Em 18 de Abril de
1882, nascia na cidade de Taubaté, Estado de São
Paulo, o menino José Renato Monteiro Lobato, que
seria anos mais tarde um dos maiores contistas desse
país.
Com personalidade
forte e muito obstinado em seus ideais, logo cedo
ele registraria a sua marca ao decidir usar uma
bengala com as iniciais de seu pai (J.B.M.L.), ele
mudaria o seu nome para José Bento Monteiro Lobato.
Monteiro Lobato na
fase adulta leva-nos através da literatura a
redescobrirmos um mundo do qual todos passamos sem
darmos a devida atenção. Um mundo encantado onde
tudo ganha vida e todos vivem harmoniosamente bem.
É neste mundo
encantado, viajamos com Monteiro Lobato que vamos
chegar a um sítio muito bonito, onde a paz e a
alegria imperam. Um sítio com árvores frondosas,
onde encontramos vários tipos de aves e bichos.
Encontramos uma
velhinha muito bondosa a tricotar, a quem Lobato nos
apresenta como sendo a Dona Benta, a matriarca do
sítio e que logo estará a contar mais uma história
aos seus netos Lúcia e Pedrinho.
Lúcia é uma menina
morena, cor de jambo, de nariz arrebitado, que todos
a chamam, carinhosamente de Narizinho e seu primo
Pedrinho, que mora na cidade e todo ano vem passar
férias naquele sítio.
Conhecemos também Tia
Anastácia, uma mulher negra que há anos trabalha e
reside naquele sítio, responsável pelo serviço que
faz, pois trata-se da cozinheira daquele lar, que
passou a ser considerada pessoa da família, em
virtude da grande afeição que Dona Benta e Narizinho
tem por ela.
Tia Anastácia gosta
muito de Narizinho, a quem ela embalou-a nos braços
na tenra idade. Narizinho por ser muito irrequieta,
Tia Anastácia resolve confeccionar para ela uma
boneca de pano, com um corpo desajeitado, olhos de
retrós preto e com sobrancelhas tão para cima que
parecia uma bruxa, a qual Narizinho gostou muito
deu-lhe o nome de Emília.
Neste mundo encantado
tudo ganha vida, e a boneca de pano após engolir uma
pílula falante, passa a tagarelar como ninguém,
mostrando a todos a sua inteligência, sua astúcia e
principalmente a sua teimosia.
Neste sítio, Lobato
nos apresenta um visconde muito inteligente, criado
de um sabugo de milho, que se vê as voltas com seus
livros, e que pelo título de nobreza é por todos
tratados como Visconde de Sabugosa.
Outro que tivemos a
oportunidade de conhecer foi o marquês, o Marquês de
Rabicó. Um porquinho muito legal que ganhou este
nome por sua imponência e ao pequeno rabo que
possuía, sendo ele ainda ruivo com manchas brancas
pelo corpo, que vivia a brincar feliz pelo terreiro,
gordo como uma bola.
Andando pelo sítio
conhecemos também Tio Barnabé, um negro de mais de
80 anos que morava no rancho coberto de sapé, que
passava lá um bom tempo sentado a soleira da porta
pitando o seu cachimbo de fumo picado.
Tio Barnabé é um homem
do campo, mas de muito saber, que entre os seus
amigos podemos conhecer um que despertara a
curiosidade de todos nós, pois tratava-se de um
menino negrinho que possuía uma perna só, a quem
todos chamavam de Saci Pererê.
O Saci, na descrição
de Tio Barnabé, é um diabinho de uma perna só que
anda solto pelo mundo, armando reinações de toda
sorte e atropelamento quantas criaturas existam.
Traz sempre na boca um caximbinho aceso, e na cabeça
uma carapuça vermelha. Explica-nos ainda, que é
nesta carapuça que reside a sua forca e quem
conseguir ficar de posse e escondê-la, ficará para
sempre senhor de um Saci.
Ele tem o poder de
fazer as coisas mais estranhas dentro de uma casa;
assusta os animais, não faz grandes maldades, mas
não há maldades pequenas que não faça.
Neste local encantado
pudemos conhecer outros bichos que também ganham
vida e participam ativamente do cotidiano do sítio,
como a Mula-sem-cabeça, que solta fogo pelas ventas.
Em uma gruta próxima
pudemos conhecer também a Cuca, uma bruxa com cara
de jacaré e garras nos dedos, como os de um gavião,
que pela sua fisionomia, poderíamos deduzir que
tivesse ela aproximadamente uns três mil anos.
A vida neste sítio é
maravilhosa, pois através dos habitantes ai
conhecidos, a vida transcorre com enorme paz, tendo
em Dona Benta uma grande contadora de histórias a
todos que residem com ela neste sítio, onde o mundo
real é descrito de tal forma, que faz com que o
mundo irreal, ou seja, onde os bichos e animais
ganham vida para participarem ativamente das
histórias por ela contada, bem como, das histórias
imaginativas criadas pelas outras personagens que lá
habitam, fazendo com que as crianças de todas as
idades possam aprender tudo do mundo real.
Através da
participação de outras personagens como a Sucuri; o
Rinoceronte; o Lobisomem; as Onças; Peter Pan; os
Peixes; o Jabuti e tantos outros.
Concluímos através
desta viagem com Monteiro Lobato, que este sítio,
que ganhou o mundo sendo conhecido por todos como o
Sítio do Pica-Pau Amarelo, pela quantidade e beleza
destas aves, que a felicidade é plena, como no
Carnaval, onde o mundo real ganhar um brilho todo
especial através das Alas; dos Carros Alegóricos; do
seu Enredo e através dos componentes de uma Escola
de Samba ou Bloco Carnavalesco, onde todos tornam-se
em personagens, contando a sua história, como
Monteiro Lobato contava, a todas as crianças das
mais variadas idades, onde todos com alegria e
descontração aprendem mais daquilo que foi vivido ou
vivemos.