Hoje
é dia de folia.
Novamente
é
carnaval...
Vamos
arcar nossos braços e num abraço, reverenciar sua majestade o rei momo,
eleito
por todos os méritos e direitos o rei da folia. razão porque, com ele
iremos numa viagem no tempo trazer atravéz das recordações, a esperança
de um tempo que não volta mais.
Porque
recordar é viver...
Viver
o festival da alegria com o povo abrilhantando e cantando nos salões da
saudade, as tradicionais marchinhas e sambas de carnaval dos antigos, poéticos
e românticos bailes de carnaval dos salões.
Quem
não se lembra dos primeiros acordes da melodia " o abre-alas que
eu quero passar", ou talvez da confissão de amor cantada por
carmem miranda, a pequena notável, quando dizia "taí eu fiz tudo
prá você gostar de mim", ou ainda do ritmo frenético do frevo de
pernambuco, que por volta de 1908, tomou conta pela sua energia e
inigualável malabarismo de seu guarda-chuva.assim eram os alegres foliões,
ecoando o canto das saudosas marchinhas , sob a batida maior, marcada
pelo compasso do bumbo de zé pereira, pioneiro da folia no passado. nas
avenidas dos salões, carros desfilavam enfeitados com extremo bom
gosto,com suas melindrosas de sensível beleza e contagiante alegria,
lançando seus confetes e suas atrevidas serpentinas, dando um colorido
multicor.
E,
assim vamos recordando a historia de nosso carnaval de outrora sob o
comando do rei momo,viajando no bondinho da saudade,que de parada em
parada, segue repleto de malandrinhos, passistas, meundrosas, todo
enfeitado com suas mascaras, em direção a famosa praça onze de
grandes carnavais.e, a viagem da alegria no bonde da saudade continua.
nas avenidas arlequins e colombinas estravasam todas suas alegrias numa
descontraída batalha de confetes e serpentinas.mais ao longe já
podemos avistar e escutar o som vigoroso da banda comanda pelo general
da banda com toda maestria, ao reger a melodia de um samba de rara
inspiração, no exato momento em que o orvalho vem caindo.
Entretanto,
sentado a beira do caminho na avenida, um folião entristecido
desfolha uma flor enquanto vai cantarolando,eu desfolhei a margarida, prá
ver se meu bem me quer.
Mas,
apesar da tristeza daquele folião, a alegria do bondinho da saudade
continua, embalada pelos brados do índio quer apito, que canta cada vez
mais alto, yes! nos temos banana.
E, assim vamos recordando antigos momentos de
felicidade,vivendo nossas f antas i as. que m não se lembra do desbafo
de muitos foliões, nos versos que diziam em tom bem alto: você pensa
que cachaça é água, cachaça não é água não.ou, a melancolia
debruçada em versos pela jardineira, porque a camélia que caiu do
galho deu dois suspiros e depois morreu. ou, ainda talvez, os pedidos
incessantes do folião pedindo me dá um dinheiro aí, porque o que mais
desejava era subir no bonde da saudade e percorrer a cidade maravilhosa,
cheia de encantos mil.como, os encantos não menos especiais das
touradas de Madrí, que ecoam fortes no som da banda espanhola que
explode contundente: eu fui a touradas de madrí, parará, tim, bum,
bum, bum.
Entretanto,
os acordes não param, eles vão explodindo decifrados em notas
musicais, nas emoções das melodias dos nossos antigos bailes de
carnaval de salão.como também,explode a emoção do pirata da perna de
pau, em busca das suas arriscadas aventuras. e, assim vamos relembrando
momentos felizes e alegres de outrora,como passageiro que segue sua
viagem no reino da folia, traçado a notas musicais.
Notas
musicais essas, que atravez de seus gênios criadores, modularam a
sinfonia do rei momo, que até hoje vem fazendo bravamente a alegria de
pierrôs, colombinas e arlequins.
E,
o bondinho da saudade segue firme e forte, alegre e feliz com seu
condutor, passando pelo deserto de saara, enquanto vai cantarolando, alá-
lá- ô-ô-ô- ô, ao mesmo tempo que observa ao longe que lá vem seu
china na ponta do pé, dançando lig- lig- lé.e, é nessa folia
incontida, que ficamos por inteiro, de corpo e alma, curtindo nossos
antigos carnavais.
Mas,
é nas noites dos antigos carnavais, que podemos avistar atravez da
mascara negra. que mais de mil palhaços estão no salão,e, que
arlequim está chorando pelo amor da colombina no meio da multidao.razao
porque, já ecoa pelos ares o som da nostalgia de um passado não tão
distante, que é marcado pelo compasso das cantigas de outrora, que a
cada minuto nos enche de emoção.
Emoção
que nos assume de vez, quando nos vemos tomado pelo espirito da folia no
calor de nossa felicidade e, que só se acalma, quando sentimos o
sensual toque daquela lança-perfume, que deixa na passagem, o ar
repleto de um perfume embriagador.
Mas,
o tempo passa...
Só
não passa essa saudade de velhos carnavais. de antigos momentos de
ternura, gravados no coração dê um pierrô apaixonado. porque o
confete lançado por aquela colombina atrevida será sempre um pedacinho
colorido de saudade...
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