No ano em
que a cidade de São Paulo comemora seus 450 anos, exaltamos o povo
paulista, miscigenado, trabalhador e desbravador por natureza.
Aqui
aportaram as caravelas portuguesas, num território inóspito, onde os
colonos portugueses misturaram-se intensamente às populações indígenas
nativas e mais tarde aos escravos africanos, formando um mundo de
cafuzos, mamelucos e mulatos que iniciaram a construção da metrópole,
aliados aos povos imigrantes.
Uma
mão-de-obra gigantesca, um povo trabalhador, que semeou grandes lavouras
cafeeiras, cortadas por carros-de-boi e depois construiu as grandes
indústrias e as grandes estradas, possibilitando a chegada dos
migrantes, que partiam de sua terra natal em busca do sonho de trabalho
e riqueza.
Todos os
caminhos trazem a São Paulo, que mais parece um terra sem fronteiras,
que recebe, sempre de braços abertos, povos de todos os outros estados
da nação. Pela terra, pelo ar ou pelo mar chegam os pilotos do
progresso, que diretamente afetam a vida cultural, social e econômica da
cidade.
Esta invasão
faz de São Paulo uma cidade multicultural e um grande centro
gastronômico.
Aqui o
turista mais desavisado se surpreende com a estranha mistura de
feijão-de-corda com o pão-de-queijo, que por sua vez convivem em total
harmonia com o forró e a música sertaneja. Tudo isso regado a um bom
churrasco com chimarrão. Por causa da migração é possível comer em São
Paulo qualquer doce feito com a fruta mais exótica da Amazônia, um bom
acarajé preparado por uma baiana autêntica e aquele doce de leite com
queijo mineiro. E ainda comer leitão à pururuca, vaca atolada, falinha
ao molho pardo, moquecas com jeitão capixaba, costelinha de porco com
canjiquinha e angú. Difícil é resistir...
A grande
cidade, ora da garoa, sempre de concreto, recebe em seus parques, que
são verdadeiros oásis, parte de seu povo, que às vezes, sem opção, vai
caminhar, correr, ou simplesmente respirar.
Talvez a
melhor tradução para Sampa seja: A Torre de Babel do Brasil!!!
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