A gente lê horóscopos,
foge de gato preto, não passa de baixo de escadas,
faz figa, dá 3 batidinhas na madeira e às vezes
procura uma quiromante para adivinhar o futuro. Mas,
ao lado de todas essas superstições, o homem que se
considera civilizado também acredita na ciência, ou
seja, crê que ele próprio é capaz de explicar, pela
razão, o mundo em que vive e as coisas que lhe
acontecem.
O homem primitivo que,
pelas razões mais diversas, não desenvolveu, ou não
pode desenvolver, uma ciência, só encontra um meio
de entender o mundo e de se defender dos perigos,
reais ou imaginários, com os quais se defronta todos
os dias. Esse cadeado de segurança é a magia, uma
série de ritos bastante complicados, que permitem ao
indivíduo compreender, a seu modo, o que se passa e
entrar em acordo com as forças misteriosas que,
segundo pensa, tudo governam.
O homem procura na
magia um esforço em resolver seus problemas, que são
tanto maiores quanto maior for seu desconhecimento
do mundo.
A essência do mundo
para alguns povos africanos é o mantú, existe em
todas as pessoas e coisas, quando uma pessoa fica
doente seu mantú está pouco e precisa aumentá-lo
através da magia.
Por que estará o mantú
sujeito a altas e baixas? é o conflito entre o bem e
o mal, faz-se orações, rezas, danças e cerimônias,
ex: para o bem imita-se uma cena de caça com bonecos
para que a caça aconteça e para o mal espeta-se com
agulhas o boneco que representa o inimigo para que
ele morra.
Usam-se amuletos e
fetiches. Um amuleto pode ser a pele ou a garra de
certo animal, e fetiche em geral é uma figura
esculpida em madeira para proteger toda família.
O feiticeiro é chamado
de Xamã, mágico, bruxo, curandeiro ou adivinho.
Entre suas qualidades, predizer o tempo é muito
importante, logo o feiticeiro deve ser um bom
observador da natureza.
Os instrumentos de
trabalho do Xamã inclui máscaras com desenhos
fantásticos, para assustar os maus espíritos de mau
caráter, há feiticeiros idem, que só se dedicam em
invocar aqueles. É a atividade a que se chama magia
negra, a qual ele apela quando pensa estar perdendo
o prestígio na comunidade.
Já na feitiçaria entre
indígenas brasileiros eles não distinguem curandeiro
do feiticeiro, magia branca se serve ao grupo, e
negra o protege prejudicando outros.
Segundo as crenças da
tribo, um espírito leva a alma do futuro Xamã,
ensina-lhe a língua dos espíritos e a curar os
doentes.
Antes de assumir suas
funções, o Xamã passa por alguns dias de jejum,
outros dias comendo sapos, cobras e pássaros vivos,
depenados, para poder cantar como eles.
O índio do Chaco dá
muito valor aos cantos e ao som dos chocalhos que
acompanham todas as cerimônias mágicas ou fora delas
quando acorda à noite após um pesadelo ou quando
quer o amor de uma moça, canto e chocalho entram em
ação. Isso para que o barulho do chocalho afugente
os maus espíritos.
Terminando a estação
das secas, as mulheres dançam e de repente se atiram
no chão, como doentes, aí os homens dançam batendo
os pés, e os Xamãs fingem curá-las aos gritos e com
o inevitável chocalho. O objetivo desta dança é
garantir a saúde à tribo.
Quando chove sem
trovejar é sinal que os espíritos estão de bom
humor. Então é festa, todos vestem seus melhores
ornamentos e brincam uns com os outros.
Quando por um lado, há
epidemia, todos vestem tangas e faixas vermelhas,
combinando com penas da mesma cor, cantam, agitam os
chocalhos, enquanto o Xamã aspira o pó de uma erva
embriagadora para entrar em transe.
O homem moderno
geralmente não acredita em superstições e bruxarias,
mas não podem esquecer os deuses da antiguidade
clássica, de Grécia e Roma, tinham significados
muito parecidos ao espírito do trovão, como Zeus
Grego ou sua versão romana, Júpiter, Yara, o
espírito das águas, equivale à Afrodite grega.
Toda a idade média
européia é atravessada pela presença do sobrenatural
mágico, o despeito da hegemonia religiosa e política
do catolicismo. Com seus feitiços e maldições, uma
multidão de demônios e bruxas enviou a mente de
populações inteiras durante séculos.
A caça às bruxas era
pratica corrente. E essas mulheres eram submetidas à
terríveis castigos, como serem queimadas em
fogueiras. Para livrarem as suas almas possuídas
pelo demônio, assumiam formas bárbaras e estranhas,
mudavam de forma, não mudavam as causas! Ignorância
e superstições.
E os alquimistas
químicos da Idade Média que em busca da pedra
filosofal transformariam tudo em ouro, ou atrás do
elixir da longa vida, baseavam seu trabalho em
superstições e crendices.
As descabeladas
figuras de Madame Mim e Maga Patalógica, cruzando a
noite na garupa de vassouras luminosas, que existiam
na imaginação de nossos tataravós. E agora em pleno
ano 2000 não faltam, curandeiros, quiromantes,
macumbeiros e charlatões de todo tipo.