::.. CARNAVAL 1995 - G.R.B.C.E.S. COBRAS DO BUTANTÃ................................
FICHA TÉCNICA
Data:  26/02/1995
Ordem de entrada:  5
Enredo:  São Paulo, Berço dos Imigrantes
Carnavalesco:  não consta
Grupo:  Seleção - B
Classificação:  6º
Pontuação Total:  81,0
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  não consta
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  não consta
Intérprete:  não consta
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  não consta
Porta-bandeira:  não consta
SAMBA-DE-ENREDO

UNIDOS DE VILA MARIA
COMPOSITORES: ARI BICUDO/ LUIZ DO CAVACO

 

UMA HOMENAGEM SINGELA

PORÉM SINGELA

OS COBRAS VEM PRESTAR

AOS IMIGRANTES

QUE FIZERAM DE SÃO PAULO UM NOVO LAR

 

LEMBRANÇAS SAUDOSAS

BOM RETIRO TEM PARTICIPAÇÃO

TIETÊ PESCARIA, FUTEBOL

O COMÉRCIO DOMINADO PELOS ÁRABES

DO TECIDO À CONFECÇÃO

 

BRÁS GRANDE BRÁS

DO VAREJO, HOTELARIA E PENSÕES

SERENATAS E TARANTELAS

TEM CULTURA ITALIANA NESTA TERRA

 

TRADIÇÃO... QUE O BIXIGA TEM PRA MOSTRAR

FESTAS RELIGIOSAS

E MUITO MAIS PARA FALAR

 

LIBERDADE, LIBERDADE

ORRAIÓ ESTÁ TUDO BEM

UM PEDAÇO DO ORIENTE

SE CONCENTRA AQUI TAMBÉM.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autoras: Cristiane de Oliveira e Rosimeire A. Geraldo

 

BOM RETIRO

Do Bom Retiro das várzeas e de quando se pescava nos rios Tietê e Tamanduateí, sobraram apenas algumas casas como lembranças.

Hoje, quase 700 mil pessoas cruzam suas ruas cada dia, entre sinagogas, igrejas e escolas, produzindo cerca de 35 toneladas de lixo que são religiosamente recolhidas após o cerramento das portas de seus inúmeros bares (sempre pequenos e simples), e dos restaurantes modestos a serviço dos comerciantes e principalmente quando descem as portas das suas numerosas casas comerciais. O bairro Bom Retiro mudou muito nas últimas décadas. Do perfil dos seus habitantes à qualidade de seu comércio, que se desenvolve em pequenas e escuras lojas acotoveladas nas ruas, José Paulino e 25 de Março, ruas essas que resistiram firmes e lucrativas vencendo todas as mudanças sofridas pela região. Quem não as conhece como o grande centro atacadista de tecidos, confecções e armarinhos?

O Bom Retiro aprendeu esse comércio com os árabes. De início com a família Jafet que aqui chegou em 1896, passando a ser pólo aglutinador dos compatriotas que seguiam seu exemplo. Os imigrantes recebiam alguns metros de tecidos para vender ou confeccionar e em pouco tempo a Rua de Baixo (atual 25 de Março), já assistia a abertura de novas lojas. Noventa anos depois, apenas uns poucos recordam antigas histórias daqueles árabes, seu jogo de gamão, e das reuniões ao som de alaúdes, tamboretes e atabaques após dia de trabalho. Sérios foram aqueles jovens árabes solteiros que, desses encontros sociais, tiveram a idéia de fundar três dos grandes clubes de São Paulo: Clube Homs, Esporte Clube Spéria e Clube Atlético Monte Líbano. Mas o bairro de hoje, é também síntese do que ocorreu depois de 1930, quando muitas famílias árabes, ou porque enriqueceram, ou espantadas pela prostituição crescente na região, começaram a abandonar a cena. Atualmente nas antigas lojas estão instaladas família de imigrantes judeus, italianos e gregos, acossados nos últimos anos pelos coreanos, exímios fabricantes de tecidos e confeccionadores, além de agressivos comerciantes.

O Bom Retiro tem uma história muito rica. E na região, há ainda o vizinho bairro do Pari, também povoado por notáveis imigrantes com suas lojas especializadas em roupas de noivas, madrinhas e padrinhos de casamento, lojas essas em sua grande maioria situadas na Rua São Caetano.

