::.. CARNAVAL 2015 - G.R.C.E.E.S. BOÊMIOS DA VILA................................
FICHA TÉCNICA
Data:  15/02/2015
Ordem de entrada:  3
Enredo:  Batam Palmas que o cortejo vai passar !
Carnavalesco:  J. Ivo Brasil
Grupo:  3
Classificação:  1º
Pontuação Total:  180,1
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Adilson da Silva
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  Marcelo Grugel
Mestre de Bateria:  Ederson Alexandre (Neguinho)
Intérprete:  Robson Luis
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  Ronaldo Ferreira
Porta-bandeira:  Leila Cruz
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO

COMPOSITORES

COMPOSITORES: RODRIGO ESTABEL/ RICARDO ABREU/ MARADONA/ AMÓS TK/ NETO SP

 

É hora da alegria

a grande ópera vai começar

Brasil miscigenado, abençoado pelo criador

segue a procissão folia de Reis e Bastião

Oh abram alas que eu também quero sambar

É carnaval...

no baile mascarado pierro e colombina

na festa do divino deu nome a monarquia

é o povo brincando na corte do imperador

 

Olha o Bumba meu Boi meu Boi Bumba

hoje tem festa no arraiá

iaiá, ioiô, pula fogueira com o seu amor

 

SurgE mais uma disputa

filho teu não foge a luta

sou brasileiro valente a independência é o meu ideal

um toque especial na sua alma

refletir no cortejo final

um sonho divinal

pode aplaudir a cultura popular

é a nossa escola de samba

quero mais é cortejar

 

Amor vem festejar

Quando a Boêmios passar

Amor eu sou da Vila

Nossa folia vai te conquistar.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: 

 

“Aquele que nunca seguiu um “cortejo

(que nunca “celebrou”, “brincou”, “festejou”), que nunca foi “folião

que atire a primeira pedra!

(mas eu prefiro que me atirem moedas)

(J. Ivo Brasil – 2014)

Faz parte da história da humanidade CORTEJAR (acompanhar ou seguir alguém por ocasião de uma cerimônia ou “manifestação”) da mesma forma que faz parte do ser humano “galantear”.

Quando cortejamos, CELEBRAMOS, e para isso não existe situação ridícula ou trágica, perfeita ou imperfeita, grande ou pequena, vigorosa ou frágil, charmosa ou mágica.

O que existe é a vontade, ou sabedoria, de um povo que luta pela sobrevivência de sua própria cultura (caso ele queira se perpetuar), sendo que, todo cortejo é atemporal, faz parte de qualquer época ou tempo, onde a realidade pode brincar com a ilusão (ou vice-versa).

O nosso desfile é uma grande celebração, um grande CORTEJO. Cortejo em prol da sobrevivência de nossa cultura, que em pleno século XXI, é mais ou menos popular. Popular ou não, o fato é que a GRANDE ÓPERA, o grande teatro a céu aberto, segue pelas ruas da cidade, pois, aquilo que temos (do sagrado ao profano) é fruto de uma grande miscigenação e precisa sobreviver.

CENA 01 - O FIM É SÓ O COMEÇO.

O Brasil é um dos poucos países que passaram por uma miscigenação tão intensa, o que nos dá um legado amplo de atuação em diversos segmentos. Com a sua colonização seu processo de povoamento é realizado pelos povos ameríndios, portugueses, negros, imigrantes asiáticos e europeus, essa é a “base” da “Terra Brasilis”.

Com os portugueses veio um legado secular de integração genética e cultural de povos europeus (Celtas, Romanos, Germânicos, Lusitanos....) e partindo desse “primórdio” de formação de identidade cultural brasileira, um dos festejos trazidos pelos portugueses ao Brasil é a FOLIA DE REIS (uma das manifestações populares mais difundidas do Brasil e rica em ritos e crenças próprias).

A Folia de Reis está ligada a comemoração do culto católico do Natal e que ainda hoje se mantêm viva nas manifestações folclóricas de muitas regiões do país. Seu caráter é profano-religioso e faz parte do ciclo natalino (24 de dezembro a 06 de janeiro), período relativo às comemorações do nascimento de Jesus.

A palavra “FOLIA” se refere a: brincadeira, festejo, diversão...(coisas que o carnaval tem de so bra)

Nessa “brincadeira” são encenadas as passagens dos Reis Magos em busca do menino Jesus, com muita dança e cantoria. Dependendo da região o nome pode mudar para: Pastoral do Senhor Menino, Lapinha, Companhia de Reis.

Além das figuras dos Reis Magos e de muitos outros personagens (coro, mestre ou embaixador, bandeireiro ou alferes da bandeira e festeiro), umas das figuras essenciais ao “cortejo” é a figura do BASTIÃO (nome dado àqueles que se vestem de palhaço e acompanham a “folia” exercendo a função de soldados de guarda).

