A infância de todos
nós, é repleta de medos e fantasias. São muitas as
origens, porém nossos pais tem grande
responsabilidade, quando nos contam histórias que,
embora nos divirtam, criam um sentimento de
fragilidade - "O Medo". Bons exemplos para
definirmos esse sentimento, são as histórias do
Bicho-Papão, Lobo Mau, Homem do Saco, etc...
As canções de ninar,
cantadas tão docemente pelos nossos pais e avós, no
intuito de nos fazer adormecer, atingem o seu
objetivo, porém criam uma conseqüência geradora do
medo - "O Pesadelo".
Se nos imaginarmos
novamente "crianças", podemos lembrar a sensação
desagradável de estarmos acuados após ter ouvido:
- Boi, Boi, Boi, Boi
da cara preta, pega essa criança... ou até Nana,
neném, que a cuca vem pegar...
Até a influência
estrangeira, através dos desenhos animados e dos
filmes infantis, embora saudáveis enquanto se
assiste, também tem sua participação em gerar os
medos. Quem não se lembra dos desenhos com as bruxas
e seus grandes caldeirões, o Frankstein, com sua
aparência mórbida e assustadora ou também dos
morcegos, vampiros e aranhas gigantes.
As peças de teatro
encenadas nas escolas, as quais a grande maioria das
crianças não conseguem dramatizar, apresentam
árvores que falam e se movem. Imaginem a reação
inconsciente da criança, ao ver seu pai plantar uma
árvore no jardim de casa.
Os medos, em sua
maioria, são inconscientes, as crianças pouco sabem
sobre isso, porém os reflexos são imediatos nos
estudos, nos esportes, nas amizades, etc...
O lado bom, dessa
história que a Império vem mostrar, é saber que de
criança não se carrega apenas os medos, mas também
as fantasias.
A história da
Cinderela em busca do seu "Príncipe Encantado", está
no cotidiano de todos nós. Desde pequenas, meninas
vislumbram em seus pensamentos, a busca ao Príncipe
Encantado. O pensamento é incutido, em função dos
desenhos, histórias e também através de diálogos
"despretensiosos" entre mães e filhas, em busca de
um bom casamento. Outras fantasias fazem parte dos
devaneios das crianças; Quantas vezes não se
imaginou ter ao seu lado uma Fada Madrinha com sua
varinha mágica ou um Gênio e sua lâmpada para
realizar seus desejos.
Vestir-se de
Super-Herói, também é comum. Nessa fantasia, a
criança se auto-valoriza e suplanta os seus medos.
Como seria bom vivermos um dia de: Super-Homem,
Batman, Robin, Homem-Aranha ou Mulher Maravilha.
As fantasias levam as
crianças a superar suas maiores contrariedades. Um
exemplo típico, é vermos as crianças "torcerem o
nariz" mas comerem espinafre, imaginando com isso
que criarão músculos e tornar-se-ão fortes como o
Popeye.
Os reflexos da
infância no adulto...
Todos nós transferimos
os medos e fantasias da infância, para nosso
dia-a-dia, mesmo depois de adultos. Um dos medos
mais expressivos dos adultos é a "morte". "Quem
nunca pensou se sua hora já está para chegar?"
As fantasias na fase
adulta, embora implícitas continuam existindo. Há
fantasias criadas para defesa dos próprios medos e
inseguranças. Quantos de nós já não imaginamos ser
um homem ou mulher de aço, para enfrentar as
dificuldades e a violência do dia-a-dia. Para isso
nada melhor do que encarnarmos o indiscutível "Robocop".
As fantasias dos
adultos não param por aí. Desde adolescentes com as
fotografias dos galãs ou das mulheres do cinema,
colocadas nas paredes dos quartos, até as
fotografias de mulheres nuas espalhadas pelas
oficinas mecânicas e porque não dizer sobre a enorme
vendagem de revistas eróticas masculinas ou
femininas. Embora camufladas, as fantasias eróticas
fazem parte de nossas vidas, independente de sexo,
idade ou classe social.
Por isso podemos
dizer: "Os medos e as fantasias, são sentimentos
puros do ser humano e totalmente ligados entre si".