I
Três gritos, mantendo a
chama da liberdade acesa, buscando na paz o progresso para uma vida
melhor neste bairro que contaremos e cantaremos neste desfile. O
primeiro grito foi há 181 anos, quando nossa nação foi libertada do
domínio português pelo brado de D. Pedro I, que com seus soldados
estacionados às margens do riacho, ao receber a correspondência da
Imperatriz Leopoldina deu o famoso grito "Independência ou Morte!". Há
36 anos um grupo de negros descendentes de reis Iorubás se uniram a uma
comunidade e deram o segundo grito, surgindo assim a nossa Escola de
Samba, as águas daquele mesmo riacho onde o nobre português levantou a
espada ficou revoltada em saudação a estes guerreiros negros, o terceiro
grito será possível na imaginação do poeta. Se estivesse vivo o nosso 1º
Imperador invés de levantar a espada com certeza ergueria o pavilhão de
nossa cidade para saudar os 450 anos. Em um misto de ficção dentro da
realidade vamos viajar neste teatro ambulante para contar um pouco a
história deste bairro que abriga milhares de mentes sob a proteção da
Pomba Branca da Paz "Ipiranga de Todos Nós".
II
Ipiranga, zona sul da
cidade com população estimada em 556.040 habitantes segundo o último
senso, dividido em mais de oitenta vilas nos 30 quilômetros quadrados.
Os primeiros habitantes foram os índios Guaianases e a aldeia do cacique
Tibiriça. Em Tupi Ipiranga significa água vermelha, água barrenta.
Os colonos se
instalaram na área a partir da metade do século XIX, tirando o local da
condição de passagem para o litoral. Hoje é a saída mais importante da
capital para as praias. A partir de 1875 com a vinda dos imigrantes
italianos, francês, espanhóis, libaneses, vieram às instalações de
indústrias e a região ficou conhecida como fábrica.
Grandes colégios
promovem o encontro de várias culturas, formando milhares de estudantes
anualmente, através do Cardeal Mota, Faculdade São Marcos, Faculdade São
Camilo, Universidade Paulista - UNIP, FAI - Faculdades Integradas
Ipiranga, Escola Técnica Getúlio Vargas - GV e dezenas de instalações
estaduais e municipais de ensino médio, e o Instituto Padre Chico,
referência em aprendizado de cegos
O esporte se faz
presente, em muitos clubes varzeanos nasceram talentos na área
futebolística, hoje referência de lazer e prazer também está no CAY -
Clube Atlético Ypiranga, que desde o século passado vem servindo a
população em toda faixa etária através de várias modalidades.
Os negros também deram
a sua contribuição para o engrandecimento do bairro através da
culinária, do esporte e dentro do grande encontro cultural do samba que
se dá com as Escolas de Samba, Imperador e da nossa Acadêmicos, que
todos os anos trazem em seus desfiles espetáculo, arte e cultura do
nosso povo, exercendo sob a comunidade um intenso trabalho social.
O forte comércio está
vivo nas lojas de departamentos e magazines na Rua Silva Bueno e
travessas. O brilho está nas noites Ipiranguenses através dos bares,
boates e danceterias. Frutas frescas e hortaliças estão no Mercadão
Municipal.
O passado está vivo nas
instalações do Parque da Independência, onde está imponente o monumento
do Ipiranga, o Museu Paulista dentro do majestoso jardim, atrás
encontramos um dos maiores centros recreativos de lazer e cultural da
cidade, nas instalações do Sesc Ipiranga. A saúde é fundamental e bem
cuidada nos complexos hospitalares, Ipiranga e Heliópolis.
Em se tratando de
transportes coletivos, mais de cinquenta linhas de ônibus cruzam a
região. Ruas asfaltadas, arborizadas e iluminadas fazem a infra da
região.
Mesmo com tudo isso,
muita coisa há de se fazer, pois no Ipiranga encontra-se a maior favela
da cidade, Heliópolis, que aos poucos vem sendo urbanizada, no lugar de
barracos, casas de alvernarias e prédios do tipo Cingapura.
Também é preciso de
conscientização dos moradores e governantes para que o Ipiranga alcance
padrão de vida de Primeiro Mundo.
"Sejam bem vindos ao Ipiranga de todos
nós".
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