INTRODUÇÃO
Tendo Deus feito o
homem a sua imagem, criou os anjos para auxiliá-lo
na criação do mundo.
E segundo se sabe,
eram a própria luz da criação e não tinham face.
Tomou-se então emprestada como máscara o rosto do
homem.
ROSTO FAZ O HOMEM
Através da expressão
dos olhos, da boca e da face tornam-se
exteriorizados nossos sentimentos. Neles estão
contidos individualmente o que diferencia um homem
na multidão. Quem pretende manter-se incógnito
oculta seu rosto. Mas as máscaras podem também
servir para que as pessoas renunciem por algum tempo
a sua própria personalidade e passem a viver
personagens simbolizados pelas máscaras. Assim era
com as máscaras usadas pelos atores antigos, e
também como aquelas utilizadas para personificar
deuses.
UM SEGUNDO ROSTO
Você já imaginou um
homem sem rosto?
Ou que suas feições
fossem escondidas e nós não pudéssemos ver o rosto,
o sorriso, as expressões faciais?
Tudo referente a ele
se tornaria mistério. Entre alguns povos, como os
atuais melanésios e os antigos Etnucos, certos
deuses eram representados sem rosto. São deuses
velados ou incognoscíveis. Quando um homem cobre seu
rosto, sua intenção pode ser a de preservar em
sigilo sua identidade. Mas o ato também tem um
significado mais profundo e simbólico.
Retirar das pessoas
suas características particulares, igualando a um
grupo, a instituição ou uma coisa. Do sacerdote
primitivo que com a máscara passa a encarar os
espíritos, o ator se torna um personagem, a máscara
sempre despersonaliza e generaliza.
No berço da
civilização (África), as tribos tinham como elo de
ligação a religião, dando origem posteriormente ao
candomblé. Eles já usavam pintados como máscara e os
utilizavam em seus rituais de dança.
Não conheço as causas
reais dos fenômenos da natureza, doenças, germinação
de plantas, das chuvas, etc. E não sabendo, por
isso, como beneficiar-se deles ou contorná-los, os
primitivos lhes atribuem como causa mistérios antes
superiores. Todo bem e todo mal eram obras dos
espíritos. E só há uma maneira de controlar a
natureza: apelar para os espíritos.
A relação com o mundo
oculto dos espíritos se faz através da magia, das
técnicas destinadas a abrir a porta para "o outro
mundo". Os especialistas - pajés, xamãs, curandeiros
- baseiam-se na simpatia.
A magia simpática é
aquela em que a coisa a ser controlada, como
doenças, morte, germinação, animal de caça, chuva e
etc. É substituída pela sua imagem. Faz um boneco
parecido com o inimigo e furam-lhe os olhos, para
cegá-los. Desenha-se um animal a ser caçado e
golpeia-se o desenho, pretendendo, com isso,
aumentar o sucesso da caça. O pajé coloca a máscara
que representa o espírito da chuva e debruça-se
sobre a terra, o espírito da doença esperando em
torno do paciente, depois afasta-se esperando que a
doença se vá.
A máscara na magia é a
despersonalização do curandeiro que se transforma em
coisas, objetos, plantas, espinhos e demônios.
No cerimonial fúnebre,
as máscaras passaporte representadas pelos Faraós
Egípcios, Reis Incas e Astecas e nobres de vários
outros povos, utilizavam na tentativa de manter
integridade durante a viagem ao reino divino.
A máscara na
representação. Chegamos à Grécia, o berço do teatro
com suas máscaras de guerra e os dramas de arena, a
tragédia e a comédia. Na Itália, da Idade Média ao
Renascimento, os teatros intolerantes da comédia
Del'Arte, mostravam, pequenos dramas em que os
atores utilizavam diversas máscaras para
caracterizar os personagens. Neste período surgem
também os mímicos que maquiavam o próprio rosto para
ajudá-lo em suas apresentações. Carnaval
consolida-se na Europa, nas ruas e nos salões. O
carnaval de Veneza fica célebre, no Brasil, os
corsos, todos fantasiados de Colombinas e Arlequins
em sua maioria, saindo em verdadeiras balbúrdias
pelas ruas e avenidas da cidade do Rio de Janeiro.
Em nosso dia-a-dia,
convivemos com a máscara da indiferença que pode
levar o mundo ao verdadeiro caos, a da alegria
eterna dos palhaços, a bondade e a maldade, a
máscara do cinema com os heróis e vilões na TV, nas
histórias em quadrinhos, e no trabalho, a máscara dá
proteção.
Para finalizar o
enredo, a esperança do nosso Brasil nos caras
pintadas de hoje, que proporcionam alegrias.