::.. CARNAVAL 2008 - G.R.E.S. IMPERATRIZ DA PAULICÉIA................................
FICHA TÉCNICA
Data:  04/02/2008
Ordem de entrada:  6
Enredo:  Dançar Para Não Chorar... E o Negro Reinventou o Prazer Através da Dor
Carnavalesco:  Horácio Rabaça
Grupo:  3
Classificação:  14º
Pontuação Total:  103,25
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  ,
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Maria Aparecida Ferreira da Silva - "Cida"
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  não consta
Intérprete:  não consta
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  não consta
Mestre-Sala:  não consta
Porta-bandeira:  não consta
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO

Compositores
Compositores: Ney do Cavaco

 

Herança

Lá de além mar

Da mãe África

A dor do negro se traduziu

Em marcas fortes

No folclore do Brasil

Com licença aos orixás

às divindades a sagração

Umbanda, candomblé, quimbanda...

Axé a espalhar por esse chão

Cultura negra abençoando essa nação

 

Maracatu, capoeira...

É frevo, é congada...

É festa brasileira!...

Carimbó, maculelê e Boi-Bumbá

Samba no pé vai levantar poeira

 

Na beira do mar

Olha a dança do côco

Na beira do fogo

É caxambu, é jongo

Salve Moçambique

Angola e Congo

 

Ô ô ô

Vem pra dança negra amor!

Esquecer a dor ser feliz

Espantar o mal

No carnaval da Imperatriz.

 

SINOPSE DO ENREDO
O Grêmio Recreativo
Autores: José Carlos Lisboa, Horácio Rabaçã Filho e Magos do Samba

 

PROPOSTA

A Imperatriz traz para a avenida as danças trazidas ou concebidas aqui no Brasil através dos negros africanas. O mais importante, destas manifestações é que o negro usava a dança como forma de disfarçar a dor na forma de castigo pelos opressores. Venha você também dançar com a paulicéia inventando e reinventando a dança.

SINOPSE

As danças sempre tiveram um caráter importante na vida dos negros em geral e de todos os povos de civilização antiga, principalmente, as que trouxeram para o Brasil com caráter religioso é que se tem mantido na mais rigorosa pureza, porque os negros quando realizam a sua cerimônia nada percebem no mundo exterior.

O candomblé é um verdadeiro exemplo, apesar de ser uma religião afro-brasileira onde os orixás, tem na dança o ponto mais forte para o contato com seus deuses. Foi desenvolvida no Brasil com o conhecimento dos sacerdotes africanos que foram trazidos da África. Seus passos cadenciados são usados como base para outras danças como o Axé. Já o Maracatu, nasceu da tradição do rei do congo africano, implantada no Brasil pelos portugueses. O mais remoto registro sobre o maracatu data de 1711, e baseia-se na coroação do rei: o maracatu.

Participam entre 30 e 50 figuras entre elas estão o porta-estandarte, trajado a Luis XV além das damas do paço que carregam as calungas, bonecos de origem religiosa, do congo reminiscência de cultos fetichistas. Mas os escravos, através dos tempos desenvolveram outras manifestações como a capoeira que é uma dança de expressão cultural que mistura esporte, luta, cultura popular, música e brincadeira. Desenvolvida por escravos de várias regiões da África, é caracterizada por movimentos ágeis e complicados feitos com freqüência junto ao chão ou cabeça para baixo, que serviam como defesa para opressão dos senhores de engenho.

Poucos sabem que o frevo é uma adaptação da capoeira e surgiu da necessidade de expressão dos negros alforriados, que não dançavam a capoeira então proibida por lei, aproveitando as músicas das bandas marciais em desfile pela cidade, como a de Recife, curiosamente usam sombrinhas coloridas que seriam uma estilização das utilizadas inicialmente como armas de defesa dos passistas contra opressores. Era a alegria como resposta ao sofrimento ou a dor reinventada em prazer.

A congada é um bailado popular que acontecem em algumas regiões do sudeste brasileiro e nordeste, esta manifestação tem origem no catolicismo e nas sangrentas histórias de guerra do povo africano, como a do assassinato do rei de angola, Gola Bândi. Na congada dramatizam um procissão de escravos feiticeiros, capatazes, damas de companhia e guerreiros que levavam a rainha até a igreja, onde serão coroados. Durante o cortejo, ao som de violas, atabaques e reco-recos, realizam danças com movimentos que simulam uma guerra.

O maculelê, também veio de solo africano sendo mais uma forma de dança contra os horrores da escravidão e do cativeiro.

Enquanto os negros dançavam com os cepos de cana no meio do canavial, cantavam músicas que evidenciavam o ódio. Porém eles as cantavam nos dialetos que trouxeram da África para que os feitores não entendessem o sentido das palavras, hoje são usados porretes de pau, facões ou facas, mas alguns grupos praticam o maculelê com tochas de fogo ou "tições" retirados na hora de uma fogueira que também fica no meio da roda junto com os dançarinos.

Mas o negro também soube adequar danças já existentes aqui, como o carimbó que é a mais extraordinária manifestação de criatividade artística do povo paraense criada pelos índios tupinambás. A dança do carimbó era apresentada num andamento monótono, como acontece com a grande maioria das danças indígenas. Quando os escravos africanos tomaram contato com essa manifestação artística dos tupinambás começaram a aperfeiçoar a dança, iniciando pelo andamento que, de monótono, passou a vibrar como uma espécie de variante do batuque africano. Por isso contagiava até mesmo os colonizadores portugueses que pelo interesse de conseguir mão de obra para os mais diversos trabalhos, não somente estimulavam essas manifestações, como também, excepcionalmente, faziam questão de participar.

O Bumba Meu Boi remonta ao ciclo do gado, no século XVIII, resultante das relações desiguais que existem entre os escravos e os senhores refletindo as condições sociais vividas pelos negros e índios. Contado e recontado através dos tempos, na tradição oral nordestina, adquire contornos de sátira, comédia, tragédia e drama, conforme o lugar em que se inscreve, mas sempre levado em consideração a estória de um homem e um boi.

O jongo é também de origem afro-brasileira e formou-se nas terras por onde andou o café, estruturado em roda, em torno de uma fogueira que ajuda a manter a afinação dos tambores, acontece hoje em praças públicas, da mesma forma que, outrora, acontecia nos terreiros. Com ela os participantes homenageiam São Benedito e os antepassados negros, bem diferente do Moçambique que é de origem puramente africana dançado em São Paulo, Minas Gerais e Brasil Central.

Primitivamente, no Brasil, era dança de salão, levada a efeito nas casas grandes dos fazendeiros. Tomam parte nele vários personagens: O capitão chefe e seu substituto, dois guias, dois tambores, quatro pajens que levavam o chapéu de sol do rei e da rainha, dos capitães, espadas, coronel, alferes da bandeira.

O coco é um folguedo dançado na região praiana do norte e nordeste, sobretudo em Alagoas. É uma dança de roda ou de fileiras mistas, de conjunto, de par ou de solo individual. Dançar o caxambu é um privilégio apenas para os negros. As pessoas reúnem-se em torno da fogueira e entoam contos que lembram o tempo das senzalas e um passado distante de liberdade em terras africanas. Mas a maior e mais conhecida manifestação do negro é o samba através do carnaval, uma mistura de ritmos como o batuque e o samba de diferentes regiões da África resultando em um fantástico movimento de cores que é conhecido no mundo inteiro. Foi assim e até hoje que o negro soube se expressar através da dança seus poucos momentos de lazer e prazer inventando e reinventando para que a dor adormeça.

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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