BRÁS

Porta de entrada à populosa Zona Leste do Município de São Paulo, o Brás atual reúne pequenas e médias indústrias de confecções (Ruas Oriente e Maria Marcelina), lojas de peças e acessórios para automóveis e ferros-velho (Rua Piratininga), comércio varejista, pequenos hotéis e pensões (nas proximidades da Estação Roosevelt e Hospedário dos Imigrantes) e Centro Comercial na Av. Rangel Pestana. Serenatas e tarantelas, deram lugar à capoeira, baiões e forrós. Os italianos se foram quase por completo, ficando os nordestinos. As cores das casas comerciais e das propagandas são mais berrantes: rosa, vermelha e amarela são preferidas. Apesar de todas as mudanças, muitas coisas daquele tempo podem ser imaginadas com alguma facilidade.

Onde hoje é o imenso terminal rodoviário do Parque D. Pedro II, era o antigo Parque do Lazer, o IPART (Departamento de Informações e Documentos Artísticos), se instalou no antigo prédio São Paulo, a antiga estação ferroviária Roosevelt, era a Estação do Norte por onde passavam pobres imigrantes de grandes companhias de teatro e ópera. Na antiga hospedaria dos Imigrantes, 2000 pessoas podiam ficar por 8 dias e 8 noites às custas do governo brasileiro, é onde hoje fica o bem montado Museu do Hospedário do Imigrante. Mas o Brás não esqueceu a Festa de São Vito Martire e a de Nossa Senhora de Casaluse.

Na década de 20, instalaram-se duas indústrias: a da família Matarazzo e a da Antártica. E verdadeiras batalhas campais aconteceram geradas pelas grandes greves dirigidas pelos anarquistas.

A origem do nome do Bairro nos remonta à segunda metade do século XVIII, quando da construção da Igreja do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, graças a João Brás (daí o nome do Bairro). A história do bairro é também marcada por tristes acontecimentos como as epidemias de tétano, varíola, crupe e as secas que causaram muitas mortes. As desgraças, entretanto, jamais venceram a imbatível alegria dos italianos.

O futebol teve seu berço num campo de várzea do Brás. Trazido pelos ingleses, o primeiro jogo no país, entre a companhia inglesa e a empresa de gás, aconteceu na Várzea do Carmo entre as Ruas do Gasômetro e Santa Rosa. As serenatas e tarantelas jamais deixaram a cena da segunda metade do século passado. Mais tarde os italianos, com poder aquisitivo maior, conseqüência do sucesso comercial e industrial inaugurado em 1878, começaram a se deslocar para os bairros do Pari, Alto da Mooca, e para a Zona Sul de São Paulo. De 1920 à 1970, foi registrada gradativa queda no número de habitantes, os números são: em 1920, 66.830; em 1960, 63.974 e em 1970, 62.480. Isso apesar do grande afluxo de nordestinos à procura de trabalho e moradia.

Entre as pequenas lojas de roupas, as de eletrodomésticos e as de quinquilharias, estão os conhecidos sanfoneiros e violeiros ensaiando músicas nordestinas para afugentar a falta de trabalho, sempre nas proximidades da Estação Roosevelt, antiga Estação do Norte.

BEXIGA

O Bexiga é formado de saudade, noite, comida e palco. Um quarteto perceptível quando a alegria se faz acompanhar da descontração. O Bexiga mais do que um bairro, é uma instituição. Um tanto desorganizada, um tanto subjetiva, mas com uma área própria de atuação, cujo centro é a Rua Treze de Maio. A Treze de Maio é o habitat de um dos componentes do quarteto. Nela se agrupam dezenas de cantinas e pizzarias, é uma das maiores concentrações desse gênero no Brasil. Algumas quase centenárias, outras, famosas pela qualidade da comida. Por conta da atração exercida pela rua, nas proximidades se instalaram também churrascarias e restaurantes que servem comidas típicas, comidas regionais, peixes e frutos do mar, mas são as antigas pizzarias a causa maior do grande movimento de paulistanos e turistas. Esses estabelecimentos são geralmente simples, com atencioso serviço e atendimento familiar. Os cafés, muito simpáticos e descontraídos, em geral oferecem boa música ao vivo. Há muita agitação nos fins de semanas, e uma freqüência marcadamente jovem. São ambientes pequenos, muito apreciados pelos moradores para conversas despreocupadas.

