Conta a
história que o homem teve de arriscar ao desconhecido. Os Vikings foram
os primeiros povos de quem se têm notícias que saíram para as conquistas
por mares nunca dantes navegados.
Muitos
séculos mais tarde outros povos começaram a estudar a Geografia (Geoterra,
Grafia - descrição) e através desse estudo a conhecer o formato da terra
e então sair em busca de outras civilizações. Temerosos pelos mistérios
e com embarcações precárias resolveram enfrentar os monstros dos mares,
partindo para suas descobertas.
Um navegante
português saiu de sua terra com treze caravelas para comprar cravo,
pimenta e outras iguarias nas Índias, mas através de uma corrente
marítima se perdeu, vindo justamente a encontrar uma nova região. A
princípio pensou-se ter chegado às Índias, porém logo se percebeu estar
em um lugar diferente pelo tipo de povo que habitava a região. Quem era
ele? De onde veio? Como chegou primeiro ao lugar?
Eles estavam
embevecidos, pois chegaram a uma região que pelos seus encantos e
belezas naturais tinha uma característica diferente, matas, flores,
pássaros. Eles viajaram durante meses por mares bravios e finalmente
encontraram uma terra encantada da qual já haviam ouvido falar por
outros desbravadores. Tudo era encantamento e mistério para o homem
branco, porém o mais importante era conquistar a confiança do povo
desconhecido.
Passados
esses primeiros contatos, começou a formação da Nação Brasileira, um
momento de tristeza e esperança: o branco português para cá veio iniciar
a colonização. A população desbravadora era constituída em sua maioria
por pobres desenraizados de sua terra e degredados.
Os índios,
os donos da terra, com suas crenças e seus mitos, viam sua terra
invadida, perdendo sua independência. Buscavam através de suas crenças o
refúgio em Guaraci (Sol), Jaci (Lua), Tupã (O Deus Trovão) e seus mitos
como a Sereia do Mar (metade mulher, metade peixe), a Yara (que habitava
os lagos), a Boitatá (mulher que se transformava em bola de fogo) e a
Vitória-Régia (a índia que queria ser uma estrela para brilhar no céu).
Tempos mais
tarde começou o intercâmbio de negros da África para o trabalho da terra
e esses também trouxeram consigo suas crenças e religião, com toda força
e magia. Eles haviam perdido a liberdade e a condição de ser humano,
então pediam a seus Deuses (Orixás) para livrá-los dessa tristeza
(banzo).
Embora a
situação social fosse diferente e houvesse grande diferença entre a
situação do branco livre, do índio agregado e do negro escravo, as
condições de desenraizamento e de desencontro humano só podiam gerar
tristeza para todos. Mas a esperança era o motivo de viver do ser humano
de todos os setores que formavam o Brasil. Cada um a seu modo sofria sua
tristeza e cultivava a esperança.
O canto é o
grito da alma e cada uma dessas raças cantava o seu canto de alegria e
dor. A dança é a busca da harmonia com o mundo e a música é a forma de
transformar o canto em dança, através dos instrumentos. Transformar o
nosso canto em ritmo e o ritmo toma conta de nosso corpo, provocando a
dança que nos harmoniza com o movimento universal.
- O
português trouxe a viola, o pandeiro e o fado;
- O negro
trouxe os atabaques, o adjá, o berimbau, os sorins e outros;
- Os índios
tinham o teré, a maracá e a flauta.
Separados
por barreira de classe e raça, mas unidos pela tristeza comum, em algum
momento as três correntes tinham que se encontrar.
As raças
(indígena, branca e negra) cantaram por vários séculos até que se
convergiram em um ponto comum, de choque e de fusão.
Desse
entrechoque de amor, ódio, tristeza e esperança nasceu um movimento; os
cantos se fundindo, forjando-se em um só bloco, um misto de realidade e
fantasia e aí nasceu nosso carnaval, onde um uníssono essas raças
cantam, em desfiles que, em sua forma moderna e com suas grandes
realizadoras que são as Escolas de Samba, dão humilde, porém autêntica
mostra de cultura.
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