
"O meu povo não quer ir nem vir, o meu povo quer passar". Essa frase é parte de um poema de Cecilia Meireles, escritora e poetisa brasileira, descrevendo o povo cigano, do qual é descendente.
O povo teve origem na antiga Índia, e a palavra cigano vem de uma antiga língua morta e significa "intocável "ou "aquele que faz bruxaria". Os ciganos saíram da Índia por razões ainda desconhecidas. Passaram pelo Oriente e entraram na Europa pela Turquia e Grécia. A partir do êxodo pelo Oriente, os ciganos passaram a se dedicar a atividades itinerantes, atuando então como ferreiros, domando e vendendo cavalos, fazendo comércio e apresentações como saltimbancos, e claro, oferecendo a arte da adivinhação, através da leitura de mãos, do Tarô e outras práticas de magia.
No Brasil, os primeiros ciganos, vieram de Portugal, no ano de 1574, sendo João Torres, comprovadamente o primeiro a pisar em terras brasileiras, pois a documentação de sua chegada existe até hoje.
As roupas coloridas, tendas e carroças enfeitadas, sua música e dança, em volta das fogueiras, fazem dos ciganos um povo alegre, envolto em uma aura romântica e passional. Suas histórias e lendas falam de paixões ardentes, mulheres cheias de beleza, magia, mistério e homens românticos e corajosos. Onde quer que estejam, mantém suas tradições, hábitos e crenças.
"O céu é o nosso teto, a terra é nossa pátria e a liberdade nossa religião". Essa frase é dita pelos ciganos como uma definição de sua maneira de ver a vida. Respeitam e veneram Santa Sarah Kalí, como sua padroeira e protetora nas andanças de suas caravanas pelo mundo.
Radicados no Brasil, diversos clãs ciganos, hoje brasileiros como todos nós, não praticam mais o nomadismo e deram a nossa terra, músicos, cantores, escritores, cientistas e até políticos importantes como os ex-presidentes Juscelino Kubitschek e Washington Luís, entre outros.
Optchá! O Caprichosos da Zona Sul vem homenagear nossos irmãos, os cianos brasileitos.
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