::.. CARNAVAL 2000 - G.R.C.E.S. ERMELINENSE................................
FICHA TÉCNICA
Data:  não consta
Ordem de entrada:  0
Enredo:  Rio Tietê
Carnavalesco:  não consta
Grupo:  Espera
Classificação:  5º
Pontuação Total:  91,0
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  não consta
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  não consta
Intérprete:  não consta
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  não consta
Porta-bandeira:  não consta
SAMBA-DE-ENREDO

Compositores
Compositor: SIDNEY APARECIDO CONCEIÇÃO

 

SOU ASSIM... SOU ASSIM!

E NÃO CORRO PARA O MAR... PARA O MAR!

UMA ALDEIA SOLIDÃO

CORREDEIRA ALUVIÃO

DESÁGUO NO PARANÁ

 

CACHOEIRA TAMBÉM SOU... OH, OH!

O SONHO DE UM PESCADOR... PESCADOR!

SOU ESPELHO QUE ASSUSTA O CIDADÃO

A HISTÓRIA DE CEGUEIRA E PAIXÃO

 

SOU CAMINHO CONTRA O MAR

EU SOU A LAÇA DE CONCRETO PONTILHÕES... PONTILHÕES!

A DEMÊNCIA FLUVIAL

MAIS EU NÃO TE QUERO MAL

VEM FAZER MEU CARNAVAL

 

TIETÊ

LÊ, LÊ, LÊ, ERMELINENSE JÁ VAI EMBARCAR LÊ, LÊ, LÊ

LÊ, LÊ, LÊ, NAS ÁGUAS DO RIO VAI NAVEGAR.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor:

 

Situado no Estado de São Paulo, o Rio Tietê nasce no Município de Salesópolis, Serra do Mar e corre pelo estado de São Paulo, passa por dezenas de cidades atravessa todo o estado de leste para oeste até despejar suas águas no Rio Paraná, divisa dos dois estados. O surgimento de cidades em suas margens deveu-se à ação dos bandeirantes que o utilizavam como via de acesso ao sertão. Na cidade de São Paulo foram construídas fortificações nas margens do Tietê pelos bandeirantes. Resquícios de alguns sítios arqueológicos ainda são encontrados em Itaim Paulista, Ermelino Matarazzo, Tatuapé, e zona oeste da cidade. Antes de ser destruído pelos esgotos e atividades fabris, o rio serviu para o recreio da população da cidade que se utilizavam de suas águas como balneário até o final da década de cinqüenta. Muitos clubes de expressão surgiram em suas margens como o Esporte Clube Corinthians que teve seu auge ligado às regatas praticadas no Rio Tietê. Espéria, Tietê são outros clubes que surgiram em função do rio. Além dos esportes, piquenique e banhos o Rio Tietê serviu para a pesca e toda sorte de lazer para os cidadãos. A poluição destruiu qualquer possibilidade de vida do rio no seu percurso por grandes, médias cidades. É hoje o rio mais poluído do Brasil em uma cidade que carece de toda sorte de lazer e até mesmo de exemplo de dignidade.

RIO TIETÊ

Poema e música de Valionel Tomaz Pigatti (Léo Tomaz)

"Sou assim não corro para o mar".

- O Rio Tietê, ao contrário dos demais rios do território brasileiro, corre no sentido contrário ao mar.

"No meu leito te faço mergulhar".

- (Barrancas) barrancos, elevações na margem do rio, (umbral) limiar, entrada, soleira da porta.

"A vontade de ver um pouco mais".

- O poeta usa barrancas e umbrais para expressar o que é constante na poesia - a intenção de um observador em alcançar maiores distâncias, ultrapassar horizontes, evoluir, melhorar.

" A mais pura demência fluvial".

- Nesse verso o poeta expressa a condição em que o Rio Tietê se encontra em nível de poluição e atenção pelos cidadãos que, direta ou indiretamente, são responsáveis pela sua morte.

