“Um rei seguia por uma estrada com sua comitiva, quando viu um velho plantando uma arvorezinha. Achou aquela atitude muito estranha, já que a árvore demoraria para crescer, e quando pudesse dar frutos, o velho na certa não estaria mais lá para aproveitar. Então o rei perguntou ao velho plantador de árvores por que ele insistia numa tarefa tão inútil. O homem respondeu: Fico feliz de plantar, mesmo não sendo eu quem vai colher. Não estamos aproveitando hoje árvores que foram plantadas há anos? Plantar é o que importa. Não o ato de colher. O rei considerou sábia a decisão do homem e, comovido, entregou-lhe um saco com muitas moedas de ouro como prêmio à sabedoria do velho plantador de árvores. E agradeceu assim: Viu só como são as coisas: eu mal acabei de plantar e já estou colhendo frutos.”
Introdução
Para contar a história da cidade de Dubai, precisamos entender, inicialmente, que o cenário árabe é propício a histórias fabulosas, a narrativas alegóricas, que sempre envolvem algum preceito moral, u alguma verdade importante. Eis porque apanhamos episódios históricos de Dubai e os devolvemos como enredo da Gaviões para o Carnaval de 2001, sob o signo do simbólico e do imaginário, dando-lhe caráter dramatúrgico para torná-lo fabuloso. Assim aproximamos o público de um universo mágico e fantasioso, como pede o Carnaval. Vamos a Dubai.
1º Setor – Riquezas Naturais – A pérola do Golfo
Chegavam numerosamente, de vários lugares do Oriente, pescadores, comerciantes e pescadores de pérolas. Atraídos pelas riquezas naturais da região do Golfo Pérsico, às margens do Mar das Pérolas, onde se ergueu o poderoso reino de Maktoum. O lugar era apenas uma aldeia sonolenta e quente, onde corria a fantástica lenda das pérolas, onde diziam que as pérolas eram lágrimas da Lua colhidas pelas ninfas do mar. Foi com o vôo das aves migratórias que veio para o Golfo o califa Omíada, do mundo oriental islâmico. Com seu exército, o Califa invadiu o sudeste da arábia, nas proximidades da aldeia dos coletores e expulsou dali os Sassânidos, poderoso clã que dominava a região. Com isso abriram-se as portas do Golfo para outro clã,o Al Abu Falasa (Casa de Al Falasi), que se estabeleceu na aldeia dos coletores de pérolas e entregou o controle a Abu Dhabi, cujo reino dourou pouco, até a ascensão da dinastia Al Maktoum (também descendente da Casa de Al Falasi). O Sheik Rashid Bin Saeed al Malktoum, tomou o controle da aldeia sem resistência e, às margens do Mar das Pérolas, fez brotar Dubai, a pérola do Golfo.
2º Setor – A formação de uma sociedade cosmopolita – O Reino de Maktoum
O reino de Sheik Rashid Bin Saeed al Malktoum era promissor, visionário, projetava para o futuro a verdadeira vocação de Dubai, que em pouco tempo tornara-se importante cidade do Oriente. Foi num sonho que o Sheik Rashid viu a cidade do futuro brotando no deserto árabe e, ao amanhecer, levou Mohamed, ser filho, às margens do Mar das Pérolas, passeio que repetiria anos a fio, e mostrou-lhe toda a região onde brotara a cidade, que seria a porta do Golfo para o mundo. De fato o Sheik abriu as portas para pescadores, mercadores, comerciantes, que enriqueciam cada vez mais a economia da cidade. Beduínos surgiam de todos os lugares para a grande construção. O sheik vai buscar referências no passado da região, para projetar seu futuro. A Pérsia, a Índia, a Síria e a Arábia despejam cultura e ensinamentos sobre povo de Dubai. Acreditrava o Sheik em seus sonhos e dessa forma queria apanhar ensinamentos herdados pela família para construir a metrópole do Oriente tornando realidade o Reino de Maktoum e os sonhos do rei.
