A Barroca Zona Sul fez uma viagem profunda na história dessa grande estrela brasileira, a diva Carmem Miranda, que nos encantava, com sua graça dançando, cantando e com muita sensualidade nos seduzia com o balançar dos seus balangadãs e é motivo de carnaval. Por isso escolhemos os melhores momentos de sua carreira e queremos deixar bem claro que não seguiremos a cronologia de sua história. Iremos mostrar sua trajetória real num roteiro pessoal de apresentações, pois, nós nos preocupamos com a dinâmica visual do enredo
Salve Carmem Miranda!
SETOR 1: TUDO COMEÇOU ASSIM
Maria do Carmo Miranda nao era brasileira como muitos pensavam. Naceu em Portugal em Marco de Canavezes em 09/02/1909, seu pai o barbeiro José Maria Pinto da Cunha aventurou-se sozinho até o Rio de Janeiro em busca de novas oportunidades. Carmem tinha apenas dez meses quando seu pai mandou busca-la em companhia de sua mae Maria Emilia da Cunha e foi criada bem no meio da boemia carioca, numa humilde pensao familiar no primeiro andar da trav essa do comércio numero 13, centro do Rio de Janeiro. Aos 15 anos trabalhgou em uma loja de gravatas e em seguida por conta própria, passou a confeccionar chapéus femininos com muita arte e originalidade. Nessa época mudou seu nome para Carmem Miranda, adorava cantar, queria ser artista, sabia que poderia vencer e chegou a ser demitida em um de seus empregos por viver cantando. Em 1929 foi convidada para cantar numa festa do Instituto Nacional de Musica, foi descoberta por Josué de Barros, compositor conhecido da época, que percebeu seu potencial ao interpretar a musica "chora violao", resolveu investir em sua carreira pagando-lhe cursos de canto e dicção e ainda encaminhando-a as rádios e gravadoras.
SETOR 2: Explosao nacional de Carmem Miranda, no Rádio e Cinema Brasileiro
Um ano depois no auge se seus vinte anos, para orgulho de Josué, Carmem Miranda explodiu como celebridade no Brasil, para sorte da RCA Victor que estava formando seu elenco de cantores. Passou Carmem a ser literalmente a "menina de ouro" da Victor.
O sucesso nas rádios corria o chão de todo o país, e a baixinha que usava aqueles sapatos plataformas para ficar mais alta, ganhou por causa disso o apelido carinhoso do radialista César Ladeira de "a pequena notável". Seu primeiro grande sucesso foi "taí para você gostar de mim".
A marcha popular até os dias de hoje teve tinta e seis mil cópias vendidas em uma época em que o numero de cinco mil era um marco. Daí em diante foram vários sucessos como: "o que é que a baiana tem" (fazendo da banana o traje tipico da mulher brasileira perante o mundo), "uva de caminhão", e muito mais. Carmem Miranda era uma mulher realmente notável e logo conquistou as telas do cinema nacional em filmes como "banana da terra", "alo alo carnaval" entre outros, deixando uma imagem definida e um estilo marcante com os quais a artista difundiria a musica popular brasileira e nossos síbolos tropicais.
Do Brasil para o Mundo: no Rio de Janeiro o grupo musical "bando da lua" que acompanhou Carmem por toda sua vida era sucesso ao lado da estrela do Cassino da Urca. Foi no cassino que o produtor teatral Lee Shubert que veio ao Brasil especialmente para ver o show de Carmem Miranda e se encantou com ela convidando-a para atuar na Broadway em Nova York.
Ela concordou desde que pudesse levar o seu conjunto O Bando da Lua, poucos dias depois estreavam na Broadway. O presidente Getúlio Vargas usou esse fato para divulgar a imagem do Brasil no exterior, assim Carmem Miranda seria a embaixatriz do Brasil dentro da politica de boa vizinhança entre Brasil e Estados Unidos, a sombra da segunda guerra mundial. Mesmo sem entender o tempo que ela estava nos principais jornais e revistas dos EUA. A loja SAKS FIFTH AVENUE faturou milhões lançando com exclusividades os seus sapatos, turbantes e balangandãs.
SETOR 03: A Consagração em Nova York, o retorno ao Brasil, o sucesso no cinema internacional, a criação de Zé Carioca
De volta ao Brasil, numa apresentação no Rio de Janeiro no cassino da Urca, Carmem foi vaiada pelo publico e criticada pela imprensa local, dizendo que ela estava americanizada. Magoada encomendou a musica "diseeram que eu voltei americanizada". Carmem sofreu muito ao ser recebida friamente pelo publico brasileiro daquela formo, logo ela que sempre declarou seu amor pelo Brasil e definitivamente assumiu como seu país de coração.
De volta para os EUA muito magoada, dessa vez para Hollywood (Califórnia) onde tinha varios compromissos, pois já era umas das principais estrelas do mercado internacional de cinema e teatro, Carmem foi estrela de varios filmes como: "serenta tropical", "sonhos de estrela", "serenta boemia" entre outros. E comos e nao bastasse o Walt Disney criava em seus estudios o personagem "Zé Carioca" inspirado em Carmem Miranda.
Era o triunfo na América e em todo o mundo, consagrada torna-se unica artista brasileira a ter suas digitais das mãos e pés na calçada da fame do chinese teatro em Hollywood.
Carmem Miranda transportou o Brasil na sua bagagem, fazendo com que toda gente que não conhecia o Brasil adorasse a musica e seu ritmo. O Brasil tem uma divida impagavel com Carmem que ficou quatorze anos sem retornar ao país por conta da magoa que sentiu quando vaiada no Cassino da Urca. Mas tudo isso foi esquecido aos quarenta e seis anos em 1955 ela faleceu em Beverly Hills. Um milhão de pessoas chorando e cantando suas musicas que nos embalou "no balançar dos balangandãs de Carmem"
"Salve Carmem Miranda o brilho da estrela que nunca se apagou"
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