::.. CARNAVAL 1997 - G.R.E.S. ACADÊMICOS DO TATUAPÉ................................
FICHA TÉCNICA
Data:  10/02/1997
Ordem de entrada:  10
Enredo:  Vicente Matheus - Tudo Por Amor
Carnavalesco:  Eduardo dos Santos
Grupo:  2
Classificação:  6º
Pontuação Total:  280,0
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Roberto Munhoz
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  não consta
Intérprete:  Lira Brasa
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  não consta
Porta-bandeira:  não consta
SAMBA-DE-ENREDO

UNIDOS DE VILA MARIA
COMPOSITORES: LIRA BRASA/ TONINHO 21/ NENÊ DO CAVACO/ NANDO GOMES/ BEZERRA CAXAMBU

 

CRUZANDO OS MARES

DA ESPANHA AO BRASIL CHEGOU

NA ZONA LESTE SUA LUTA COMEÇOU

NO ARMAZÉM E NA PEDREIRA

A DIFICULDADE CONHECEU

A VIDA FOI A SUA FACULDADE

COM AMOR E SIMPLICIDADE

O SEU IMPÉRIO FINANCEIRO ENTÃO ERGUEU

 

NA FAZENDINHA CONHECEU A BAILARINA

SE ENCANTOU COM SUA DANÇA

E SEU JEITO DE MENINA

 

FELICIDADE

E VER O CORINGÃO JOGAR

DE TORCEDOR A PRESIDENTE

TANTAS GLÓRIAS PRA CONTAR

E NO GIRO DA ROLETA

O SABOR DA ALEGRIA

MEU TATUAPÉ

MOSTRA MATHEUS EM MEIO A FOLIA

 

ÔÔ, ÔÔÔÔ, ÔÔÔÔ, ÔÔÔ

SAMBANDO NA PASSARELA

DE AZUL E BRANCO EU VOU

COM O IMIGRANTE QUE FEZ TUDO POR AMOR.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: Eduardo dos Santos

 

Vicente Matheus do Vale nasceu no dia 28 de maio de 1.908, na pequena cidade de Toro, junto ao Rio Douro, na Região de Zamora na Espanha, perto da fronteira com Portugal. Viúvo, pai de duas filhas é casado pela segunda vez com Marlene Colla Matheus. Naturalizado brasileiro, o eterno presidente do Corinthians tem orgulho de dizer que mora há 60 anos no Tatuapé. A vida deste personagem paulistano que fez tudo na vida por amor. É o tema que a Tatuapé vai apresentar neste Carnaval.

A RAIZ ESPANHOLA E A INFÂNCIA POBRE. "FOI PEDREIRA"

Vicente Matheus teve uma infância pobre, seu pai Luiz Matheus, português e sua mãe Manglória Matheus, espanhola, vieram para o Brasil em 1.912 e ele continuou na Espanha, com os tios. Em 1.914, ano do início da 1ª Grande Guerra, o garoto Vicente embarcou em um navio espanhol na cidade de Cadiz, juntamente com seus tios, um mês e meio depois chegava ao Porto de Santos. Por ser o mais velho dos 11 irmãos, ajudava o pai no armazém de secos e molhados, em Guaianases. Depois arrendaram uma pedreira lá mesmo e passaram a dividir o tempo entre o armazém e a pedreira. A vida era muito difícil, todos os dias Matheus ficava esperando o pai voltar da cidade para saber se havia vendido as pedras, pois o armazém não era suficiente para sustentar toda família.

O TRABALHO, O PROGRESSO E O SUCESSO COMO EMPRESÁRIO. "DA CAMISA RASGADA À CAMISA DE SEDA"

Hoje, apesar de sua simplicidade, é um homem famoso, graças a seu próprio trabalho construiu um império financeiro formado principalmente pela pavimentadora, pelas pedreiras e por centenas de imóveis espalhados pela Zona Leste de São Paulo, principalmente no Tatuapé, o bairro que diz ter orgulho de morar e onde fica o Corinthians, este sim, um de seus maiores amores.

O CASAMENTO COM MARLENE. DE BAILARINA À PRIMEIRA DAMA, "MARLENE É MATHEUS"

Matheus é casado pela segunda vez, desde 1.967 com Marlene, que apesar da descendência espanhola, é produto genuíno da Zona Leste, nasceu na Penha e criou-se no Brás. Apesar de só se casarem em 67 os dois se conheceram em 1.954, ano do 4º centenário da fundação de São Paulo e ano de Corinthians Campeão Paulista.

