É verdadeiramente
comprovado que somos um povo alegre e brincalhão,
nossa maior arte, a de dar um jeito em tudo, reforça
cada final de semana este pensamento, pois mesmo
cansado, após uma dura semana de trabalho e,
principalmente sem nenhum "tustão" no bolso, ainda
assim não é raro de se ver bares abarrotados de
boêmios e pagodeiros.
A cada dia a grana
diminui, mas a folia aumenta na mesma proporção,
impulsionados por uma bebida loira, gelada e de
sabor inconfundível, somos seduzidos e envolvidos
por um clima de euforia, que logo nos faz fugir a
memória e, aqueles problemas - falta disso, falta
daquilo, que antes nos atormentava, fica fácil
agora, e só assim mesmo, de esquecer.
O brasileiro é um povo
iluminado, capaz de inverter toda e qualquer
situação com o seu jeitinho, jeitinho que se
encaixou perfeitamente no futebol. Jogadas sutis e
dribles espetaculares desenhados pelos pés de
craques como Pelé, Garrincha e outros, fizeram da
seleção brasileira a "Ban Ban Ban" de todas as copas
em que participou e mesmo o Inglês que deu a luz a
esse esporte, teve que se conformar e deixar esse
filho para nós brasileiros criar.
Somos tetra, não tem
jeito, fizemos o Brasil inteiro vibrar com os quatro
campeonatos, e pra comemorar, inventamos o pagode
que com a batucada, faz a mulata gingar. Seu
rebolado é único, é a dose certa e o tempero certo
que enfeita ainda mais a brincadeira, e com isso não
se pode pensar em pagode ou samba, sem presença
dessa "área" símbolo da mulher brasileira.
Como o futebol não
inventamos a cerveja, mas se adaptamos muito bem com
ela, pois pode ter sido mito de Roma, hoje é a
tônica mágica, líquido sagrado que não pode faltar
nas rodas de samba, religião que não pára de atrair
seguidores.
1998 chegou e estamos
novamente disputando a Copa do Mundo. Na França, a
seleção, esperança brasileira para mais um
campeonato, leva no pé o coração de todos nós
torcedores, pois a ginga e a raça dos seus jogadores
é a conseqüência real disso, e se consagrarmos
novamente campeões, certamente o Brasil inteiro será
uma festa só, será um carnaval "canarinho" em terras
francesa e o nosso Bloco Me Engana Que Eu Gosto se
propõe em antecipar esta festa e ao som da bateria,
mesmo cansados não largaremos o copo de cerveja: ao
lado da mulata mostraremos que temos tempero e esse
tempero é o nosso jeitinho brasileiro.