INTRODUÇÃO
Razões simbólicas da vida social
levaram o homem de todas as
culturas a aprender a celebrar.
A dança e a música não são
somente um contraponto da rotina
laboriosa que mantém a sociedade
vida e ordenada, elas estendem
para muito além do cotidiano a
experiência da vida social.
Tanto quanto lúdico o homem é
festivo, é parte de sua
essência, ou seja, de suas
manifestações culturais,
representadas pelas diversas
formas de fazer do homem. Este
homem múltiplo - do litoral, do
agreste e do sertão -
espontâneo, místico e profano a
um só tempo, carregado de várias
influências nativas, européias e
africanas, mas brasileiramente
reinventadas.
ENREDO
Alguém em algum momento
escreveu: "Quem samba fica, quem
não samba vai embora". Não é
verdade porque Quem Não Samba,
Dança!
A
dança é a celebração do homem
com a natureza, com a sua vida
social, com seus heróis e seus
deuses, pois os festejos e
folguedos o impossível no
possível, por isso é a expressão
da alegria de viver.
O
Brasil que tem no Carnaval, isto
é, numa explosão dançante, sua
festa máxima, possui cerca de
quinhentas danças diferentes.
Desde as mais constantes como o
samba, afoxé, boi-bumbá,
congada, frevo, maracatu e folia
de reis, até as menos difundidas
como o tambor de crioula,
cabeções e caiapó. De toda forma
o brasileiro é muito bom de
dança!
Os
bailes populares, que se
desenvolveram a partir de danças
rituais, as danças dramáticas,
inspiradas fundamentalmente em
fontes mágicas e religiosas,
mostram o homem aos outros
homens e a si mesmo, ao
mistério, à essência da própria
vida.
Neste final de milênio todas as
formas de dança são apreciadas.
Clássica, moderna, folclórica,
de vanguarda, ela atrai
multidões e, por certo,
enriquece os empresários.
No
século XX assistimos um desfile
variado e contínuo de danças de
salão. Se a rua é o espaço
mágico para uns, para outros o
templo é o salão, onde cada
passo revela um momento de
plenitude e realização. O grande
baile reúne a um só tempo a
valsa, o tango, a rumba, o mambo
ao lado do jazz, do rock e do
reggae e tantas outras danças
revitalizadas pelo vai e vem da
moda.
Nessa alegre gafieira não
importa o ritmo, importante é
ser dono do corpo, porque
dominar o corpo na dança é
dominar a vida, e neste ritual
vem a consciência e o
conhecimento de formas e
valores.