Este é o
nosso enredo!
Homenagem ao
poeta maior dos sambas enredo, Silas de Oliveira.
O letrista
letrado, professor do Colégio Assunção.
Parceiro de
Mano da Viola.
Mestre na
história fantasiada do carnaval, que por ironia do destino, morreu
irreconhecido e desvalorizado, batalhando uns trocados numa roda de
samba.
Nós
entretanto, não pretendemos fazer justiça com as próprias mãos. Nosso
objetivo é mais sublime. Nosso ideal é mais humano.
Nós pura, e
simples e humildemente, queremos resgatar a história deste país sem
memória.
Trazer de
volta em forma de homenagem o legado maior e a verdadeira alma desse
genial compositor: a sua obra. Tudo isso dentro de uma homenagem
simples, mas sincera, humilde, mas descente.
Mas porque
Pintando o 7?
Pintando 7,
por que foi através dessa expressão jocosa e cheia de malícia, que
encontramos a determinação de nossa homenagem.
Porque fosse
nos flertes com Dona Elaine nas aulas do Colégio Assunção quando era
professor. Fosse nas escapadas ás ordens do velho Assunção, para que
pudesse curtir seu samba. Fosse na trucagem que usava com Dona Elaine e
Mano Décio da Viola para que o samba saísse vencedor.
Em tudo e
por tudo, e para que tudo isso e outras coisas mais pudessem acontecer
ele estava sempre Pintando o 7.
Mas o 7
maior, foi uma tacada de mestre.
Em 1964
incorporado do espírito sublime de um pintor genial, usando o asfalto
como tela, executa pincelada por pincelada um Brasil em forma de
aquarela.
Demarcando
passo a passo, como um verdadeiro doutor em Geografia, passa através de
traços sutis e precisos, traduzir em forma de aquarela, a beleza, a
arte, a cultura e a raça desse imenso Brasil.
Seja
passeando pelas cercanias do Amazonas conhecendo vastos seringais. Seja
na Ilha de Marajó e a velha cabana do timbó. Seja no Ceará que é terra
de coqueirais, de Irapuã, de Iracema e Tupã; Seja na Bahia de Castro
Alves, do acarajé e das magias do candomblé. Seja atravessando as matas
do ipú em Pernambuco para assistir a festa do frevo e do maracatu. Seja
para observar a arte, a beleza e a arquitetura de Brasília. Seja para se
enfeitiçar com a garoa da serra de São Paulo. Seja para deitar e rolar
nos sambas e batucadas dos malandros e mulatas de requebros febris do
Rio.
Por esses e
outros tantos motivos que esse pintor de letras e melodias
inconfundível, será sempre digno merecedor de uma homenagem maior.
Porque, para
que num episódio relicário se transformasse o Brasil num maravilhoso
cenário, com verdes matas, cachoeiras e cascatas de colorido sutil, sob
um lindo céu azul de anil.
"Só Pintando
o 7".
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