Caminhões,
trailers e carros chegam, trazendo uma parafernália incrível. Homens,
mulheres, crianças esticam a lona e armam o circo. E de repente um local
se vê ocupado com uma atividade de diversão pública, de espetáculo ao
vivo, por um período de tempo determinado pelo público.
Os circos
chegam e atuam de maneiras diferentes, apresentando um panorama
diversificado. Bolas, bexigas, faixas e cartazes anunciam o espetáculo.
Nem a fila da bilheteria tira a expectativa de ingressar num mundo
mágico, colorido e maravilhoso. Logo na entrada o coração já balança
entre a pipoca, a bala e o algodão doce.
O circo está
presente na cidade. É um acontecimento visual, místico e espacial. A
atividade circense se espalha na periferia e vaga de bairro em bairro,
ocupando terrenos baldios. É o mambembe. Contudo, nem a lona suja e
rasgada, nem o picadeiro de terra batida e as roupas velhas tiram o
colorido, e assim o circo sobrevive.
É uma
tradição que o progresso não conseguiu acabar. Ao contrário, a empresa
circense exerce importante função social, oferecendo uma das poucas
opções de lazer a uma população cada vez mais carente de diversão.
Essa
diversão, essa alegria tão característica do circo, está presente na
figura do palhaço, que no picadeiro com seus trejeitos engraçados, suas
roupas exóticas e cara pintada, provoca o riso. É a comédia.
Já o drama,
o terror e o suspense ficam por conta das peças teatrais, dos
malabaristas, dos trapezistas, dos domadores dos animais e dos próprios
animais, da mulher barbada e de tantos outros artistas que fazem o
espetáculo.
Desde que o
circo apareceu, no século dezoito, os artistas circenses costumam
aprender sua arte em casa mesmo, isto é, no circo. O filho geralmente
aprende com o pai aquele truque criado pelo avô e pro aí vai. Mas não é
todo mundo que tem família de artistas, e muitos têm vontade de aprender
as manhas do picadeiro. Aulas de acrobacia, jogos malabares (manipulação
de objetos), perna de pau, trapézio fixo e voador, cama elástica, tudo
isso a escola circense pode oferecer.
As Escolas
de Samba, em cumprimento às suas características culturais e sociais,
poderiam destinar um pedaço para o aprendizado da arte circense;
estimulando as crianças a desenvolverem a criatividade com liberdade e,
aos adultos a terem liberdade com criatividade.
É com esse
intuito que o GRCES Prova de Fogo, se propõe a trazer a beleza, a magia,
a alegria, o colorido e, até, a simplicidade do circo para o Pólo de
Arte e Cultura - Anhembi. Esperamos que, com isso, os responsáveis pela
cultura nacional que atuam neste grande picadeiro, chamado "Brasil", se
sensibilizem e destinem um pouco da sua criatividade em prol da arte
circense.
A população
brasileira não quer mais ficar na arquibancada assistindo à palhaçada,
que não fazem sorrir, mas chorar de vergonha. Sem desmerecer o artista
do picadeiro, fazendo esta comparação, só estamos alertando para que o
espetáculo da vida possa continuar. Com alegria.
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