"Mesmo assim eu não te quero mal".

- Transferindo sentimentos humanos ao rio, o poeta eleva-o acima dos cidadãos em relação ao amor e a tolerância pelos que com ele coabitam o território, ao respeito e ao perdão.

"Fui a porta de entrada dos sertões".

- A expansão do território brasileiro e da colonização do mesmo deve-se ao Rio Tietê. Os bandeirantes utilizaram o rio para adentrar ao interior já que o mesmo corre no sentido contrário ao mar e tornou-se, portanto, uma grande via de acesso aos sertões.

"Sobre mim deslizam chatas e monções".

- Chatas são embarcações utilizadas ainda hoje para transpor o rio de uma margem à outra ou realizar pequenos percursos. Monções, expedições que subiam ou desciam os rios das capitanias de São Paulo e Mato Grosso (séc. XVIII E XIX).

"Sou revessa, eu caminho contra o mar".

- Revessa é a água da margem que segue no sentido contrário a correnteza de um rio. Por seguir no sentido contrário dos demais rios, o poeta reforça a idéia colocando o Rio Tietê como uma revessa em relação aos outros.

"Sou a veia da cidade".

- É no rio que o corpo social das cidades por onde ele passa se transforma em líquido. A qualidade do corpo social pode ser medida pela qualidade das águas do rio.

"Deságuo no Paraná".

- O Rio Tietê deságua no Rio Paraná.

"Sou paulista e um pouco mais".

- Por ser um rio que nasce e termina no Estado de São Paulo pode ser considerado um rio paulista. Por desaguar e juntar suas águas às do Rio Paraná, um pouco do Rio Tietê e do que ele recolhe no estado, segue em frente avançando sobre outras fronteiras.

"Sou as alças de concreto, os pontilhões".

- A expansão das cidades que nasceram em suas margens cobriu o rio de pontes e viadutos.

"Sou as margens que separam os corações"

- Até a década de cinqüenta, em certas áreas como a região de Vila Maria as cheias alagavam boa parte do bairro e aumentavam consideravelmente a distância entre as margens do rio. As pontes começavam e terminavam na água. Os operários que moravam na Vila Maria se deslocavam para trabalhar no Bairro do Belém, do Brás ou do Pari. Muitos não conseguiam pegar um barco para atravessar e tinham que pernoitar distante de suas casas e famílias.

Existem outras localidades pelo interior em que o Rio Tietê pe bastante largo. No verso há também o sentido simbólico da despedida ou do amor impossível.

"Uma cidade, uma aldeia, solidão, cachoeira, corredeira, aluvião".

- Manifestações sociais e manifestações naturais ao longo do percurso do Rio Tietê.

"Sou pintado no sonho do pescador".

- O pintado, entre outros, foi um peixe muito comum nas águas do Rio Tietê. Em algumas cidades, restaurantes se colocavam em suas margens e ofereciam peixes frescos pescados ali mesmo, especialmente o Pintado.

"Com o poeta eu divido a minha dor".

- O sofrimento do rio moribundo é dividido com o poeta.

"Uma história de cegueira e paixão"

- O Rio Tietê tem uma longa história de projetos para recuperá-lo. Porém, como em outras atividades, o dinheiro para os trabalhos de recuperação quase nunca chegam às margens do rio. A recuperação do Rio Tietê tem servido para justificar a corrupção e gastos inadequados do dinheiro público.

"Sou o espelho que assusta o cidadão".

- O espelho d'água do Rio Tietê reflete a miséria, o atraso e o subdesenvolvimento da sociedade paulista e brasileira. Ao se identificar com o rio e se enxergar nele o poeta se assusta porque também é parte daquilo, porque também é responsável por aquilo.

"Sou revessa eu caminho contra o mar,

Sou a veia da cidade, deságuo no Paraná,

Sou paulista e um pouco mais..."

Valionel Tomaz Pigatti (Léo Tomaz)

São Paulo, novembro de 1999

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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