::.. CARNAVAL 2003 - G.R.C.S.E.S. IMPÉRIO DE CASA VERDE................................
FICHA TÉCNICA
Data:  01/03/2003
Ordem de entrada:  1
Enredo:  Nhô João, Preto Velho Milagreiro e Profeta de Todos os Deuses, Lá Pelas Bandas do Cafundó
Carnavalesco:  Paulo Fuhro e Hernani Siqueira
Grupo:  Especial
Classificação:  11º
Pontuação Total:  195,0
Nº de Componentes:  não consta
Nº de Alegorias :  não consta
Nº de Alas :  não consta
Presidente:  Reginaldo Tadeu - "Mestre Adamastor"
Diretor de Carnaval:  não consta
Diretoria de Harmonia:  não consta
Mestre de Bateria:  Mestre Adamastor
Intérprete:  Roger Linhares
Coreógrafo da Comissão de Frente:  não consta
Rainha de Bateria:  Taís
Mestre-Sala:  Jairo Pereira
Porta-bandeira:  Simone Gomes
SAMBA-DE-ENREDO
VERSÃO ESTÚDIO

IMPÉRIO DE CASA VERDE
Compositores: Biro-Biro/ Daniel Colêtte/ Raphael/ Junior Marques/ L.C. SANTOS/ TURKO/ SÉRGIO BIRIBA/ MARADONA

 

Oh! mãe África

O GRANDE VENTRE QUE GEROU OS ORIXÁS

ATRAVESSANDO O MAR AQUI CHEGOU

NO ESPLENDOR DE UMA RAÇA

ESTA CULTURA GERMINOU

E NASCE ENTÃO UM MITO

EM TERRA CERCADA DE CRENÇAS E LENDAS

MISTÉRIO DAS ÁGUAS VERMELHAS

ILUMINADO COM SUA FÉ ROMPEU FRONTEIRAS

 

ô me leva... tem festa sinhá me leva

Folclore na terra sagrada

Tem tropeiros, cavalhada

Tem congada

 

Aí... Sai de cena o vício cruel

A missÃO vem das luzes do céu

É hora de plantar o amor

DA NATUREZA

Esse médico santo faz cura e ilumina

Nessa fé nem prisão desanima

É a Igreja Negra em ascensão

 

E o santo foi morar... Nos cafundós... Com os orixás...

De lá ele derrama amor e paz...

 

Com o clarão do luar

Tambores vão ecoar... Sou Império

Profeta, santo e irmão

IluminE a nossa nação... Nhô João.

 

SINOPSE DO ENREDO
Enredo
Carnavalesco: Paulo Fuhro

 

Tema
A vida e o universo místico de João de Camargo, negro nascido escravo em Sorocaba e que se tornou o fundador de uma religião sem fronteiras.

Prólogo
SOB A BENÇÃO DE TODOS OS DEUSES a Império de Casa Verde trará ao grande terreiro da avenida a saga de João de Camargo: Preto velho, milagreiro que se tornou o Profeta de todos os Deuses lá nos Cafundó. Estaremos envolvidos pela magia que iluminou o negro nascido escravo, pontífice negro de uma religião sem fronteiras e feito santo pela fé do povo de Sorocaba.

 

A Império de Casa Verde cantará ao som dos atabaques e sob os olhos abençoados de Oxalá uma exaltação a este profeta popular que viveu em prol da caridade e ainda hoje intercede por nós junto as divindades. É uma celebração de alegria ao mito, ao velho preto, ao visionário negro que viveu e morreu como um homem bom.

 

Resenha do Enredo
João de Camargo é o místico iluminado do século XX. Negro, cujas raízes foram arrancadas do seio da mãe África, berço sagrado dos Orixás, e trazidas ao Brasil de todos os deuses onde floresceu no solo sagrado de Sorocaba.

 

João de Camargo nasceu escravo na segunda metade do século XIX. Era filho de Nhá Chica, escrava conhecida na região pelos seus poderes de cura. O menino cresceu dentro de um universo místico habitado por homens santos, como o Monsenhor João.

 

Sempre viveu num universo partido onde na Casa Grande aprendeu as rezas do Catolicismo Imperial e na Senzala ouvia os cânticos e as rezas dos negros pedindo ajuda aos deuses vindos da África. O menino João viu o esplendor católico e entrou em contato com o misticismo popular como a lenda da Cruz de Alfredinho, menino anjo que morreu às margens de um rio cujas águas teriam sido para sempre tingidas com o seu sangue, dando assim origem ao nome do Rio das Águas Vermelhas.

 

Sorocaba era a terra dos tropeiros, dos festejos populares como as Cavalhadas, os Cordões de Bichos, as Congadas. Sorocaba era a cidade das sinhazinhas, das liteiras e da cultura interiorana. Mesmo vivendo numa região repleta de festas e alegrias o menino João tornou-se um homem triste, entregue a bebida...

