“(...) E o sertão é um vale fértil. É um pomar vastíssimo,
sem dono. Depois tudo isso acaba. Voltam os dias
torturantes; a atmosfera asfixiadora; o empedramento do
solo; a nudez da flora; e nas ocasiões em que os estios
se ligam sem a intermitência das chuvas – o espasmo
assombrador da seca”. (Trecho da obra Os Sertões)
Raiou o Sol, é chegada a hora do peregrino partir. Na estrada embarca nesta viagem, em uma caatinga sem fim. Forte, lá vai ele nesta jornada... Seu nome? Antônio! No caminho, a típica paisagem de um Sertão, Sem ar, sem água, nem plantas...uma tremenda solidão. Visões turvas vão surgir, mas nada te abala, Faz descobertas nesta terra encantada.
O caminho é longo, novos seres vão surgir. Na simplicidade de um povo sofrido, o sertanejo reluz. Miscigenado, sonhador, lutador, artista... Faz de pequenas coisas, motivos para sorrir. A fé também é o seu aliado nesta batalha, Que além de sustentar corações, tenta fortalecer contra a fome e a sede. Mas quis o destino ajudar, Um novo “Conselheiro” se pôs a lutar, Contra as leis que rodavam aquele lugar.
Na peregrinação seguia e se espalhava a rebeldia. Afinal, foi preciso livrar a terra contra um reino “anticristo”. Do alto dos montes se viam, milagres aconteciam, Uma terra de todos renascia? Foi tudo uma mera ilusão, a paz se foi, a ganância falou mais alto... A lei que era do homem assim prevaleceu, Assim como o choro de todos. Do mesmo modo como os sonhos se foram, feridas ficaram! E foi graças aos jagunços que lutaram até o final, Que a esperança prevaleceu naquele reinado. Uma nova Canudos floresceu! A história tornou-se imortal. E hoje brilha acalentando, como um nordestino. No meu carnaval.
|