Adoniran Barbosa,
pseudônimo de João Rubinato, interiorano, veio morar na Terra da Garoa
no ano de 1932. Logo conheceu a boêmia paulistana, seus cordões, bailes
de carnaval, gafieira, os bate-papos nas mesas dos botecos e as rosas de
samba.
Andava e trabalhava
sempre cantando pelas ruas da cidade e assim, meio sem querer, começou a
compor alguns sambas. Sempre retratava em suas canções situações do
cotidiano de nossa queria cidade em seus personagens ou em bairros
sempre mencionados. Tornou-se autêntico caboclo paulistano e São Paulo
ganhou o mais popular de todos os seus poetas.
Com a sua voz rouca e
seu costumeiro terno, gravata e chapéu jogou rimas de glosa para o
Arnesto no Brás, cantou o drama de Iracema na Avenida São João, tocou
surdo com o Laércio da Casa Verde, amou a Pafunça da Barra Funda,
sussurrou versos para a Malvina no Bairro do Bexiga, passou o seu primeiro
carnaval na Vila Esperança onde conheceu Maria Rosa o seu primeiro amor,
falou do Viaduto Santa Efigênia, da Madame da Praça da Sé e da Saudosa
Maloca na Rua Aurora, embarcou no Trem das Onze e foi para a estação
Jaçanã. Enfim, cantou nossa cidade maior de Norte à Sul com seus
personagens reais ou imaginários.
Adoniran tinha o
coração paulistano, um paulistano simples das ruas, amou com toda beleza
de sua alma os tipos humanos de São Paulo.
E é através de algumas
de suas canções que o querido Bloco Carnavalesco Me Engana Que Eu Gosto,
vem prestar uma homenagem aos 450 anos de nossa metrópole, levando todos
vocês para um grande passeio pela nossa Terra da Garoa, guiados por
nosso mestre Adoniran Barbosa.
Parabéns São Paulo pelos 450 anos!
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