A LENDA
Potira-i uma
jovem e bela índia da tribo dos Mundurucu amava muito a natureza.
Passava os dias à margem de um lago que havia próximo da aldeia,
conversando com os peixes, pássaros, insetos, onças e diversos outros
animais que iam até lá para beber água. Quando a noite ia chegando,
Potira-i ficava maravilhada com a beleza da lua que chegava acompanhada
das estrelas, e dessa forma nasceu-lhe o desejo de tornar-se também uma
estrela. Um longo tempo se passou, e aquele desejo aumentou. Potira-i já
havia comentado com todos seus amiguinhos da margem do lago, a vontade
que tinha de virar uma linda estrela. E um dia resolveu perguntar ao seu
pai, como surgiam as estrelas no céu, tendo como resposta o seguinte: "O
deus Lua é um belo e forte guerreiro, e toda vez que ele vem à Terra, as
moças tentam ganhar seu amor, aquelas que conseguem são transformadas em
estrelas". A partir de então, Potira-i todos os dias ficava esperando a
chegada do deus Lua, junto de seus amiguinhos à margem do lago,
suplicando pelo seu amor. Numa noite deu conta de algo que não havia
reparado anteriormente, viu refletida nas águas do lago a imagem de seu
amado, e sem pensar atirou-se nas águas e foi levada para o fundo, de
onde não mais retornou.
Os peixes (pacú
e tambaqui), a onça (jaguatirica), o pássaro (gaturano) e a borboleta (panaobi(
pediram ao deus Lua (Jaci) que Potira-i não fosse levada para ser uma
estrela no céu. Por isso o deus Lua fez surgir das profundezas do lago e
no mesmo lugar onde ela havia sumido, uma flor com folhas em forma de
estrela. Os índios deram-lhe o nome de "mumuru" (feita nas águas).
E todas as
noites Potira-i ou Mumuru, quando o deus Lua chega, abre suas pétalas e
lhe oferece seu perfume, recebendo o carinho de seus raios prateados.
A
HISTÓRIA
Ela é uma
planta aquática, da família das Ninfeáceas, de folhas flutuantes com o
diâmetro aproximado de 2 metros que suportam até 45 quilos sobre si. As
flores são aromáticas, têm entre 25 e 30 centímetros de diâmetro.
Começa a
desabrochar durante a tarde, se abre por completo à meia-noite exalando
seu perfume nesse momento, fecha-se na madrugada e isso ocorre por duas
noites, depois morre. E sua semente desce ao lodo e germina na época das
chuvas.
Em 1849 foi
levada à Inglaterra, para um jardim no Castelo de Windsor, a pedido da
Rainha Vitória e seu marido o príncipe Alberto. Daí o fato de receber o
nome de Vitória-Régia.
Isso era
evidentemente um roubo, pois essa flor só existia no Brasil, e eles
queriam tê-la na Inglaterra. Contudo, a vontade da Rainha Vitória não
foi saciada porque o jardim pegou fogo, restando para ela apenas a
homenagem que o botânico fez ao denominar a planta de vitória-régia (que
significa Rainha Vitória).
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