::.. CARNAVAL 2008 - G.R.E.S. MOCIDADE UNIDA DA MOOCA................................
FICHA TÉCNICA
Data:  04/02/2008
Ordem de entrada:  1
Enredo:  A Culinária Africana - Influências, Evolução e Comercialização no Brasil
Carnavalesco:  Fernando e Nilson
Grupo:  3
Classificação:  6º
Pontuação Total:  193,75
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Roberto Falanga
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  não consta
Intérprete:  não consta
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  não consta
Porta-bandeira:  não consta
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO

Compositores
Compositores: Dom Marcos/ Betto Gois/ Paulinho Bandana

 

Eu quero ver, caldeirão ferver

Vem da África lendária

O sabor da culinária

Pra aguçar o seu prazer

 

O índio que foi dono desse chão

Não se deixou escravizar

O negro aqui aportou

A necessidade obrigou

Se fez arte popular

Amor, tem cheiro de tempero no ar

ô iaia, o Ajeum já está na mesa

Quem quiser pode provar

 

Tem caruru, vatapá, acarajé e munguzá

E muito mais... em louvor aos orixás

 

E a feijoada, sabor brasileiro

Que o mundo inteiro apreciou

Prato que nasceu da pobreza

E a nobreza encantou

E a Mooca vem

Hoje num desfile principal

Clamar o “sol da liberdade”

Justiça, igualdade social

 

a todos muita paz, felicidade

Eis o axé da família “Mocidade”.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autora: Cristiany Falanga Martins

 

O PRIMEIRO CONTATO

Vindos de diferentes partes da África, viajando em péssimas condições, consigo não trouxeram nenhuma bagagem e nem se que ingredientes culinários, chegando ao Brasil na metade do século XVI, os africanos aqui sofreram toda espécie de dominação e exploração, domínio este que os índios relutaram em aceitar, travando inúmeras batalhas com os colonizadores, não se deixando escravizar.

Justamente por serem um povo sofrido, o martírio já começava em sua terra natal, quando eram transportados nos Navios Negreiros para serem escravizados na América em condições sub-humanas, sobretudo eles tinham uma crença, cultura e tradições que fizeram com que superassem tudo na etapa de uma nova vida.

Na África, a religião predominante é o Candomblé tendo seus deuses, popularmente conhecidos como Orixás. Foi com as oferendas aos Orixás que tivemos o nosso primeiro contato com a culinária africana. Sendo assim cada orixá teria a sua comida específica. Nas festas da religião africana acreditava-se que oferecendo comida aos Deuses, todos teriam sorte e seus caminhos se abririam para o bem espiritual e material, inclusive comer desses alimentos também constitui uma forma de receber Axé, que é a transmissão de Força e Recriação, baseada na Lei de que tudo que dispomos na Natureza, devemos a ela devolver. E assim, aos poucos os africanos começaram a nos mostrar seus costumes, crenças e as suas tradições. As danças africanas, era o que mais se destacava durante os rituais nas senzalas.

A EVOLUÇÃO

Quando chegaram à casa grande das fazendas de café e dos engenhos de açúcar, as negras foram para a cozinha tendo de adaptar seus hábitos aos ingredientes da colônia, na falta de inhame usavam mandioca, carentes das pimentas usavam azeite de dendê e assim por diante. Quando o porco ou o gado era abatido, somente as carnes nobres eram separadas para o consumo dos senhores, enquanto a carcaça e as vísceras eram dadas aos escravos, assim sendo, a senzala virou um enorme caldeirão de mistura dos temperos e ingredientes nativos, daí surgindo diversos pratos.

Anos depois, graças a criatividade dos habitantes da senzala, junto com a pimenta malagueta, quiabo e o azeite-de-dendê, começava a evolução da culinária africana no Brasil, surgindo então iguarias atualmente muito apreciadas, tais como o mocotó, sarapatel, feijoada entre outros.

Em 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel através da Lei Áurea, abolia de uma vez por todas a escravidão no Brasil, acabando portanto com um período de sofrimento, humilhação e vergonha. Porém dando início a era mais ativa do "Preconceito Racial", que infelizmente ainda existe nos dias de hoje.

A COMERCIALIZAÇÃO

Na Bahia no fim do século 18 dada abolição, os negros começaram a comercializar suas iguarias, vendendo de porta em porta o que cozinhavam, os que praticavam esta atividade eram chamados escravos de ganho, iniciando assim uma nova forma de fazer cozinha, vindo com ela o Caruru, o Acarajé, o Vatapá, o Xinxim de galinha e a Canjica...

Hoje em dia a feijoada é conhecida em todo o mundo como o prato típico brasileiro, tão enraizado à nossa cultura que tem direito a ser servido em dois dias da semana: Quarta-Feira e Sábado, pessoas de todo o mundo se deliciam nos tabuleiros das baianas, em todo Brasil que servem, caruru, mungunzá, bobó de camarão, vatapá e acarajé. Além do famoso Restaurante Axé, que com suas filiais espalhadas em todo país é um ícone da comercialização da culinária afro-brasileira no país.

A Mocidade Unida da Mooca vem agradecer ao povo africano e enaltecer, que antes do sucesso, vem o choro, e que depois de muito trabalhar e lutar pela liberdade, onde quer esteja e seja, você um dia poderá ser eterno à memória do amanhã. Nosso muito obrigado aos negros e africanos que tanto colaboram para a nossa cultura, e que servem nos dias de hoje como exemplo de garra, perseverança e dignidade, ao povo brasileiro.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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