::.. CARNAVAL 2005 - G.R.C.E.S. ESTAÇÃO INVERNADA................................
FICHA TÉCNICA
Data:  não consta
Ordem de entrada:  2
Enredo:  Da África ao Novo Mundo - Ogum o Rei de Irê
Carnavalesco:  Delmo Moraes
Grupo:  2
Classificação:  8º
Pontuação Total:  191,75
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Alexandre Machado de Souza
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  Mestre André e Mestre Zuca
Intérprete:  Perninha, Emerson, Dani e Rodrigo Inspiração
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  não consta
Porta-bandeira:  Debora
SAMBA-DE-ENREDO

Compositores

Compositores: Rodrigo Inspiração/ Marco Aurélio/ Rogério Regiane/ Dani

 

OH! Meu rei

Com sua força faz a minha inspiração

Sou Invernada

Canto a fé de uma nação

 

Guerreiro

Invencível a trilhar os meus caminhos

Conduz a busca a arte de criar

Em seus anseios de igualdade

Em suas matas o alvorecer

Sua espada a me proteger

Na confiança de vencer

 

Ogum! Meu samba raça

É raiz, uma paixão

Fatumbi, Okolofé, Ago

Vou exaltar o seu poder com meu amor

 

Divindade

Filho do rei marcado por sua coragem

E conquistas incessantes

Em fantasias faz o sete a sua imagem

Peregrum! Receba a minha oferenda

Trazendo flores aos seus amores

Da África ao mundo novo

De Irê, iluminando nosso povo

 

Acorô, é a coroa do rei que lutou

Bate forte o tambor, amor

Que eu vou sambar, eu vou sambar.

 

SINOPSE DO ENREDO
Carnavalesco
Autor: Delmo de Moraes

 

Ogum – Apresentação

Antes da vinda dos negros africanos para o Brasil e outros continentes, na África primitiva, Ogum era um orixá que carregava consigo características muito semelhantes às de outro orixá, Oxossi, pelo fato de Ogum expandir suas forças nas matas e um metal extraído da natureza, o ferro.

Assim, podemos dar início à essa viagem, aos encantos que rodeiam esse orixá e às lendas que o cercam e fazem o seu culto um dos principais à nossa vida, cantaremos a divindade dos caminhos, ele nos acompanhará e nos tornará aptos a alcançar nossos sonhos e anseios dentro desse universo, no qual fazemos parte, que é o samba.

OGUNHÊ!!!!!!!!!!!

Histórico

Ogum apresenta comportamento forte e agressivo. Tal como o ferro, que para feri-lo, necessitamos não só de uma serra, mas acima de tudo, de inteligência para saber serrá-lo. Denominamos Ogum, O guerreiro dos músculos de aço, pois nunca se dá por vencido em uma batalha. Luta até provar que vence e, por certo, é invencível. Atribui-se a Ogum, portanto, o domínio sobre as profissões que possuem o ferro como objeto de trabalho. Onde há atrito entre uma força e o metal de Ogum, ele está presente.

No Brasil Ogum perde as características do domínio das matas, sendo que desde a escravidão, o processo de urbanização é uma crescente em nosso país. Sendo assim, Ogum passou a ter como domínios às estradas e caminhos. Não só caminhos e estradas materiais, mas também a guiar a trilha dos nossos pensamentos e a idealização de sonhos e objetivos. Ogum conduz à busca, o poder de conquista, juntamente por ser um orixá corajoso, e que enfrenta sem medo qualquer dificuldade. O que Ogum pretende conquistar, ele conquista. Habilidoso na arte de criar, Ogum é o grande inventor dos instrumentos e ferramentas que facilitam o desempenho de homens em todas as áreas profissionais, daí  temos uma frase que explica um pouco o significado de suas ferramentas `Ogum, o guerreiro que mata a fome do povo`. `Fome esta, não só referida à busca da sobrevivência do corpo físico, mas principalmente, da busca da igualdade entre os homens, estabelecendo oportunidade de vencer a todos. Ogum não admite injustiça, lutando, então, para que todos os inimigos saiam do caminho daqueles que não merecem a injustiça de outros. Com Ogum, caminhamos. Dele extraímos a essência da força para a luta diária, vencendo batalhas e guerras com nossa espada de ferro oferecida a ele.