Naquela época Marlene, então bailarina de dança flamenca, foi convidada para dançar com seu grupo na festa em homenagem ao clube no Estádio Alfredo Schuring, a Fazendinha, pela conquista do título, quando viu que ia dançar na grama Marlene recusou e gritou tanto que Vicente Matheus, diretor de futebol na época, veio ver o que estava acontecendo. Matheus que era casado com Dona Ruth, na época, não imaginava que um dia iria se unir com aquela bailarina de sangue quente, filha de mãe espanhola e pai brasileiro. Com a morte da primeira mulher, Vicente Matheus começou a cortejar Marlene, recém saída de seu primeiro casamento. Chegou a contratar um detetive para seguir os passos de Marlene por dois meses. Depois entregou a ela o bloco com as anotações do detetive e a pediu em casamento. Marlene, sangue espanhol, não gostou da atitude de Matheus e colocou o mesmo detetive atrás dele, depois de dois dias aceitou o pedido de casamento. Sem filhos Marlene costuma dizer que Deus lhe deu 100 mil filhos, numa referência à torcida do clube de seu coração, do qual a exemplo do marido Matheus, também já foi presidente, aliás presidenta, a primeira do Corinthians.

CORINTHIANS E MATHEUS, UMA HISTÓRIA DE AMOR. "O ETERNO PRESIDENTE"

O encontro de Matheus com o Corinthians deve-se ao seu Tio Avelino, que era espanhol. Ele o levava para assistir aos jogos do Corinthians naquela época no campo da floresta. Ele ainda morava em Guaianases, trabalhava na pedreira e no armazém, e seu único lazer era sair aos domingos à tarde para ver o Corinthians jogar. Os anos foram passando e Matheus já casado e com duas filhas achou que era hora de sair de Guaianases e morar na cidade para poder dar às filhas tudo aquilo que não teve. Nesta época já estava dominado pelo futebol, jogava em Guaianases e vibrava com o Corinthians como torcedor.

Foi então que saiu uma concorrência da Prefeitura para calçar a Rua São Jorge. Fez de tudo para ganhar e conseguiu. Por isso veio morar ao lado do Corinthians e aí não precisa dizer mais nada. Sua vida passou a se confundir com a vida do Clube. Para muitos corintianos ele é considerado como "O Eterno Presidente". De torcedor passou a ser conselheiro, depois diretor e presidente, cargo que ocupou por 8 vezes (59, 72, 73, 75, 77, 79, 87 e 89) sem contar a vice presidência que ocupou quando Marlene era a presidenta (91). Foi campeão paulista em 54 como diretor de futebol, como presidente conquistou os títulos paulistas de 77, 79 e 88 e o Brasileiro de 90. Sua maior conquista é o título paulista de 77 para o Corinthians depois de 23 anos de espera.

O FOLCLÓRICO MATHEUS. AS FRASES E O LAZER. "PRIMEIRAMENTE DEVO DE DIZER..."

A fama de Matheus, sua enorme popularidade, além do Corinthians está ligada ao seu lado folclórico. Homem de frases engraçadas pelos erros de português, algumas ele assume outras ele diz serem invenções do humorista Ari Toledo, que ele acaba assumindo também por achar engraçado e porque servem para aumentar a sua popularidade e seu carisma:

"Esse problema é uma faca de dois legumes";

"A partir de amanhã está proibido o corrimento de mulheres ao redor do campo";

"Sócrates é inegociável, invendável e imprestável";

"Haja o que hajar, sou sempre Corinthians";

"Vou construir porque tive uma infantilidade muito triste"

"Quero agradecer a Antarctica pelas braminhas que eles mandaram";

"A torcida lotou o bogotã", referindo-se ao tobogã do Pacaembu;

"O difícil não é fácil" e tantas outras que viraram sua marca registrada.

Seu maior prazer depois do Corinthians é o cassino. Costuma viajar com freqüência para o Caribe, Las Vegas e Atlantic City para se entregar ao jogo nos cassinos. Apesar da fama de pão duro, é onde gosta de gastar seu dinheiro. É pra quem pode.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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