3º Setor – As realizações do sonho do rei – A cidade do futuro
Embora próspera e rica, a cidade estaria em constante ebulição, exigindo cada vez mais investimentos para tornar-se a metrópole tão sonhada pelo rei. Um sinal enviado pela natureza encheria de esperança o velho Sheik: o petróleo jorraria trazendo progresso e muitos trabalhadores para a região. Mas não seria suficiente, o crescimento acelerado aumentaria a fome financeira e o Sheik teria de pedir milhões de dólares emprestados ao seu vizinho rico produtor de petróleo, o Kuweit, para a construção de ancoradouros, armazéns, estradas, escolas e casas. A educação, a arquitetura moderna e a tecnologia, representando o conhecimento, a modernidade e a comunicação, que estariam nas prioridades do Sheik. Seria necessário dar condições mais adequadas para que os visitantes passassem pela cidade, de forma quase obrigatória, o que traria o desenvolvimento da aviação para o progresso de Dubai como Centro Financeiro do Oriente e sedimentá-la como cidade do futuro.
4º Setor – Comércio, Turismo e lazer – Um sonho para todos
Pois foi com o apoio do vizinho rico que Dubai passou a brilhar como estrela no firmamento árabe. O mundo passou a conhecer e respeitar o Reino de Maktoum. Milhares de pessoas hoje passem pela cidade de Dubai e com freqüência recorrem ao cheiroso mercado de especiarias em busca de sensações e lembranças daquele extraordinário lugar. Como metrópole, Dubai se orgulha dos shoppings, da Palm Jumeirah Residence, de suas praias, de lugares mágicos, como os Hotéis Burj Al Arab, o único sete estrelas do mundo, e o Hidropolis, construído no fundo do mar, e o parque de diversões Dubailand.
5º Setor – Esporte e Cultura – Um futuro promissor
Como previra o Sheik Rashid, a cidade tornou-se a porta do Oriente para o mundo. A cultura é responsável pela reunião de momentos verdadeiramente fabulosos quando se visita Dubai. Seu festival de cinema é um dos maiores acontecimentos artísticos do Oriente. O Forte Al Fahid, que virou museu, possibilita ao visitante experimentar a sensação de uma noite no deserto. Outro importante museu é o do parque do ouro e do diamante, que leva o visitante a conhecer os métodos de produção do ouro e como o diamante é lapidado. O museu também é primoroso pelas jóias árabes, italianas e indianas que apresenta. Dubai também se dedica ao desenvolvimento do esporte. A famosa corrida de camelos é destaque no mundo e os esportes aquáticos são bastante difundidos, assim como o futebol, que desde 2007 é realizado um campeonato organizado por agentes da FIFA, do qual participam algumas das maiores equipes de futebol do mundo. A copa é disputada em quatro partidas realizadas no Dubai Sports City e entrega premiação milionária às equipes que a disputam. Agora quem sonha é Mohamed, filho do Sheik, que nutre o sonho das Olimpíadas realizadas em Dubai.
O velho Sheik não viveu para ver sua cidade finalmente construída e atraindo pessoas do mundo inteiro. O jovem Mohamed se lembra da última vez em que o pai o levou ao passeio nas margens do Mar das Pérolas, onde pintava seus sonhos com a tinta da esperança, ensinando ao filho todos os caminhos para fazer com que Dubai tenha um futuro promissor e que seja um símbolo de riqueza e prosperidade para o mundo curioso, e vendo seu pai no fim de seus dias, Mohamed perguntou: Pai, porque investiu tanto dinheiro na construção dessa cidade, se o senhor não poderá desfrutá-la depois. Sua idade avançada não permite esse sonho, vê-la pronta no futuro. O Sheik riu e respondeu: Dubai será o lugar mais próspero da Terra, meu filho. Aqui, a natureza vai ser respeitada e estará sempre em harmonia com o homem. Construiremos a maior cidade da Arábia. É como o velho que plantou a árvore na fábula: “Fico feliz em plantar, mesmo não sendo eu quem vai colher os frutos. Não estamos hoje aproveitando as árvores que foram plantadas muitos anos antes? Plantar é o que importa, não o ato de colher.