"Das cidades, vilas,
recôncavos e sertões do Brasil vão brancos, pardos, pretos e muitos
índios de que os paulistas se servem.
A mistura é de toda
condição de pessoas: homens e mulheres, moços e velhos, pobres e ricos,
nobres e plebeus, seculares clérigos e religiosos de diversos
institutos, muitos dos quais não tem no Brasil, convento nem casa"
Antonil (Jesuíta)
Os colonos portugueses
limitaram-se a ocupar a costa brasileira, para manter fácil contato por
mar com a Metrópole. No século XVII chegavam à estes núcleos espalhados
na costa litorânea notícias à respeito das fabulosas riquezas do sertão,
organizando-se a partir de então as expedições conhecidas como
bandeiras.
As bandeiras
constituíram uma página épica da nossa história, os bandeirantes
orientados pela bússola e pelas constelações adentravam-se nas matas,
escalavam montanhas, vadeavam rios e lutavam contra índios selvagens.
Acolhendo avidamente todas as lendas a respeito da existência de ouro,
pedras preciosas e terras férteis, caminhando sob o signo da cobiça e da
aventura, os bandeirantes escreveram no solo virgem a história da
América.
Ultrapassando a linha
das Tordesilhas, os bandeirantes estabeleceram nos séculos XVII e XVIII
aproximadamente, o contorno atual das nossas fronteiras.
Os bandeirantes
paulistas tiveram uma função histórico-geográfica extremamente
importante para o Brasil. Favorecidos pela configuração geográfica de
São Paulo, geraram o movimento expansionista desbravando sertões,
estabelecendo novos roteiros e dando notícias de terras férteis.
Esse movimento abriu
caminho para colonizadores, que estabeleceram no que antes era o sertão
inóspito novos centros de riqueza e novos núcleos de povoamento e
civilização.
Partindo de São Vicente
e São Paulo de Piratininga a irradiação colonizadora deu origem a
núcleos importantes como Taubaté, Itu, Sorocaba e Itanhaém. De São Paulo
seguindo o Vale do Paraíba os bandeirantes atingiram a serra da
Mantiqueira, alcançaram o Rio São Francisco chegando ao norte, aos
sertões baianos e daí aos sertões do nordeste.
Tendo o Rio Tietê como
outra grande via de penetração, os bandeirantes paulistas chegaram até o
Rio Paraná, partindo daí para os mais diversos destinos. Dividem-se as
bandeiras paulistas em três ciclos: Primeiro o ciclo do ouro, segundo o
ciclo da caça ao índio, e o terceiro o grande ciclo do ouro e dos
diamantes (a conquista de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás).
A epopéia dos
bandeirantes, aventura real, tendo como protagonistas entre tantos
outros: Fernão Dias Paes, Antônio Raposo Tavares, Manuel Borba Gato,
Anhanguera, Antônio Rodrigues de Arzão, Manuel de Camargo, Miguel de
Almeida, João Lopes de Camargo, Miguel Garcia, Antônio Dias de Oliveira,
a União da Vila Albertina vem brindar as comemorações dos 450 anos da
cidade de São Paulo, homenageando esses brancos bandeirantes que
contribuíram para colocar a cidade na atual posição de destaque no
cenário do desenvolvimento econômico nacional.
Narrando a sua trajetória, margeada por
lutas contra todas as espécies de intempéries (dos índios, doenças e a
oposição dos jesuítas) até chegar as monções, o capítulo final do
Bandeirismo.
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