo, o imenso borbulhar de idéias, os
grandes estalos de enredo, a caneta e o papel, de nada valem, sem essa
imensa curiosidade. Curiosidade que curiosamente faz aflorar nossos
sentimentos mais íntimos e através da emoção, reagir diante das tramas,
como: chorar das tragédias, sorrir das coisas engraçadas, temer o terror
e etc.
Geralmente para isso, escolhemos os livros
condizentes com as nossas particularidades, ou seja, se somos
românticos, certamente procuramos histórias românticas, se gostamos de
comédias, logo temos livros de comédia, e assim vai... Na verdade, é bem
provável que buscamos a nós mesmos, nessas histórias, ou também, o
modelo de vida idealizada e anulada pelas dificuldades reais e
circunstanciais. Mas graças a esse recurso, podemos acordar para nossos
sonhos, resgatar a fé no futuro e quem sabe, através desse caminhos,
reconstruí-los. Com isso, o livro não servirá apenas como objeto comum
sobre estantes e criados-mudos, ou a companhia nas horas de insônia.
Será muito mais que o ponto de partida para o auto-conhecimento, a
organização da alma individual em busca da paz coletiva.
|