
SINOPSE
Sabemos que historicamente na África houve aspectos predominantes que ecoaram para o mundo, como um povo guerreiro, mas também como um povo que cansou de tanta exclusão, encorajado para lutar por espaço, ao custo de muitas vidas, e demarcar na sociedade conquistas que garantissem às etnias negras voz.
Muitos foram os líderes negros e negras à frente de um povo sofrido e excluído em busca da igualdade racial e o fim da opressão. Lembrar-se desse processo legítimo de lutas nos deixa inquietos por tantas vidas ceifadas ao longo da história para que se consolidassem direitos e espaço, que aos olhos imediatos, pareciam impossíveis de se conquistar. Mas muitos corajosos e corajosas se integraram coletivamente nesta luta.
Trazer para os dias atuais esse histórico de lutas e conquistas do povo de Luanda, Angola, faz-se necessário para que haja continuidade da afirmação dos direitos pela igualdade racial, trazendo à memória suas raízes, sua história, e que mesmo tendo havido muita dor nessa trajetória, também houve alegrias por terem o marco cultural do povo negro guerreiro que sofreu a vida inteira a opressão com preconceito de raça e cor da pele.
Por todo esse contexto histórico de lutas e também de batalhas e guerras, não tem como não falar de Ogum, um orixá importantíssimo na África, considerado o Deus da guerra, das armas, da agricultura e tecnologia, sempre à frente nas batalhas diárias, dando força para as conquistas ainda renegadas pela classe e poder dominantes depois de três séculos e meio de escravidão no Brasil.
A Bahia sempre foi o principal estado a promover a cultura negra do Brasil. Há uma relação originária e latente da África com o Brasil que se evidencia com o surgimento das baianas, em sua predominância mulheres negras e idosas. De ancestralidades africanas, utilizam vestimentas rodadas com turbantes que tradicionalmente se consolidou na cultura das baianas, mulheres que trazem sempre um largo sorriso no rosto, transmitindo muito axé, que significa energia e força presentes em cada ser.
A Saudosa traz a história de lutas e amor pela igualdade racial, valorizando a característica de um povo aguerrido e alegre, que preserva suas identidades por gerações. Referências que nos fortalece continuamente para estabelecer a preservação da cultura, da luta pela justiça e paz, que se transpõem pelo sagrado dos Orixás (entidades), em busca de um ideal fraterno e um mundo melhor.
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