Quando
o negro aqui chegou
o rufar do seu tambor anunciava
Era dia e noite, o estalo do açoite o esperava
Mas o tempo foi passando
negro diversificando no meu Brasil
E sudanenses e bantos abrigando-se aos tantos
Nessa pátria mãe gentil
E quem
chegava? Era o irmão!
O que esperava? Escravidão!
A mina do tijuco era o destino
e o branco assistindo a mineração
Do ouro à pedra fascinante... o diamante
Em Diamantina era o apogeu
Sinhá Chica da Silva ali cresceu
E na
dança do canjerê... o som do visungo ressoa
Nessa vou levar você... pra festa do boi Gerôa
Fatos
marcados, auto retrato do meu Brasil Colonial
Se vê na pintura de Debret
a desigualdade e o preconceito
racial
Se o brilho pelo mundo se espalhou
No seu trabalho o escravo ali cantou
Quem sabe até a canção da esperança
Quem sabe um dia livre como uma criança
Mas
a bonança chegou, a princesa assinou a lei
Presenteada pela comunidade
com
As Camélias da Liberdade
Na
batida do Calumbé eu tenho fé
E o Valença Perus vem mostrando como é
No seu canto a união à devoção
e muito axé.
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