Alô, Alô Terezinha...
É
uma eternidade sem Chacrinha,
televisão era um território de
apresentadores bem apanhados,
elegantes e de voz postada, até
que chegou para bagunçar a
festa. Chacrinha inaugurou uma
linguagem maliciosa e escrachada
na televisão, com um figurino
muito colorido, alegre com
características circenses, que
por muitas vezes lembrava um
palhaço por suas apresentações
despojadas e sempre com uma
buzina estridente que apavora
seus calouros. Com bordões
baseados em diálogos que ouvia
nas ruas, como por exemplo "Vim
aqui para confundir, não para
explicar" que anunciava em seus
programas, ou ainda "Querem
bacalhau?", e lançava o saboroso
peixe para o seu auditório que
entravam em delírio e no show de
calouros, para os participantes
menos afinados um delicioso
"Troféu Abacaxi".
Nascido em 1915 e registrado
como Abelardo Barbosa, em
Sucurubim (Pernambuco); começou
a trabalhar na Rádio Vera Cruz
do Rio de Janeiro década de 40.
Na
Rádio Clube de Niterói, criou o
programa que originou o apelido,
"O Rei Momo na Chacrinha", em
referência à localização da
rádio na Zona Rural.
Estreou na TV Tupi em 1957, com
o programa Rancho Alegre, passou
pela TV Bandeirantes e encerrou
sua gloriosa carreira na TV
Globo, no comando do Cassino e
da Discoteca também da Buzina do
Chacrinha, onde lançou as
Chacretes, dançarinas de coxas
grossas, ao gosto do
telespectador brasileiro e em
seu programa de calouros, lançou
grandes nomes do cancioneiro
popular brasileiro.
Casou-se com Florinda Barbosa e
teve 3 filhos.
Foi apelidado, Velho Guerreiro,
por Gilberto Gil e dizia frases
que se tornam cada vez mais
atual. Na televisão, nada se
cria, tudo se copia. Palavra de
Chacrinha uma das figuras mais
imitadas da televisão.
E
no ano fatídico de 1988, nos
deixou, calando-se para sempre.