Eles saem à frente, com suas máscaras e danças, seus saltos acrobáticos e facões, divertindo a todos e afastando os males, deste e do outro mundo (personagens curiosos, intrigantes, sagrados, guerreiros e responsáveis pela proteção da bandeira e da folia).

CENA 02 - ABRAM ALAS QUE EU TAMBÉM QUERO PASSAR

“...Em fevereiro (em fevereiro) Tem carnaval (tem carnaval)...”

(País Tropical – Jorge Bem Jor)

Mais uma herança portuguesa. O CARNAVAL no Brasil iniciou-se no período colonial com o “entrudo” uma festa que era praticada pelos escravos que saíam pelas ruas com seus rostos pintados, jogando farinha e bolinhas de água de cheiro nas pessoas, mas tais bolinhas nem sempre eram cheirosas e a prática era considerada violenta e ofensiva, em razão dos ataques às pessoas com os materiais, mas apesar de tudo era bastante popular (até certo ponto).

Por volta de meados do século XIX, depois de uma campanha difamatória, por parte dos jornais, o entrudo passa a ser criminalizado e a elite do Império passa a criar os bailes de carnaval ou Bailes de Máscaras, Bailes à Fantasia ou Bals Masqués (o primeiro baile de máscaras público do Brasil, por ocasião do carnaval foi realizado no Rio de Janeiro, por volta de 1840). A partir daí, para a elite, o festejo passa a ser sinônimo de luxo (danças, cantos, banquetes, músicas e especialmente máscaras).

Ainda no século XIX, em 1899, foi composta a primeira marchinha de carnaval: Ó abre alas, primeira marcha-rancho da historia do carnaval, composta pela musicista brasileira Chiquinha Gonzaga para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro (a marcha de Chiquinha antecipou um gênero que só veio a se firmar duas décadas após).

CENA 03 - SAI O MOMO ENTRA O COELHO. SAI O COELHO ENTRA O DIVINO

Depois da festa “momesca” (a festa da carne, para alguns) vem a Páscoa, evento religioso cristão que celebra a Ressurreição de Jesus Cristo e que significa “passagem”.

Vamos aproveitar o ensejo e “passar” de um cortejo a outro, pois, nesse aspecto religioso, comemorando a descida do Espirito Santo sobre os apóstolos, aproximadamente sete semanas depois do Domingo de Páscoa, temos a FESTA DO DIVINO.

Para os hebreus, por exemplo, a Festa do Divino é um eco das remotas festividades das colheitas e é no inicio da Baixa Idade Média que a “festividade” vai se cristalizando e depois de muitos séculos, provavelmente lá pelo século XVII, é que ela chega em “Terra Brasilis”.

No período colonial, apesar do caráter popular, o “cortejo” não figurava entre as quatro festas oficiais celebradas por ordem da Coroa, entretanto, no início do século XIX seu prestigio era tão grande que em 1822 o ministro José Bonifácio escolheu para Pedro I o título de Imperador, em vez de Rei (isso segundo Luís da Câmara Cascudo).

MOTIVO: era muito grande a popularidade da figura do Imperador do Divino (criança ou adulto escolhido para presidir a festa). De acordo com alguns historiadores, em certas cidades ou vilas do interior, o Imperador do Divino, com sua corte solene, chegava a dar audiência no Império, como se fosse um soberano (ostentando as insígnias imperiais: coroa e cetro de prata).

CENA 04 - O CORTEJO DO BOI.

O boi é um dos folguedos (festa popular) mais representativos da cultura brasileira, pois, reúne traços de três grandes ramos da formação do nosso povo (europeu, indígena e afro-negro), assim define Américo Pellegrini Filho, folclorista da Universidade de São Paulo (USP).

Apesar de o bumba-meu-boi ser uma manifestação típica do folclore brasileiro e de sua origem ser bem antiga, só em 1840, é que aparece o primeiro registro da festa, no jornal O Carapuceiro, em Recife, sendo que sua apresentação ocorre principalmente em festas juninas e mostra as relações desiguais entre senhores de engenho, escravos e indígenas, numa sutil crítica social.

Existem enredos diferentes, entretanto, o mais aceito e representado, é a história de um casal de escravos (Catirina e Nego Chico, também conhecido por Mateus) que matam um boi da fazenda onde vivem e depois enfrentam a fúria do senhor de engenho que exige que o animal seja ressuscitado.

CENA 05 - O CORTEJO DOS SANTOS JUNINOS.

Santo Antônio (o santo casamenteiro), São João (o santo festeiro) e São Pedro (o santo porteiro).

Santos populares cujas comemorações, FESTAS JUNINAS, são celebrações católicas também vindas de Portugal (parte da tal miscigenação).

Elas acontecem em vários países e são, historicamente, relacionadas com a festa pagã do solstício de verão (no hemisfério norte) e de inverno (no hemisfério sul).

