INTRODUÇÃO
O Bloco
Carnavalesco Torcida Jovem do Santos, vem para o Pólo Cultural narrar a
história do corsário Thomas Cavendish (ou Candish) que invadiu a Vila de
Santos em 1.591 e 1.592 sob à tutela da Coroa Inglesa.
Suas
expedições viveram dois momentos distintos, o sucesso e êxito em seus
saques e pilhagens e o fracasso e dissipação de sua tripulação e
fortuna.
CONDIÇÕES
GERAIS
Corsários (secs.
XVII e XVIII); são os navegantes que dispunham de navios armados com a
autorização de um Governo (Carta de Corso), para atacar os barcos
mercantes de bandeira inimiga e saquear colônias concorrentes, desta
maneira tendo benefícios e participação nos lucros, pirataria não deve
ser comparada aos Corsários, pois os piratas não estavam submetidos à
nenhum Estado, como tampouco à nenhuma lei. Operavam por conta própria,
que os diferenciam dos Corsários, cuja as ações eram autorizadas por
consentimento oficial.
A Lagosta
(ou navegantes) e o siri, são crustáceos que distinguem-se pelo seu
tamanho, peso e força. Sendo a lagosta, grande e robusta que chega a
atingir 40 cm de comprimento, tem a carapaça (revestimento do corpo)
sólida e espinhosa, longas patas e antenas possantes. Enquanto que o
siri é pequeno e achatado.
O enredo
define que a Lagosta seriam os Corsário Ingleses com seus navios armados
e poderosos e o Siri seria a população da Vila de Santos, pequena e
desprovida de grande "proteção".
PARTE 1 -
O SORRISO DA LAGOSTA
Comissionado
pela Rainha da Inglaterra, Elizabeth I, o navegador Inglês Thomas
Cavendish (1.555-1.592), partiu para circunavegar o "globo"; sendo o
terceiro a fazer este trajeto.
Devido à
grande concorrência comercial e disputa de mercados coloniais entre os
reinos europeus (Inglaterra, França, Espanha, Portugal...), Cavendish
foi autorizado pela Corte Inglesa a fazer saques e pilhagens durante sua
viagem. Principalmente aos navios e colônias espanholas.
Em sua
primeira expedição, tudo ocorreu bem e perfeito, atravessou o Atlântico
ao Pacífico, fazendo pilhagens e investidas em todos os navios de
bandeira inimiga e saques e ataques às colônias que encontravam,
principalmente às possessões espanholas que eram ricas em metais
preciosos, que tanto faltavam na Europa e sobravam nas terras da América
do Sul, Chile, Bolívia, Peru, Nova Granada (Colômbia, Venezuela, Equador
e Panamá) e Nova Espanha (México e Califórnia). Retornou com grandes
tesouros para a Inglaterra (1.588), onde segundo conta-se fez uma
entrada triunfal pelo Rio Tâmisa, com seus Corsários vestido de seda, as
velas de Damasco e os joanetes revestidos de brocado e ouro sendo
recebido como herói pela Corte Inglesa.
PARTE 2 -
AO ABRAÇO DO SIRI
Dissipada
sua fortuna, Cavendish equipou nova flotilha de cinco navios com o
objetivo de repetir o trajeto e os atos, que haviam feito famoso e rico.
Novamente
segui sanguinário trajeto (1.591), vindo para na Vila de Santos (atual
cidade de Santos), onde aproveitaram do Monte Serrat, Cavendish e sua
tripulação invadem e entram pelo porto com intensa violência e rapidez:
saqueando e capturando a desprotegida população da Vila de Santos, que
em sua maioria, participava da missa comemorativa na Igreja da Nossa
Senhora do Monte Serrat, na qual durante dias ficaram presas e expostas
aos abusos e desrespeitos dos corsários. A partir deste ataque a sorte
de Cavendish, começou a mudar.
Seguindo
viagem rumo ao Pacífico não consegue vencer e passar pelas grandes
tormentas que começaram a ocorrer com freqüência no Estreito de
Magalhães, extremo sul do continente. Devido aos vários problemas com
suas embarcações, teve que retornar à Vila de Santos para buscar água
limpa e comida para seus corsários famintos e cansados.
O povo
local, formada basicamente por pescadores, pequenos agricultores e
aliados aos índios da região, atacou e trucidou a maior parte de sua
tripulação, sem dó e nem piedade, vingando-se de inoportuna visita à
estadia anterior. Expulso do litoral santista, com os maus ventos
soprando ao seu lado e uma "maldição" à bordo, Cavendish tentou fugir,
mas não conseguiu.
Mesmo com a
ajuda de várias garrafas de rum, morreu de escorbuto na Costa de
Pernambuco (1.592). Devastados, seus corsários voltam à Inglaterra,
pobres e esfarrapados enfrentando oceanos e mares com seus mitos e
mistérios.
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