Ogum tem ligação muito forte com seu irmão Exu, sendo às vezes confundido com ele. A confusão existe por que os dois dominam os caminhos, e é Exu que consegue acalmar a ira e a violência de Ogum.

Portanto falar de Ogum, é falar de um grande guerreiro, Orixá temido pelos inimigos e amado pelos carentes de proteção, combatendo as demandas, e é o patrono dos cultos de Eguns, é ele que encaminha os mesmos junto à Iansã.

O grande guerreiro, Ogum

O fotógrafo e etnólogo Pierre Verger, que foi um dos maiores conhecedores da cultura afro-brasileira, afirma que Ogum é, provavelmente, a divindade de maior culto na África ocidental. É apresentado em algumas lendas como filho de Iemanjá e Orania, enquanto em outras é o filho mais velho de Ododua, o fundador de Ifé. No Brasil é assimilado como um dos aspectos de Oxalá. Na condição de filho de rei, Ogum conduziu varias guerras contra os reinos vizinhos, tendo destruído a cidade de Ará e conquistado a de Ire, onde ela teria dividido o reino em sete aldeias. Por isso os fetiches de Ogum são sempre constituídos em volta do número sete. Sua indumentária é constituída de espada, escudo e (mariwò) mariuo, saiote em folhas de dendezeiro desfiadas, que além de servir de vestimentas em determinadas cerimônias, pode também ser pendurado sobre a entrada da casa, para espantar as más influencias e os maus espíritos.

Os lugares consagrados de Ogum, normalmente situam-se ao ar livre, às vezes protegidas com cercas de plantas denominadas de peregun (dracena) e são palco de suas oferendas.

De acordo com a lenda, Ogum teve uma vida amorosa bastante agitada. Entre suas mulheres, conta-se Oi à (Iansã), Oxum e Oba.

Ogum que tendo água em casa, lava-se com sangue

Ogum come cachorro e bebe vinho

Ele mata o marido no fogo, e a mulher no fogareiro

As pessoas consagradas a Ogum usam colares de conta de vidro azul-escuro e algumas vezes verde. Terça-Feira é o dia da semana que lhe é consagrado.

Na Bahia, Ogum foi sincretizado com Santo Antonio de Pádua. No Rio de Janeiro com São Jorge, o que é mais compreensível, pois ele é representado em suas imagens como valente guerreiro, vestido com uma brilhante armadura, montado em um fogoso cavalo, as corvetas e armado com uma lança com a qual ele transpassa um dragão encolerizado.

OGUM - O PERFIL DO ORIXÁ

Divindade masculina ioruba, figura que se repete em todas as formas mais conhecidas da mitologia universal. Ogum é o arquétipo do guerreiro. Bastante cultuado no Brasil, especialmente por ser associado à luta, à conquista, é a figura do astral que, depois de Exu, está mais próxima dos seres humanos. Foi uma das primeiras figuras do candomblé incorporada por outros cultos, notadamente pela Umbanda, onde é muito popular. Tem sincretismo com São Jorge ou com Santo Antônio, tradicionais guerreiros dos mitos católicos, também lutadores, destemidos e cheios de iniciativa.

A relação de Ogum com os militares (é considerado o protetor de todos os guerreiros) tanto vem do sincretismo realizado com São Jorge, sempre associado às forças armadas, como da sua figura de comandante supremo ioruba. Dizem as lendas que se alguém, em meio a uma batalha, repetir determinadas palavras (que são do conhecimento apenas dos iniciados), Ogum aparece imediatamente em socorro daquele que o evocou. Porém, elas (as palavras) não podem ser usadas em outras circunstâncias, pois, tendo excitado a fúria por sangue do Orixá, detonaram um processo violento e incontrolável; se não encontrar inimigos diante de si após te sido evocado, Ogum se lançará imediatamente contra quem o chamou.

Ogum não era, segundo as lendas, figura que se preocupasse com a administração do reino de seu pai, Odudua; ele não gostava de ficar quieto no palácio, dava voltas sem conseguir ficar parado, arrumava romances com todas as moças da região e brigas com seus namorados.

Não se interessava pelo exercício do poder já conquistado, por que fosse a independência a ele garantida nessa função pelo próprio pai, mas sim pela luta.

