::.. CARNAVAL 2023 - G.R.C.E.S. FILHOS DO ZAIRE................................
FICHA TÉCNICA
Data:  18/02/2023
Ordem de entrada:  9
Enredo:  Iustitia Fiat – A sede de um povo por direitos e Justiça
Carnavalesco:  Melissah Limonge
Grupo:  4
Classificação:  3º
Pontuação Total:  179,2
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Rejane Romano
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  não consta
Intérprete:  não consta
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  Ismael Silva
Porta-bandeira:  Luana Patricia
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO


No h contedo para este opo.


SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: Melissah Limonge

A Zumbi&Zaire te leva a uma viagem ao carnaval utópico sobre justiça e  amor. Vamos descobrir como nasceu esse senso de justiça, sentimento que move a humanidade na busca pela igualdade dos direitos.
Reza a lenda que três seres mitológicos e complementares Zeus, Xangô e Tupã, possuíam o mesmo senso ético e justo. Ambos tinham o domínio sobre raios e trovões, eram símbolos de força e racionalidade, representando a criação das leis que regem o cosmo e do cumprimento da lei do retorno, personagens das mitologias Grega, Africana e Tupi-Guarani que representam o sincretismo na sabedoria, na justiça, na política, simbolizando o equilíbrio no julgamento.
Regem tanto a justiça divina quanto a justiça dos homens, de forma imparcial, sem escolher lados. Eles nos mostram que a justiça é complexa e não se trata apenas da simples ação e reação e que também devemos ter em mente, a qual nos diz que todos seremos julgados. E, aquele que estiver devendo à justiça divina, também terá que pagar.  
Na Grécia foi onde brotou o sentido da universalidade da justiça e de que o Direito é coisa pública, devendo ser controlado pela comunidade. Daí O Esplendor da justiça que nos apresentava um perfeito bailado entre o conceito estabelecido de justiça e os direitos da humanidade, mostrando de fato como deveria ser resguardado a quem quer que fosse. Representada em qualquer que seja o sincretismo revela a sua magnitude e a grandiosidade do seu berço Templum Iustitia. Assim nasce a justiça para servir de direcionamento todo aquele que dela precise.
A partir desse momento revisitaremos a histórica memória de fatos onde a justiça entra em ação ou da ausência dela se faz presente. Quando estava encarnado, como rei de Oyó, Xangô sempre teve um forte senso de justiça, esse é um itã muito importante que vai ao oposto do preceito do “olho por olho e dente por dente”, com uma análise mais racional da situação injusta. Xangô sempre carrega um machado que representa a justiça em si, pois reflete a imparcialidade do orixá, que analisa os dois lados de uma situação e pode aplicar a lei do retorno para qualquer indivíduo, revelando que toda situação tem sempre dois lados, dois pesos e duas medidas. 
E se... lá atrás no passado os senhores detentores de poder não tivessem cometido atrocidades ao supor que a diferença na cor da pele lhes desse o direito fazer toda uma raça ter a sua liberdade subjugada os escravizando em busca de riqueza e poder, a humanidade seria mais igualitária? Ou ainda, quem deu o direito a um tirano em decidir que essa ou aquela raça é pura ou não, impondo como Ariana, a pureza da crueldade? E o fato de que como desculpa ética, moral e dos bons costumes impor a uma nação inteira  quem é certo ou errado, o que cidadãos podem ou não ver, falar, ouvir, se comportar, ler...? Nos faz lembrar daquele período em que nos questionávamos: onde foi parar o meu direito? Essas situações fazem refletir sobre comportamentos que nossa sociedade replica ainda hoje achando que está no seu direito.
O passado ainda recente e gravado em nossas memórias nos relembra o “jeitinho” que uma classe política encontrou para tornar lícita a origem de suas rendas lavando o nosso suado dinheiro. Isso traz o pensamento que para esses senhores politiqueiros deveria ser criada a P.E.B – Política Escrota do Brasil um partido que lhes atenderia perfeitamente. Já que comumente nos acostumamos a ouvir dizer que aqui tudo acaba em pizza. Que tal aproveitar a sugestão e se fartar desse banquete bem indigesto, servidos?
