As Raças Formadoras da População Brasileira
Viajando pelo mundo, em contato com tantas gentes, fica fácil notar como a humanidade é composta de muitas populações (raças) que habitam regiões diferentes e se distiguem pela frequência com que nelas ocorrem certos traços hereditários. Em cada nação as pessoas possuem aspectos físicos característicos e definidores daqueles que nascem ali. E, embora se observe nos tipos humanos feições físicas similares, não se pode dizer que exista um grupo racialmente puro. Isso porque as populações contamporâneas são o resultado de um prolongado processo de miscigenação, cuja intensidade variou ao longo do tempo.
No Brasil, entre o século XVI ao XVIII , em aproximadamente 15 gerações, consolidou-se a estrutura genética da população brasileira, com o entrecruzamnto de africanos, europeus e índios. Ainda, no príodo colonial, franceses, holandeses e ingleses tetnaram se estabelecer em território brasileiro e deixaram alguma contribuição étnica, embora restrita. Assim, de uma mistura de raças, em clima tropical, tem-se os povos do Brasil, uma gente bem diferente daquelas outras do resto do mundo. As três raças básicas formadoras da população brasileira são o negro, o europeu e o índio, em graus muito variáveis de mestiçagem e pureza. A miscigenação no Brasil deu origem a três tipos fndamentais de mestiço: Caboclo = branco + índio, Mulato = negro + branco, Cafuso = índio + negro.
Indagam-se, agora, quem eram os povos que formaram a população brasileira? Eles eram assim:
O NATIVO E DONO DA TERRA (ÍNDIOS) - os indígenas brasileiros pertencem aos grupos chamados paleoameríndios, que provavelmente migraram em primeiro lugar para o Novo Mundo. Estavam no estádio cultural neolítico (pedra polida). Agrupam-se em quatro troncos linguísticos principais: 1 - tupi; 2- jé ou tapuia; 3 -caraíba ou karib; 4 - aruaque ou nu-aruaque. Há, além disso, pequenos grupos linguísticos, dispersos entre esses maiores, como os pano, tucano, bororo e nhambiquara. Atualmente os índios acham-se reduzidos a uma população de algumas dezenas de milhares, instalados, sobretudo, nas reservas indígenas da Amazoônia, Centro-Oeste e Nordeste.
O COLONIZADOR E EXPLORADOR (BRANCOS) - são povos europeus, na maior parte portugueses, que trouxeram um complicado caldeamento de lusitnos, romanos, árabes e negros, que habitaram portugal. Os demais grupos, vindos em grande número para o Brasil, em diversas épocas italianos, espanhóis, alemães, eslavos, sírios também tiveram mestiçagem semelhante. A partir de então, a migração tornou-se mais constante. O movimento de portugueses para o Brasil foi relativamente pequeno no século XVI, mas cresceu durante os cem anos seguintes e atingiu cifras expressivas no século XVIII. Embora o Brasil fosse, no período, um dominio de Portugal, esse processo tinha, na realidade, sentido de imigração. Assim, o Brasil é o país de maior população branca do mundo tropical. Os principais grupos de imigrantes no Brasil são portugueses, italianos, espanhóis, alemães e japoneses, que representam mais de oitenta por cento do total. Até o fim do século XX, os portugueses aparecem como grupo dominante, com mais de trinta por cento, o que é natural, dada sua afinidade com a população brasileira. São os italianos, em seguida, o grupo que tem maior participação no processo migratório, com quase trinta por cento do total, concentrados, sobretudo, no estado de São Paulo, onde se enontra a maior colônia italiana do país. Seguem-se os espanhóis, com mais de dez por cento, os alemães, com mais de cinco, e os japoneses, com quase cinco por cento do total de imigrantes. Toda essa gente também participa do processo de mistura racial no Brasil.
TRANSFERÊNCIA FORÇADA DA POPULAÇÃO *NEGROS) - povos africanos trazidos para o Brasil como escravos, do século XVI até metade do século XIX (1850). Vieram destinados à lavoura canavieira, à mineração e à lavoura cafeeira. Pertenciam a dois grandes grupos: os sudaneses e os bantos. Os primeiros, geralmente altos e de cultura mais elaborada, foram, sobretudo, para a Bahia. Os bantos, originários de Angola e Moçambique, predominaram na zona da mata nordestina, Rio de Janeiro, Minas Gerias. Por fim, os africanos espalharam-se por todo o território brasileiro, em engenhos de açúcar, fazendas de criação, arraiais de mineração, sítios extrativos, plantações de algodão, fazendas de café e áreas urbanas. Sua presença projetou-se em toda a formação humana e cultural do Brasil, com técnicas de trabalho, música e danças, práticas religiosas, alimentação e vestimentas.
A MISCIGENAÇÃO (BRASILEIROS) - Assim, nós brasileiros, segundo o mestre Darcy Ribeiro, "somos um povo em ser, impedidode sô-lo. Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo". Do branco, negro e do índio juntaram-se os mestiços na composição étnica da população brasileira, representados pelos caboclos (descendentes de brancos e ameríndios). E essa mistura de raças resultou, como se vê, a composição do povo brasileiro. E esse povo está assim distribuído: predomina no litoral o tipo mulato, e, no interior, o branco e vários mestiços. A população é mais índia no Norte, menos branca no Nordeste, mais índia e mais branca no Centro-Oeste e menos negrsa no Sul. No Sudeste, historicamente a área de maior desenvolvimento, há um pouco de todas as raças. Assim é o país, um mosaico de cor e raça, enchendo os olhos e encantando todos que aqui chegam, podemos fizer que o Brasil é o país das metamorfose de uma raça.
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