Além do BRASIL, essas celebrações são particularmente importantes em outros locais: Dinamarca, Estónia, Finlândia, Letônia, Lituânia, Noruega, Suécia, França, Itália, Malta, Portugal, Espanha, Ucrânia, Canadá, Estados Unidos, Porto Rico, Austrália e muitos outros locais.

Aqui, em Terra Brasilis, as comemorações foram inseridas aos costumes das populações indígenas e afro-brasileiras, o que deu um tempero a mais ao cortejo popular.

CENA 06 - O CABOCLO VENCE O DRAGÃO DA TIRANIA

Nem só de circo, pão ou vinho vive o homem. Nem tudo são flores, mas Terra Brasilis, “tamu junto”, até que a morte nos separe, pois, um filho teu não foge à luta.

Se existe o “monstro da tirania” assombrando a “relação”, existe o "verdadeiro brasileiro", o dono da terra, que soma seus esforços aos demais “guerreiros”, insatisfeitos com a situação, e vão à luta pela liberdade.

No início da colonização brasileira é fato que os portugueses se “miscigenaram” com os “índios” dando início a um processo muito importante para a formação de nosso País, tanto que em 04 de abril de 1755, D. José, rei de Portugal, assinou decreto autorizando a miscigenação de portugueses com índios.

Mas é fato também que estes mesmos portugueses aprisionaram, torturaram, escravizaram e é claro que chega uma hora que é hora de LUTAR pela nossa independência.

A SABER:

A importância do caboclo nessas LUTAS é tão importante que sem a sua figura, o Dois de Julho (Dia da Independência da Bahia) seria uma festa sem graça, sem fertilidade simbólica (como dizem o povo baiano). Tanto é que a festa também é conhecida como a festa do Caboclo e da Cabocla.

CENA 07 - INDEPENDENCIA OU MORTE – O DIA DO BRASILEIRO!

O dia 07 de setembro, Dia da Independência do Brasil, geralmente é marcado por “cortejos cívicos”, na maioria das cidades brasileiras. O mais famoso desses “cortejos” ocorre em Brasília, na Esplanada dos Ministérios e em São Paulo no Sambódromo do Anhembi.

Manifestações similares também ocorrem em outros países, onde há, teoricamente, grande concentração de brasileiros, como é o caso do BRAZILIAN DAY que atualmente acontece em: Nova Iorque, Toronto, Tóquio, Londres, Luanda, Flórida, San Diego e Califórnia.

Entretanto a “tal independência” teve um preço, e nós pagamos por isso.

Primeiro pagamos a Portugal, que para reconhecer a “tal independência” exigiu receber dos cofres públicos uma indenização de dois milhões de libras esterlinas.

Depois, mais caro que o valor financeiro, pagamos o preço das vidas dadas em troca da “tal liberdade” e, até os dias de hoje, pelas ruas da cidade, segue “cortejo fúnebre”.

CENA 08 - O CORTEJO FÚNEBRE É PATRIMONIO DA HUMANIDADE

No Brasil comemoramos o Dia de Finados, geralmente como algo triste, mas em outros locais o dia de finados, ou DIA DOS MORTOS, é um dia celebrado com muita festa.

No México, por exemplo, essa é uma festa bem característica da sua cultura e atrai muitos turistas de todo mundo às festividades.

Ou seja: O tema pode ser mórbido para nós brasileiros, mas, para eles, é uma animada celebração, cheia de tradições desde os tempos pré-hispânicos e serve como atração turística.

A festa conta com música, doces, bolos e as já tradicionais caveirinhas de açúcar, que são as preferidas entre os mais jovens (as caveirinhas com um manto e adornadas por flores tornaram-se símbolos da cultura mexicana para outros países).

A data é tão importante que é considerada pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como um dos PATRIMÔNIOS DA HUMANIDADE.

CENA FINAL

“CORTEJO é qualquer acompanhamento que se faz a alguém por

ocasião de uma cerimônia, seja civil ou militar, religiosa ou pagã”

(Dicionário Online Português)

Independente do século ou do país, se é pagã ou não, estamos falando de CULTURA, seja ela popular ou não. E quando falamos em CORTEJO, estamos defendendo todas as formas de culturas espalhadas por esse mundão de Deus. Estamos falando da base da colonização brasileira. Estamos falando, SIMBOLICAMENTE, de todas as raças que ajudaram a construir nossa “Terra Brasilis”.

Desejo a todos um excelente carnaval e que a “fogueira da paixão” possa nos “iluminar” e nos livrar do “purgatório da ignorância”  pois eu quero mais é CORTEJAR.

BATAM PALMAS QUE O CORTEJO VAI PASSAR.

HOJE E SEMPRE QUE HOUVER OS “BASTIÕES” GUERREIROS E DEFENSORES DE NOSSA CULTURA, POIS, O “CORTEJO DESLUMBRANTE TUDO ENVOLVE AO

DESPERTAR”.

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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