::.. CARNAVAL 1996 - G.R.C.B.C. SÓ VOU SE VOCÊ FOR................................
FICHA TÉCNICA
Data:  16/02/1996
Ordem de entrada:  1
Enredo:  Rio do Amor
Carnavalesco:  Raul Diniz
Grupo:  BLOCOS - Especial
Classificação:  10º
Pontuação Total:  não consta
Nº de Componentes:  1000
Nº de Alegorias :  3,
Nº de Alas :  8
Presidente:  João Laureano S. Felix
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  não consta
Intérprete:  Nilson Pgmeu, Raimundo Gaguinho e Kico do Pandeiro
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  Não Possui
Porta-bandeira:  Regina Maura
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO

COMPOSITOR
COMPOSITORES: JOÃO LEÃO/ MAGRÃO/ NILSON PIGMEU/ NELSON DO CAVACO

 

NESTA MATA VERDEJANTE

NESTE LINDO CÉU AZUL

OUÇO LÁ DO INFINITO

O CANTAR DO UIRAPURU

 

QUANDO O MEU BLOCO PASSAR

VOCÊ VAI SE ARREPIAR, VAI PULAR DE ALEGRIA

ENCANTAR TODA CIDADE, VOU DEIXAR SAUDADE

CAIR NA FOLIA

LENDAS, MISTÉRIOS, MAGIAS

UM PRAZER QUE DESPERTOU

 

NESTE SONHO PROIBIDO

VOU ME BANHANDO NESTE RIO DO AMOR

 

LÁGRIMAS DE PAIXÃO, VEM BANHAR A PASSARELA

QUANTA EMOÇÃO O RIO NAVEGA PELA IMENSIDÃO

O SOL DE UM LADO BRILHAVA

A LUA QUE DESEJAVA

O RIO DE UM PRANTO NASCIA

ERA A LUA QUE SOFRIA

E EU SOU SEU ASTRO REI

DAMA DE PRATA NUNCA MAIS TE ESQUECEREI

 

NESTE RIO DO AMOR, EU TÔ QUE TÔ

ARREPIA BATERIA, EU SÓ VOU SE VOCÊ FOR.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autor: Raul Diniz

 

Amazônia. Amanhece neste continente verde, onde existe a maior fauna, a maior flora, a maior reserva de oxigênio do planeta. Será mesmo que amanhece? As árvores são tão altas e copadas que a luz do sol não penetra até o solo. A claridade não chega onde as plantas rasteiras cobrem o chão.

A grandiosidade da selva e o domínio das águas, das chuvas, das enchentes, predispõe o homem a acreditar nos mitos e nas lendas. É muito difícil penetrar no mundo mágico dos índios, embora já estejam em contato com os civilizados há muito tempo.

Dentro dessa imensidão, o nosso rio do amor rola em prata azulado na floresta, um manso caminho de água, a razão da própria vida, seu sustento e ganha-pão. Ele nasce, toma forma e vem amar com doçura de gigante, o corpo de toda floresta. O rio e a floresta estão se fecham num acordo misterioso. Ouvir este silêncio, a linguagem muda do rio, ou os sons que vêm da mata, é deixar-se tomar por uma estranha magia, por uma calma sentida lá do fundo da alma. Esse respeito você sente também nas pessoas que vivem à sua margem e que lidam com o rio como uma coisa sagrada.

A Amazônia constitui um mar interno, de tamanho descomunal, cercado de extensas e exuberantes terras. De infinito, a Planície se perdia no horizonte. O Sol dava luz e calor àquele mundo perdido, favorecendo a fertilidade e a vida. A Lua dava orvalho e era mãe protetora de pessoas, animais, plantas e coisas. No exercício de seu domínio sobre aquelas brenhas sem fim acabou nascendo um profundo amor entre os astros, levando-os a um projeto de união matrimonial. Contudo para que isso acontecesse, teriam eles que abandonar sua trajetória celestial e estabelecer-se no mundo terreno. Kanaxiwé alertou que essa atitude tresloucada redundaria em uma desgraça: a destruição daquele cálido paraíso. O Sol queimaria a floresta e a Lua abandonaria ao desalento e à morte todas as coisas existentes. O orvalho apagaria o fogo; o fogo evaporaria a água. Seria o fim de tudo.

Frustrados de seu sonho conjugal, os astros passaram a se encontrar furtivamente para o lado do poente, aonde o Sol costumava espiar refulgente a cada final de seu trajeto diurno. Certo dia, Kanaxiwé descobriu o delito de seus pupilos celestiais. Enfureceu-se e decidiu empreender algumas transformações no mundo selvagem. Um cataclisma sacudiu tudo. Um barulho ensurdecedor ecoou por baixo e por cima da terra, do céu e das águas. Todo o sertão se abalou, como se estivesse solto no espaço. Os animais fugiram. As pessoas desapareceram, ou correndo de medo ou engolidos pela fúria telúrica. Montanhas descomunais levantaram-se pelo lado do dormitório solar, subindo para o céu e vomitando fogo. O mar interno agitou-se com ondas gigantescas, para em seguida, secar. Depois, uma floresta luxuriante cobriu toda a Planície. O Sol foi afastado para bem longe, prosseguindo em sua balística celestial. A Lua apaixonada continuou procurando reencontrar o nicho saudoso de seu amor inesquecível. Subiu a montanha gelada. Nunca mais encontrou o Sol, o seu amante, desterrado por Kanaxiwé. Desesperada, caiu em pranto. Suas lágrimas se avolumaram, serpentearam pelas encostas e depois caíram preguiçosas na planura. Chuvas torrenciais engrossaram a torrente. O caudal dirigiu-se para o nascente, forçando uma saída para a Água Grande. Formou-se, então, um rio de lágrimas, que os índios da grande nação Waimiri-Atroari, ainda hoje chama de "aiakámaé" e quer dizer Rio do Amor. É o Rio Amazonas

Lenda que alude ao cataclismo

que deu origem ao levantamento dos Andes

e a formação da Planície Amazônica.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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