PROPOSTA
A história do nosso
país, foi musicada por tambores. Em suas diferentes
formas de apresentação e sons, os índios,
portugueses e africanos cantavam, dançavam e
guerreavam, anunciando novos tempos. A Primeira da
Cidade Líder conta uma história diferente, onde os
povos demonstram com os sons, a visão de suas
glórias e anseios.
DESENVOLVIMENTO
Ritmos, sons,
lamentos, atabaques, danças, tambores, uma
verdadeira ópera para a paz e a guerra. Os índios
tupinambás, tocavam para o Sol e a Lua, seus
tambores, para que os mesmos pudessem estar sempre
brilhantes e assim a escuridão nunca existiria. As
tribos em épocas remotas reuniam-se em torno do seu
cacique (grande chefe), para traçar estratégias de
guerra, quando novamente eram usados tambores e seu
povo usava pinturas em seus corpos com uma tinta
vermelha extraída do pau-brasil. Cantos de guerras
eram entoados. os pajés que ditavam a dança, emitiam
sons como se fossem grunhidos de animais e assim
espantavam os maus espíritos que plantavam a
discórdia e a derrota. Os tambores também ecoavam
pela floresta, um dia, anunciando que os invasores
brancos estavam chegando. Ano de 1500, eram os
portugueses, donos do fogo, das grandes embarcações
e das vestes esquisitas.
Os portugueses
chegaram em missão de colonização, a cruz de malta
em estandarte era levada por um emissário nas
expedições do litoral, ao som de tambores em
compasso de guerra: ratatá... ratatá... ratatá...
Não haviam negociações, mas os índios em sua
maioria, deixaram-se levar pelas "riquezas" daquele
povo branco e estranho. A partir de 1532, chegaram a
primeira leva de escravos africanos. Um povo que
deixou sua realeza colorida e vibrante para
confinar-se nos trabalhos forçados. Em viagens
inimagináveis por sua brutalidade, pelo extermínio,
pelo lamento nos porões, pelo açoite, pela dor,
navios negreiros cruzavam trevas, cruzavam mares em
longínquas noites de terror. Com eles vem o atabaque
(termo árabe que significa: os dominadores), tambor
afunilado e com couro de um lado só. O ritmo negro é
contagiante e influenciou toda a música brasileira.
Usavam os atabaques para se comunicar, dançar, além
de serem usados em rituais religiosos, dizem assim
evocar os deuses e agradá-los. Hoje o atabaque,
"tambor negro" é evidenciado nas rodas de samba, e
nos mais diversificados ritmos do "axé music", sendo
símbolo de alegria mas transmitindo consciência e
determinação da raça negra.