 

Aos 43 anos ele recebe sua missão. O mistério das Águas Vermelhas se manifesta para ele. O menino Anjo Alfredinho e outros seres iluminados o visitam e ele inicia a sua vida nova: Profeta de todos os Deuses. Fundador da Igreja Negra e Misteriosa de Sorocaba.

 

Torna-se o médico dos pobres, curando, aconselhando e iluminando todos os que dele se aproximassem. Curava com as folhas e com a água.

 

São inúmeras as perseguições, 18 vezes é preso por curandeirismo, mas em nenhum momento abandonou a sua missão. Sua Igreja cresceu, tornou-se centro de peregrinações. Seu templo era aberto a todos os credos, classes sociais e raças. Nhô João acolhia a todos com afeto, nunca se negando a fazer o bem. Nhô João, aos 83 anos, foi levado em espírito pelos anjos, mas o legado de sua fé permanece até os nossos dias, iluminando a todos os que procuram pelo seu auxílio.

 

Divisão Geral do Enredo
Para uma compreensão do que será apresentado na avenida apresentaremos aqui a divisão geral do enredo. A letra do samba deverá respeitar este esquema para que o samba descreva a passagem da escola na avenida.

 

Setor I - A Nação do Profeta Africano
João de Camargo era negro, nascido escravo. Como todos os negros afro-brasileiros João de Camargo trazia na sua alma referências da cultura negra. É no ventre da mãe África que o mito João de Camargo é concebido. Deuse Africanos atravessam a Kalunga Grande e vem aportar no Brasil de todos os Deuses. João de Camargo é o mito africano que nasce em terras brasileiras.

 

Setor II - Terra Rasgada, Terra Sagrada
João de Camargo nasceu na região de Sorocaba, que na língua tupy podemos interpretar como terra rasgada ou terra sagrada. É a região onde nasce o escravo que se tornaria profeta de todos os deuses. É a Sorocaba dos "branquinegríndios", misturando culturas para vislumbrar sua face multiracial. Cidade habitada por profetas que preparavam a vinda do Grande Profeta Negro, como o mistério do Rio das Águas Vermelhas e a lenda da Cruz do Menino Anjo Alfredinho.

 

Setor III - Universo Folclórico de João de Camargo
Sorocaba é o mundo de João de Camargo. O universo místico se manifestava naquela cidade de tropeiros e festa populares como a cavalhada, os cordões de bichos e as congadas. Era a cidade da grande feira de muares, maior festa da região durante mais de setenta anos.

 

Setor IV - A Iluminação de João de Camargo
João de Camargo aos 43 anos iluminou-se. Os deuses já haviam preparado a terra. Velho bebedor de pinga tem a visão celestial e se torna profeta de todos os deuses. O mistério do rio das Águas Vermelhas se faz realidade. Ali na beira do riacho nasce a Igreja Negra e Misteriosa. A cura vem das ervas e as ervas anunciam a fé. Quem tem fé consegue a salvação. Deus é bom e o profeta é um homem santo. Mesmo perseguido Nhô João não abandona sua missão. É o santo vivo das Águas Vermelhas.

 

Setor V - O Universo Místico de Nhô João

 

O Mestre iluminado deixou este mundo, mas não abandonou sua Igreja. Ele está presente em nossos dias nos milagres de sua Igreja Negra e Misteriosa que resiste ao tempo iluminando a todos.

Linha Poética

Visão Poética do enredo
Este é o resumo poético do enredo. Trata-se de uma visão geral dos tópicos mais importantes para ilustração do enredo. Não se trata de uma letra a ser musicada. A liberdade de criação deve ser uma tônica. Aqui está contida a linha de pensamento da estrutura do desfile.

 

Brilha a Luz de Nossos Mestres.
Abençoai nosso desfile com Vossas Preces.
Nhô João esta noite vem nos contar a sua saga.
A África Mãe atravessou a Kalunga grande e é presente no Brasil de todos os Deuses.
Foi nas terras sagradas de Sorocaba que o mestre nasceu.
Iluminado pela Cruz de Alfredinho e o mistério do Rio das Águas Vermelhas.
Terra de tropeiros e sinhazinhas onde a Religião se casou com o poder Imperial.
Nessa terra tudo é festa, tem a feira de Muares, a cavalhada e a congada.
Dança linda mulata que a vida só se faz mágica quando saudamos a terra sagrada.

 

E chegou o tempo de iluminação, deuses preparam a terra e Nhô João se torna o milagreiro deste chão. Muitas são as perseguições, mas a fé não se desfaz, Nhô João segue sua obra e nasce a Igreja Negra e Misteriosa, a Capela do Rio de Águas Vermelhas. O Padre Mestre e outros santos o apoiam nesta missão. Nhô João foi para o infinito, iluminado como viveu. Hoje o terreiro da avenida presta o culto a este homem bom que iluminou o mundo com a sua paz.

 

Vocabulário
Kalunga Grande: mar
"branquinegríndios": mistura de brancos, negros e índios
Congada, cavalhada e cordão de bichos: festas populares do interior
Tropeiros: condutores de boi, boiadeiros

 

FANTASIAS


No h contedo para este opo.



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