Mãe África:
Em seu habitat
natural, existiam muitas tribos, onde os negros eram
liderados por uma autoridade suprema. Em Oyó, na
Nigéria, um Alafim ou Rei, era considerado como um
chefe cuja posição na Terra era comparável a do ser
supremo no paraíso. O Alafim governava com a ajuda
de um poderoso grupo de conselheiros; os Oyó Mesi.
A liberdade era muito
intensa, viviam felizes, plantando, caçando,
dançando, pintando, esculpindo, etc...
Proporcionavam a sua nação o que de bom poderia
existir.
A civilização Yorubana
estava no apogeu nos séculos, XVI à XVIII; neste
época houve um famoso mestre em fundição de bronze,
que durante o reinado de Obá Oguola, veio para a
cidade de Benin trabalhar sua arte para a corte;
chamava-se Egueghae. Os artistas, apesar de terem
regalias eram vigiados, pois sua arte trabalhada em
bronze era guardada em segredo.
Mas nem tudo eram
rosas, muitas comunidades eram invadidas por brancos
ou outras tribos mais ferozes, que os aprisionavam e
eram vendidos ou trocados por espelhos, colares,
bebidas, fazendas, etc...
Dentre os muitos
negros, haviam reis, príncipes, sacerdotes e outros
nobres.
Atravessando o
Atlântico, os porões dos negreiros eram infectos,
cheios de insetos, ratos, etc... suicídios e muitos
castigos, a chibata cortava a pele das peças mais
alteradas, era a dor do negro antes de aportar no
Brasil.
Nascia a saudade da
Mãe África e com isto i lamento e o banzo.
Na Bahia chegaram o
maior número de escravos de nações diversas.
A comunidade africana
não teve meios de renascer de imediato no Brasil,
entretanto o próprio negro era a expressão autêntica
do seu meio social. Com eles vieram todo um
manancial de cultura e magia, as divindades
conhecidas como orixás. O candomblé era a influência
religiosa na Bahia, a música, a culinária, a
indumentária, a dança, a literatura, a poesia, a
ciência, a filosofia, nas artes cênicas, pinturas,
esculturas e etc..., que aos poucos foram se
incorporando à nossa formação.
A medida que o tempo
foi passando, o negro foi ganhando amor à sua nova
terra. E foi participando, dando tudo de si
adquirindo conquistas e alegrias. Criaram irmandades
e associações; organizaram folguedos, exteriorizaram
a arte negra.
Sua contribuição se
fez sentir com mais ênfase em todos os setores da
vida nacional. E foi decisiva para a formação de
nossa raça, que oferece ao mundo o maior espetáculo
popular da Terra que é o Carnaval, e com ele as
Escolas de Samba com seus passistas e cabrochas,
portadores de milagrosa coreografia, proporcionam um
dos mais belos espetáculos de dança popular em todo
o mundo.