Extra! Extra! As faces da imprensa, o dito quarto poder de fato ganha ares de juiz. Ora determinam culpados, ora defende quem julgam injustiçados. Mas, seria esse o seu o papel? Apurar, investigar, tornar público... porém julgar? Levar a opinião pública ao linchamento ou mesmo ao cancelamento. Vilã ou réu? Dúvida cruel, quando a mídia não assume o seu papel!
Em tempos de visibilidade social, perde-se a essência do ser humano nessa fogueira nada santa repleta de vaidades e futilidades onde o mais importante é registrar um momento do que acolher, socorrer ou estender a mão ao próximo... Mostra o quanto ainda precisamos aprender sobre o que é justo.
Analisando essa hereditariedade percebemos que para nós brasileiros a justiça nada mais é que um Presente “de Grego” nada fácil, indigesto e difícil de engolir. E se...  no nosso Brasil que é um país tão solidário e acolhedor, os direitos dos menos favorecidos fossem respeitados igualmente na balança da justiça, estando essa minoria que detém poder e dinheiro em igualdade a maioria que carece, teríamos um país mais igualitário e justo?
O pão nosso (que falta) a cada dia é o retrato da dificuldade de botar o “de cumê” na mesa dos menos favorecidos, não é segredo que se uma pessoa de poucos recursos tenta roubar um doce no mercadinho, ela vai presa. Há pessoas que não têm condições para o mínimo necessário, muitos passam fome. Por outro lado, existe uma fatia da sociedade cuja quantidade e, especialmente, a qualidade dos alimentos, é garantida diariamente. 
Isso aqui é um pouquinho de Brasil, pessoas morrem ou são condenadas injustamente por causa de sua classe, sua raça ou sua cor. Em plena era da tecnologia os menos favorecidos são acusados e presos injustamente pela atual tecnologia do reconhecimento facial ou por fotos que retiradas de redes sociais, lançam à prisão inocentes todos os dias. Sem contar a injustiça com os ilustres “donos” da nossa terra, aldeias indígenas são dizimadas, índios mortos apenas por lutarem para defender seu pedaço de chão e sua cultura, indigenistas assassinados por cumprir um dever que pertence ao Estado.
Lei não é sinônimo de justiça, é bom não esquecer que boa parte da violência, existente neste país, é fruto da desigualdade e opressão contra os mais pobres.  Poder para o povo preto, negros e negras brasileiros seguem registrando, década após década, sua história de luta, de conquistas a fórceps cumprida com deficiência, às migalhas, e chegam ao século XXI – do ponto de vista legal – sem direito a educação, respeito e liberdade. A transparência racista no Brasil faz com que o preconceito e a discriminação estejam naturalizados na sociedade.

Mas como, em tempos de realities shows, tudo é gravado, o que temos assistido é a “política do desculpismo”, seguida pelo “diagnóstico” de uma loucura qualquer. Assim, fica o dito pelo não dito. O ensino continua eurocêntrico, negando o papel fundamental do continente africano para o Brasil e para o mundo, berço da humanidade, fonte abundante de riquezas naturais e de recursos humanos, de história milenar, cultura riquíssima, complexa e diversa.
A política do Pão e circo (panem et circenses, no original em Latim) como ficou conhecida, era o modo com o qual os líderes romanos lidavam com a população em geral, para mantê-la fiel à ordem estabelecida e conquistar o seu apoio. E no seu contexto original, criticava a falta de informação do povo romano, que não tinha qualquer interesse em assuntos políticos e só se preocupava com o alimento e o divertimento. Essa tal política do “pão e circo” muito utilizada na Roma antiga, continua até hoje. “O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce à prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo”, como sabiamente disse Bertolt Brecht.

Esperamos que essa viajem reflexiva, mas bem humorada, te faça pensar sobre os assuntos aqui desfilados e nos ajude a construir um futuro e sobretudo um país melhor.
FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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