Ogum, portanto, é aquele que gosta de iniciar as conquistas mas não sente prazer em descansar sobre os resultados delas, ao mesmo tempo é figura imparcial, com a capacidade de calmamente exercer (executar) a justiça ditada por Xangô. É muito mais paixão do que razão: aos amigos, tudo, inclusive o doloroso perdão: aos inimigos, a cólera mais implacável, a sanha destruidora mais forte.

Segundo as pesquisas de Monique Augras, na África, Ogum é o deus do ferro, a divindade que brande a espada e forja o ferro, transformando-o no instrumento de luta. Assim seu poder vai-se expandindo para além da luta, sendo o padroeiro de todos os que manejam ferramentas: ferreiros, barbeiros, tatuadores, e, hoje em dia, mecânicos, motoristas de caminhões e maquinistas de trem. É, por extensão o Orixá que cuida dos conhecimentos práticos, sendo o patrono da tecnologia. Do conhecimento da guerra para o da prática: tal conexão continua válida para nós, pois também na sociedade ocidental a maior parte das inovações tecnológicas vem justamente das pesquisas armamentistas, sendo posteriormente incorporada à produção de objetos de consumo civil, o que é particularmente notável na industria automobilística, de computação e da aviação. Assim, Ogum não é apenas o que abre as picadas na matas e derrota os exércitos inimigos; é também aquele que abre os caminhos para a implantação de uma estrada de ferro, instala uma fábrica numa área não industrializada, promove o desenvolvimento de um novo meio de transporte, luta não só contra o homem, mas também contra o desconhecido.

É pois, o símbolo do trabalho, da atividade criadora do homem sobre a natureza, da produção e da expansão, da busca de novas fronteiras, de esmagamento de qualquer força que se oponha à sua própria expansão. Tem, junto com Exu, posição de destaque logo no início de um ritual. Tal como Exu, Ogum também gosta de vir à frente. A força de Ogum está tanto na coragem de se lançar à luta como na objetividade que o domina nesses momentos (e o abandona nos momentos de prazer e gozo).

É fácil, nesse sentido, entender a popularidade de Ogum: em primeiro lugar, o negro reprimido, longe de sua terra, de seu papel social tradicional, não tinha mais ninguém para apelar, senão para os dois deuses que efetivamente o defendiam: Exu (a magia) e Ogum (a guerra); segundo Pierre Verger. Em segundo lugar, além da ajuda que pode prestar em qualquer luta, Ogum é o representante no panteão africano não só do conquistador mas também do trabalhador manual, do operário que transforma a matéria-prima em produto acabado: ele é a própria apologia do ofício, do conhecimento de qualquer tecnologia com algum objetivo produtivo, do trabalhador, em geral, na sua luta contra as matérias inertes a serem modificadas.

Ogum gosta do preto no branco, dos assuntos definidos em rápidas palavras, de falar diretamente a verdade sem ter de preocupar-se em adaptar seu discurso para cada pessoa.

Ogum gosta de dormir no chão, precisa que o corpo entre em contato sempre direto com a natureza e dispensa roupas elaboradas e caras, que possam ser complicadas de vestir ou que exijam muito espaço na mochila. Não tem compromisso com ninguém, nem com seus próprios objetos.

A violência e a energia, porém não explicam Ogum totalmente. Ele não é o tipo austero, embora sério e dramático, nunca contidamente grave. Quando irado, é implacável, apaixonadamente destruidor e vingativo; quando apaixonado, sua sensualidade não se contenta em esperar nem aceita a rejeição. Ogum sempre ataca pela frente, de peito aberto, como o clássico guerreiro.

Existem sete tipos diferentes de Ogum, mas Ogum Xoroquê merece um destaque específico, pois é um Orixá masculino duplo, ou seja possui duas formas diferentes de manifestação. É associado à irmandade e afinidade estreita de Ogum com Exu, pois passa seis meses do ano como Ogum e os outros como Exu, sendo considerado guerreiro feroz, irascível e imbatível.

CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OGUM

Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e com o sexo oposto.

Os homens e mulheres que têm Ogum como seu Orixá de cabeça, vão ter comportamentos diferentes, de acordo com os segundos e terceiros Orixás que os influencia ajuntós (adjutores). De qualquer forma, terão alguns traços comuns: são conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina, tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande, a franqueza absoluta, chegando mesmo à falta de tato.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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