A agitação noturna possui: boates, bares, karaokês, casas de samba, cafés com pistas dançantes, etc. E todos esses locais são muito procurados. Além da música ao vivo e espetáculos de variedades que incluem cantores, humoristas, mágicos e outras atrações, o Bexiga tem também a maior concentração de teatros de São Paulo. Estão espalhados por todo o bairro e incluindo o moderno Teatro Sérgio Cardoso. o Teatro Brasileiro de Comédia, que entre os anos 40 e 50 renovou a arte cênica brasileira, assim como o Oficina, também no Bexiga, na década de 60.

Não obstante tão ricos atrativos, o bairro cultiva muitas saudades, porque a história vive na memória dos seus habitantes. Outra vítima da urbanização desenfreada e desorganizada de São Paulo, apesar dos esforços de seus moradores, caíram e continuam caindo as velhas construções, e outras acabarão transformadas em cortiços. Há entretanto, um Bexiga rico. A área que se aproxima dos jardins, é onde está um dos hotéis mais suntuosos do Brasil, o Maksud Plaza.

O nome oficial do Bairro é Bela Vista, mas seja porque houve uma epidemia de varíola, seja porque no matadouro ali existente fazia-se o comércio de bexigas de boi, seja porque esse era o sobrenome do antigo proprietário das terras, é por Bexiga que se conhece o bairro e com esse nome foi contado pelo escritor Antonio Alcântara Machado (Cronista dos Imigrantes), "Brás, Bexiga e Barra Funda".

Depois de ser o bairro dos escravos libertos e dos portugueses pobres, tornou-se o bairro dos imigrantes italianos, especialmente calabreses, chegados desde o final do século passado. À luz dos lampiões a gás, eles faziam as suas serenatas, comiam seus pães e bebiam seus vinhos, depois de um árduo dia de trabalho nas indústrias nascentes. Surgiam os primeiros prédios, sobrados e mansões. Os mestres pedreiros italianos, riscavam no próprio chão as plantas dos, hoje, velhos e decadentes sobrados e das casas estreitas e compridas espalhadas por suas estreitas e tortuosas ruas. Ruas por onde caminham ainda hoje velhos moradores, em direção à Igreja de Nossa Senhora Acheropita e às padarias Basilicato, São Domingos e 14 de Julho, sobreviventes de décadas de história do Bexiga e de São Paulo.

Procurando preservar sua identidade, os moradores instalaram museus memoriais do Bexiga e continuam promovendo festas tradicionais. Em agosto, todos os sábados e domingos na Rua Treze de Maio, entre às 19 e às 24 horas, faz-se a festa de Nossa Senhora Acheropita. Há muita dança, cantos típicos, comida e procissão. No dia 19 de março, é comemorada a festa de São José com pratos típicos, vinho e música. Tem sede no Bairro a Escola de Samba Vai-Vai (1930) e o Bloco dos Esfarrapados (1947), além da Feirinha do Bexiga.

LIBERDADE

Há 40 anos, ao mesmo tempo em que numa rua do Bairro da Liberdade era inaugurado o Cine Niterói, que só exibia filmes japoneses. Boa parte da colônia já se estabelecia no Bairro. Hoje, toda a área limitada pela Av. Liberdade, Praça João Mendes, Parque D. Pedro II e Baixada do Glicério, é dominada pelos nisseis e sanseis, filhos e netos de imigrantes dedicados ao comércio de produtos orientais. Alias, atividade também dos habitantes mais recentes: coreanos e chineses.

Além das lojas de produtos importados, de confecções, de produtos naturais e macrobióticos, há bares e casas noturnas típicas, restaurantes de cozinha japonesa, chinesa e coreana. O ponto central do bairro é a Av. Galvão Bueno. Iluminado à moda antiga japonesa e embelezado com tom espécie de pórtico que no Japão tem a poética finalidade de servir de pouso a rouxinóis, o bairro conta também com o Museu da Imigração Japonesa, além de jardins de estilo oriental (Galvão Bueno e Largo da Pólvora).

Na Praça da Liberdade, são realizadas festas típicas muito apreciadas pela população da cidade. Em abril é o Hana Matsuri (Festa da Flor, na semana do dia 8, data do nascimento de Buda), no segundo fim de semana de junho, a Sanabota (Festa da Estrela), ambas com danças e cantos populares japoneses; e no último dia do ano, a do Moletsuki, quando ocorre a distribuição de bolinhos de arroz, após sua fabricação artesanal em pilão. Todos os domingos a tarde acontece a Feira da Liberdade, ainda na mesma Praça, com venda de artesanato e comida típica.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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