::.. CARNAVAL 1997 - G.R.C.B. VOVÓ BOLÃO................................
FICHA TÉCNICA
Data:  09/02/1997
Ordem de entrada:  6
Enredo:  O Mundo Mágico dos Carajás
Carnavalesco:  não consta
Grupo:  BLOCOS - Espera
Classificação:  10º
Pontuação Total:  não consta
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  não consta
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  não consta
Intérprete:  não consta
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  não consta
Porta-bandeira:  não consta
SAMBA-DE-ENREDO

UNIDOS DE VILA MARIA
COMPOSITORES: BOY/ PINHA/ LELEI

 

MESMO NO INFINITO

VEJO A IMAGEM DE VOCÊ

TUDO É TÃO BONITO VOVÓ BOLÃO

SINTO ALEGRE NO MEU CORAÇÃO

 

HOJE DA REGIÃO DO ARAGUAIA

VENHO UMA HISTÓRIA CONTAR

O MUNDO MÁGICO SIMPLES E BONITO

QUE É A VIDA DO ÍNDIO CARAJÁ

 

COM SUAS LENDAS E TRADIÇÕES

FAZENDO PARTE DA CIVILIZAÇÃO

VOVÓ BOLÃO COM ESSE TEMA

CANTANDO COM EMOÇÃO

 

BATE FORTE NO BUMBO

EU QUERO VER

ESSA GALERA DA PLATÉIA ESTREMECER

 

A VIDA COM SUA BELA NATUREZA

A CAÇA, A PESCA E A DANÇA

FAZ PARTE DESSE MEU PAÍS

EM ARUANDA A FESTA É MAIS FELIZ

 

DE VERMELHO, PRETO E BRANCO VOU ME PINTAR

CURTIR A FESTA COM O ÍNDIO CARAJÁ.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: Raul Diniz

 

O primeiro homem civilizado que visitou a região do Araguaia e teve a primeira referência sobre os índios Carajá foi o bandeirante paulista Antônio Pires de Campos, que percorreu a região e constatou a presença de ouro em forma de lâminas muito finas. O primeiro contato, pacífico a princípio, acabou em lutas violentas. Muitos índios foram mortos ou escravizados.

Os índios da tribo Carajá são bem proporcionado, bonitos e a boa alimentação dá ao Carajá muita força e saúde, que demonstram remando ou "brincando" de luta de braço. Os Carajás cuidam muito do corpo, banhando-se constantemente. O primeiro banho é de manhã. Mas por qualquer motivo, se lançam na água. Usam como sabão a casca de uma árvore.

Os homens da tribo, andam constantemente nus, mas cobrem o corpo com pinturas. Os banhos freqüentes desgastam as pinturas dos corpos, que são constantemente renovados. Usam enfeites nas orelhas e nos lábios inferiores colocam um tembetá. As mulheres adultas usam uma espécie de tanga preta. Na cabeça usam ataduras de embira (casca de cipó). O arranjo de cabelo é feito de acordo com a idade e o sexo. Antigamente usavam dentes de piranha ou lascas de taquara para cortar o cabelo, depois untavam com óleo de palmeira, tornando-o preto e ondulado.

Os índios pintam o corpo de branco, vermelho e preto. O branco vem da argila. O vermelho é extraído do urucu. O preto é obtido do jenipapo ou da fuligem de certas madeiras queimadas. Pintam com as próprias mãos com muito cuidado que variam de acordo com a ocasião, festas ou rituais. O cacique e as suas mulheres recebem tatuagens e pinturas diferentes no rosto.

As tatuagens são pinturas permanentes feitas com dentes de cachorros, encastoados numa cuia. Riscam cortando levemente a pelo. Quando o sangue dos cortes para de escorrer, colocam a tinta de jenipapo. A tatuagem típica é a marca tribal, feita no rosto por pessoas especializadas.

A cerâmica é um trabalho realizado pelas mulheres. Fazem vários tipos de jarro, potes altos, urnas funerárias, panelas e tijelas. As meninas aprendem a fazer bonecos de barro,  "os licocós - que representam mulheres grávidas, com seios e nádegas muito grandes, pois esse é o ideal de beleza da menina Carajá: crescer cheia de formas, ser fértil e ter muitos filhos" e aprendem a fazer a cerâmica utilitária.

O homem Carajá é imponente com suas armas. Usa a clava, o tacape, as lanças e o arco e flecha com ponteiras de osso, de madeira ou lascas de bambu.

Na tribo Carajá homens e mulheres enfeitam-se desde crianças. Os jovens usam mais enfeites do que os velhos. O adulto não se enfeita muito. Mas se ficar viúvo, volta a usar os enfeites da juventude.

Nas ocasiões festivas, os Carajás usam na cabeça um cocar. O cocar é feito com armação de taquara, onde colocam penas de papagaios, araras, cegonhas, garças e outros pássaros. Arrancam as penas e misturam as cores artisticamente. Há muitos outros enfeites de plumas. Faixas para a testa, cintas de penas para os quadris, pulseiras, colares com penas e outros materiais: miçangas, frutos e cordéis de algodão e pingentes.

As roupas dos Carajás são os enfeites que usam. Logo que as crianças nascem, introduzem nas orelhas enfeites de dentes de capivara, rosetas de plumas pendentes, rosetas feitas com penas de papagaio ou uma simples vareta de bambu. As cores variam entre os jovens e as crianças.

É difícil penetrar no mundo mágico dos índios Carajás, embora já estejam em contato com os civilizados há muito tempo.

O menino Carajá ao entrar na adolescência passa a viver na casa das máscaras ou dos mistérios. Nesta casa aprende a arte plumária e os segredos masculinos: os ritos de fertilidade da mitologia Carajá. O Carajá ao se tornar pai observa o choco. Não pode andar muito nem falar. Durante esse período tem que observar vários tabus: não pode comer carne de piranha, peixe muito voraz, que poderá transmitir ao filho maus caracteres. Acredita que a ligação entre pai e filho é tão profunda, que estas devem ser respeitadas cuidadosamente.

FESTA DE ARUANÃ

É uma das mais empolgantes do calendário mágico religioso dos Carajás. É realizada por ocasião da Lua Cheia. Dançam a noite toda. Na casa das máscaras estão todos os enfeites da dança: camisa com fibra de coqueiro e um saiote de fibras soltas. A cabeça da máscara é enfeitada por penas de arara que aumentam o tamanho dos dançarinos.

Da casa de máscaras os índios vêm para a praça, aos pares, dançando, renovando os ritos dos feitos heróicos, amorosos e dramáticos do povo Carajá.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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